Diversão e Arte

Brasília recebe atividades em homenagem ao Dia do Palhaço

Arranha-Céu - Festival de Circo Atual e I will survive são atrações para a data

Rebeca Borges*
postado em 10/12/2018 07:30

A Cia Circênicos apresenta o show Utopia no festival Arranha-céu

Hoje é dia de o respeitável público comemorar ao lado dos mestres da alegria. Em 10 de dezembro, comemora-se o Dia do Palhaço em todo o Brasil. A celebração foi realizada pela primeira vez em São Paulo, na década de 1980 e, ao longo dos anos, alcançou todo o país.

Durante a semana, Brasília recebe atividades que homenageiam a arte da palhaçaria e o universo em que ela está inserida. Este é o caso do Arranha-céu ; Festival de circo atual, uma iniciativa do coletivo Instrumento de Viver. A festa começou na última sexta e vai até este domingo. A iniciativa conta com atividades no Espaço cultural Renato Russo, na 508 Sul, e no Galpão Instrumento de Viver, na Vila Planalto.

Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC) e da Embaixada da França, o Arranha-céu terá nove espetáculos circenses, com grupos como, Circo Teatro Udi Grudi, Trupe de Argonautas, Cia Delá Praká (RJ) e Cia Circênicos. Além disso, o evento terá oficinas, bate-papos e mostra de filmes sobre circo.

Maíra Moraes, uma das curadoras do projeto, conta que a proposta do festival é questionar e debater o papel das artes circenses atualmente. ;A nossa proposta é de assistir o novo circo, o circo contemporâneo, que questiona as subjetividades do ser humano e não apenas que reproduz aquela imagem romântica;, explica Maíra.

Para ela, celebrar o universo do circo durante a semana que homenageia os palhaços no Brasil é importante. ;A palhaçaria é uma arte milenar que tá dentro do circo, dentro do teatro, que está em todos os universos e dialoga muito com todas as artes. Ela traz representatividade e faz o público olhar pra si e rir das suas histórias. A força do riso é muito grande, leva a gente pra outros lugares, desloca o nosso olhar;, ressalta a curadora.

Antônia Vilarinho interpreta a palhaça Fronha há 20 anos

Anos de estrada

Outra atividade que agita a capital nesta semana é o espetáculo I will survive. Nos palcos, a atriz maranhense Antônia Vilarinho se transforma na palhaça Fronha, interpretada há cerca de 20 anos. Nascido no Nordeste, a profissional vive em Brasília há mais de 50 anos, e afirma estar feliz em comemorar a data na capital federal.

Em cena, Fronha, uma mulher com mais de 50 anos de idade, se prepara para realizar uma grande festa de aniversário. Entretanto, os preparativos são interrompidos por imprevistos e diversas reflexões, sobre temas, como envelhecimento e padrões de beleza.

;Dentro dessa busca para comemorar o aniversário, a Fronha lida com a solidão, com o abandono. Isso traz um assunto geral da mulher, das que já estão na menopausa, que já passaram dos 50 anos e que precisam se reinventar para estar com as pessoas;, explica Antônia sobre a temática do espetáculo.

Há 20 anos no cenário, Antônia explica que, do início da carreira até o momento atual, muita coisa mudou: ;Quando eu comecei, era mais difícil pras mulheres porque as palhaças não eram reconhecidas como profissionais. O meio era mais voltado para os homens. Depois, as mulheres ganharam mais espaço e o cenário foi mudando. Hoje, Brasília é um polo, é uma cidade que cresceu muito na palhaçaria, tem muitos festivais, bons palhaços, boas palhaças. O DF tem um momento muito feliz pra palhaçaria;.

Para ela, ;a palhaçaria significa tudo;. Antônia explica que ser palhaça é um ofício poderoso, pois além de trabalhar os sentimentos do público, consegue desenvolver o interior da própria artista. ;Traz muito autoconhecimento e te faz uma pessoa melhor. Ela me fez olhar pra vida, olhar pra mim e me ver uma pessoa melhor nas minhas relações e em tudo que eu faço;, continua a artista.

*Estagiária sob supervisão de Vinicius Nader

Arranha-Céu - Festival de Circo Atual

Espaço Cultural Renato Russo

(508 Sul; 3244-0411) e Galpão Instrumento de Ver (Avenida Belém, Acampamento Rabelo, Casa 11 A - Vila Planalto; 99966-0663)

Até 16 de dezembro. Espetáculos com companhias da cidade, como Circo Teatro Udi Grudi, Circênicos e Trupe de Argonautas, oficinas e rodas de conversa. Ingressos entre R$ 15 (meia-entrada) e R$ 40 (inteira). Verifique a programação completa e a classificação indicativa de cada espetáculo no endereço www.instrumentodever.com.

I will survive

Sesc Garagem (713/913 Sul)

Desta quinta a domingo (16/12), às 20h. Espetáculo em comemoração ao Dia do Palhaço e aos 20 anos de carreira da palhaça Fronha. Ingressos a R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (inteira). Não recomendado para menores de 18 anos.

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