Diversão e Arte

`Venom´, que estreia nesta quinta, tem misto de vilão e anti-heroi

Longa traz Tom Hardy na pele de um jornalista que sofre transformações

Ricardo Daehn
postado em 04/10/2018 06:30

`Venom´: uma loucura que mexe com a mente e o corpo do personagem central, o jornalista Eddie (Tom Hardy)

Esqueça o que você já viu de Venom no cinema, há 11 anos, com o singelo ator Topher Grace encarando a persona do anti-herói da Marvel, ao lado do Homem-Aranha feito por Tobey Maguire, no então chamado obscuro e sombrio filme de Sam Raimi. Com o astro Tom Hardy encabeçando a trama de hospedeiro do simbionte alienígena (espécie de ser que adere, incrustado noutro corpo), a pegada promete ser outra. Diretor do cult Zumbilândia, Ruben Fleischer foi escalado para injetar menos sobriedade na adaptação do personagem saído das criações dos quadrinhos da Marvel. Mal comparando, dados da visão geral da imprensa internacional, o filme parece tender para uma malcriação à la Deadpool. Aspectos sinistros, o extravasar de raiva e dose de terror são alguns elementos ressaltados na trama assinada pelos roteiristas Jeff Pinkner (Jumanji: Bem-vindo à selva), Scott Rosenberg (dos filmes de ação de Nicholas Cage) e Kelly Marcel (de Cinquenta tons de cinza).

Para o astro Tom Hardy ; que dá vida ao personagem do jornalista Eddie Brock ; restou a arte de se reinventar, à frente de um personagem inicialmente justiceiro, mas que é tomado pela invasão de uma força descomunal que se associa a sua própria existência. Venom desponta na vida de Eddie, já dotado de altas crises internas, como uma espécie de sombra macabra.

Definido por Hardy como d;um personagem impressionante;, Venom, em termos de composição, passou pelo teste do severo crítico do ator: seu filho Louis, de 10 anos. Conhecedor da ;antologia e mitologia; do vilão (que despontou nos quadrinhos de Homem-Aranha, na publicação de número 300), Louis serviu como ;pequeno guia espiritual, em alguns aspectos do personagem;, comentou o ator, para a revista People.

Na pele do personagem Venom, Tom Hardy mais uma vez está na tela, um tanto quanto mascarado. Como em Dunkirk (no qual passou, quase escondido, detrás de uma máscara de piloto de guerra), como em Mad Max (em que encenou muita coisa com uma espécie de focinheira) ou ainda, em Batman ; O cavaleiro das trevas ressurge (na pele do vilão Bane, dono de uma indispensável máscara), o ator inglês terá as feições, desta vez, digitalmente, modificadas.

De aspecto demoníaco, Venom tem uma língua agigantada e sinuosa, dentes no formato de imensas presas, tentáculos, uma inesperada vulnerabilidade e um branco nos olhos que inspiram ainda mais medo, pelo formato das vistas. Um dado interessante está no filme, com orçamento de US$ 100 milhões, ter tido parte dos figurinos baseados em vestimentas da Nasa.

Muito da inspiração visual do filme (a cargo de Matthew Libatique) veio de referências dos filmes oitentistas de John Carpenter. Para o registro de agitadas cenas noturnas em Atlanta, por exemplo, foi usado um drone de 25 quilos. Muito comentada está a cena do acidente espacial, que teve simulação para aparentar ter ocorrido na Malásia. Na trilha sonora, o destaque é o sueco Ludwig G;ransson, o mesmo de produções como Creed e Pantera Negra.


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Haja loucura

Contempladas na mixagem de som Michael Koff, muitas vozes foram colocadas (via ponto auditivo) na cabeça do ator Tom Hardy, enquanto ele interpretava Venom. Um desvio de personalidade está configurado em Eddie, e, a cada momento, ele se distancia da namorada dele, a advogada Anne (Michelle Williams), que impõe limites para o amor diante do ;péssimo comportamento; do jornalista. Obcecado, Eddie perde a linha, na apuração investigativa que ele comanda, a fim de desbaratar as atividades da Fundação Vida, mantida por Carlton Drake (o ator e rapper muçulmano Riz Ahmed, visto em Rogue One). O protagonista vê Drake como um supervilão, conectado com métodos desumanos de exploração científica. Uma das possibilidades é que Eddie trace amizade com a informante Dora (Jenny Slate), atuante na área de Drake.

Sem muita segurança, os fãs têm ouvido declarações equivocadas de Tom Hardy que, para a revista Esquire, contou da possibilidade de encampar duas continuações (dado contrato firmado). Recentemente, Hardy teve que se retratar, pela afirmação de que 40 minutos dos quais mais gostou de encenar não estavam presentes na edição final. Uma coisa é certa: quatro simbiontes são vistos na fita: um preto, um azul, um amarelo e um prata, chamado de Riot. No mais, Venom trará violência, medo, festival de impulsividade e insanidade por parte das personagens, além de calafrios no público.

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