Mariah Aquino*
postado em 20/09/2018 22:41
A sétima noite de festival repete o sucesso das noites anteriores: salas lotadas, público ansioso. Já na Mostra Brasília, que prometia grandes exibições, muitos espectadores ficaram de fora. Seis curtas foram exibidos: Casa de praia, de Duda Affonso; Terras brasileiras, de Dulce Queiroz; Riscados pela memória, de Alex Vidigal; In memoriam, de Gustavo Fontele Dourado e Thiago Campelo; Presos que menstruam, de Alisson Sbrana e À tona, de Daniella Cronemberger.
Durante toda a noite, a valorização da presença feminina por trás das lentes foi ressaltada. Sob calorosos aplausos, iniciativas foram nomeadas, como o Coletivo de Diretoras de Fotografia do Brasil, o DAFB.
Na Mostra Competitiva, sob a apresentação de Rosanne Mulholland e Rocco Pitanga, o principal evento da noite exibiu dois curtas: Plano Controle, de Juliana Antunes e a animação Guaxuma, de Nara Normande. O longa da noite foi o aguardado A sombra do pai, de Gabriela Amaral Almeida.
Em entrevista ao Correio, Gabriela exemplificou a presença da mulher no terror, presente no filme. "A questão da narrativa cinematográfica ainda é restrita a mulher porque é despendiosa", ela diz. "Ao longo da história da arte ela é retirada da mulher por conta da liderança. No cinema, agora tem uma abertura muito maior para mulheres no gênero. O terror é um gênero que interessa muito as mulheres."
Protagonista do longa, em clima festivo pela estreia do filme em Brasília, revela: " Eu faço um personagem que tem absoluta dificuldade em estabelecer relação com a filha. O gênero do terror é um ótimo meio pra gente olhar para nossa realidade contemporâna." Em A sombra do pai, Dalva, de 9 anos e orfã de mãe, precisa assumir a responsabilidade da casa quando o pai, que trabalha como pedreiro, adoece.
*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira