Diversão e Arte

Em show na Caixa, Virgínia Rodrigues comemora 20 anos de carreira

Repertório será um passeio pelos discos da cantora

Irlam Rocha Lima
postado em 15/11/2018 06:30

Virgínia Rodrigues é atração no Teatro da Caixa: revelada por Caetano Veloso

Da adolescente de origem humilde, moradora do subúrbio de Salvador, que cantava em corais de igreja, à estrela da música, com passagem pelos palcos de míticas casas de espetáculos de Nova York e Londres. É essa a trajetória de Vírginia Rodrigues, descoberta por Caetano Veloso, quando, em 1997, participava da encenação da peça Bye bye Pelô, com o Bando de Teatro Olodum, dirigida por Marcio Meirelles.

Virgínia, que já se apresentou várias vezes em Brasília, está de volta à cidade com a turnê do show comemorativo de 20 anos de carreira. Ela cumpre curta temporada de amanhã a domingo no Teatro da Caixa. Acompanhada por Bernardo Borísio e Leonardo Mendes (violões), Marco Lobo e Sebastian Notini (percussão) e Iura Ranevsky (violoncelo), tendo o cantor e compositor baiano Tiganá Santana como convidado especial.

Cantora de voz prolixa, que atinge desde notas agudas a tons mais graves, Virgínia trouxe para seu trabalho influências de estilos como o samba e o jazz e também da música clássica; e referências a entes do candomblé e da umbanda. Intérprete sofisticada, com cinco discos lançados, tem o talento reconhecido no Brasil e no exterior.

Lançado no Brasil, Estados Unidos, Europa e Japão, Sol negro, o álbum de estreia, produzido por Celso Fonseca, trouxe composições de Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Djavan e Caetano Veloso, autor da canção-título. Em 2000, a cantora chegou ao público com Nós, CD com o qual homenageou os blocos afro de Salvador, ao entoar músicas do Ilê Aiyê, Olodum, Ara Ketu e Afreketê.

Mares profundos, o terceiro disco de Virgínia, que saiu em 2004, com produção de Caetano Veloso, reúne 11 sambas-afro, compostos por Baden Powell e Vinicius de Moraes, e fecha com Lapinha (Baden e Paulo César Pinheiro). Em Recomeço, de 2008, ela emprestou seu canto camerístico para clássicos como A noite do meu bem (Dolores Duran), Beatriz (Edu Lobo), Por toda minha vida (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Todo sentimento (Chico Buarque e Cristovão Bastos).

O quinto título da discografia de Virgínia, Mama Kalunga está bem representado no repertório do show que ele traz para o público brasiliense, por meio de Ao senhor do fogo azul (Gilson Nascimento), Sou eu (Moacir Santos e Nei Lopes), Luandê (Ederaldo Gentil), Teus olhos em mim (Nizaldo Costa e Roberto Mendes) e a faixa título, que tem a assinatura de Tiganá Santana. A elas se juntam músicas de outros discos, entre as quais Sol negro (Caetano Veloso), Tristeza e solidão (Baden e Vinicius),Noite de temporal (Dorival Caymmi).



Virgínia Rodrigues
Show da cantora, comemorativo dos 20 anos de carreira, acompanhada por banda e participação de Tiganá Santana, sexta e sábado, às 20h e domingo, às 19h, no Teatro da Caixa (Setor Bancário Sul). Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada). Assinante do Correio tem direito a meia-entrada. Classificação indicativa livre. Informações:3206-6456.



Três perguntas / Virgínia Rodrigues



Antes de iniciar a carreira de cantora, qual era sua relação com a música?
Na infância e no começo da adolescência, eu ouvia muito rádio em casa. Naquela época, ao contrário de hoje que há a predominância de determinados gêneros musicais na programação radiofônica, ouvia-se de tudo. Cresci ouvindo Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia, Gal Costa.


Como tem sido a presença de Caetano Veloso em seu trabalho?
O Caetano, desde que me assistiu no espetáculo Bye bye Pelô, do Bando de Teatro Olodum, tem sido importantíssimo para minha trajetória. Além de produzir o Sol Negro, meu disco de estreia, mantêm-se atento ao meu trabalho, dando sugestões e levando a me apresentar no exterior, em palcos como o do Carnegie Hall, em Nova York; e o do Royal Theatre London, em Londres. Além de tudo, é um grande amigo.


Que avaliação faz desses 20 anos de carreira?
É uma data para ser celebrada, pois faço o que gosto, meu trabalho ganhou o acolhimento do público e da crítica e tenho levado meu canto ao Brasil e ao exterior. Em Brasília, por exemplo, sou sempre recebida com carinho. Tomara que, nesses novos tempos, continue tendo liberdade para chegar às pessoas com minha música.

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