Dois mil e dezoito foi um ano de plena criatividade musical. Artistas consagrados da música brasileira retornaram a indústria fonográfica com álbuns surpreendentes, como Gilberto Gil com OK OK OK, Gal Costa com Pele do futuro, Elza Soares com Deus é mulher e Djavan com Vesúvio. Shows que arrebataram multidões pelo país também deram origem a CDs e DVDs imperdíveis, como Ofertório, do clã Veloso, e De Santo Amaro a Xerém, da parceria entre Maria Bethânia e Zeca Pagodinho. A nova geração também não deixou a desejar: Karol Conka emplacou mais um bom disco com Ambulante, assim como Baco Exu do Blues com Bluesman e Silva com Brasileiro. Bebendo da fonte dos jovens artistas, o Capital Inicial se inspirou e fez Sonora. Conheça abaixo os 10 melhores discos brasileiros de acordo com o Correio Braziliense. Os álbuns são tão bons que podem ainda ser uma opção para presentear os amigos neste Natal.
Confira a lista!
Brasileiro
De Silva. SLAP, 13 faixas. Preço médio: R$ 24,90.
Depois de se debruçar no repertório de Marisa Monte, o cantor Silva lançou um disco de inéditas: Brasileiro. A obra é completamente diferente de tudo que o artista já havia feito, mostrando um amadurecimento na carreira e uma aproximação da sonoridade brasileira. O álbum tem o hit Fica tudo bem, parceria com Anitta ; que projetou o cantor a outros públicos ;, além de composições ao lado de Arnaldo Antunes (Milhões de vozes) e Ronaldo Bastos (Ela voa).
Ambulante
Mostrando a força do rap nos últimos anos, Karol Conka se destacou com o lançamento de Ambulante. O disco mantém o discurso forte e empoderado da rapper, que rima sobre sexualidade, feminismo e negritude. Entre as novidades, a aproximação da sonoridade a outros ritmos além do hip-hop, como o pop, o samba e até o pagode baiano. O disco tem canções como Kaça, Bem sucedida e Vida que vale.
Deus é mulher
De Elza Soares. Deck Disc, 11 faixas. Preço médio: R$ 24,90.
Depois de A mulher do fim do mundo, talvez fosse impossível pensar que Elza Soares se superaria. Mas foi isso que ela fez. Em uma espécie de evolução do trabalho anterior, o disco tem uma sonoridade mais solar e direta, mas mantendo discursos fortes como feminismo, liberdade sexual e religião de matriz africana. Destaque para O que se cala, Exú nas escolas e Banho.
Bluesman
De Baco Exu do Blues. Independente, 9 faixas. Disponível nas plataformas digitais.
O rapper baiano conseguiu trazer uma atmosfera combativa e extremamente autoral de álbuns de Jay-Z, Beyoncé, Rihanna e Kanye West para o Brasil. Em Bluesman, ele apresenta uma sonoridade da batida black, que passeia do rap ao funk e do blues ao soul, debatendo temas atuais, com críticas e provocações sobre a sociedade, a indústria fonográfica e o racismo. Tudo isso sem deixar de ser pop.
Sonora
De Capital Inicial. Sony Music, 11 faixas. Preço médio: R$ 39,90.
Com sonoridade renovada, fruto da aproximação de Dinho Ouro Preto com bandas de rock da nova geração, o Capital chega com um álbum potente e de muito frescor. Nas 11 faixas, o vocalista, Flávio Lemos, Fê Lemos e Ives Passarel (companheiros do Capital) tiveram a decisiva colaboração de músicos do CPM 22, Far From Alaska, em, Velocidade, Invisível e Universo paralelo; e de Gustavo Bertoni, que brilha em Parado no ar.
Vesúvio
De Djavan. Sony Music, 13 faixas. Disponível nas plataformas digitais
As canções de letras sofisticadas e viés pop, marca registrada da obra de Djavan, estão lado a lado com músicas de temática política em Vesúvio, o novo projeto fonográfico do cantor e compositor alagoano. Mas é igualmente prazeroso ouvir tanto as ternas Mãos dadas, Orquídea e Meu romance (gravada em duo com o uruguaio Jorge Drexler), quanto as combativas Solitude e Viver é dever.
Pele do futuro
De Gal Costa. Biscoito Fino, 13 faixas. Preço médio: R$ 34,90.
O 40; disco de Gal Costa revela uma cantora buscando se reinventar em plena maturidade. E não é que uma das mais importantes intérpretes da MPB conseguiu. Em Pele do futuro, ela solta a voz em belas canções como Sublime (Dani Black), Mãe de todas as vozes (Nando Reis), Minha mãe (César Lacerda e Jorge Mautner). Marília Mendonça, a musa da sofrência, fez para Gal Cuidando de longe, que se transformou numa dance music, nas vozes das duas.
De Santo Amaro a Xerém
De Maria Bethânia e Zeca Pagodinho. Biscoito Fino,34 faixas. Preço médio: R$ 56,10.
O improvável encontro de Maria Bethânia e Zeca Pagodinho resultou num dos melhores espetáculos da temporada. O disco traz apenas una música inédita, Amaro e Xerém, de Caetano Veloso. Predominam canções e que marcaram a trajetória desses nomes estelares. Bethânia interpreta Negue, Ronda, sambas de roda; enquanto Zeca ataca de Deixa a vida me levar, Vai vadiar e A voz do morro.
OK OK OK
De Gilberto Gil. Biscoito Fino, 15 faixas. Preço médio: R$ 34,50.
A música que compôs em resposta aos que cobravam seu posicionamento diante do momento de confrontação vivido pelo país deu título ao CD lançado por Gil. Todas as composições gravadas foram feitas após internamentos hospitalares. Com algumas, homenageou médicos que cuidaram dele e pessoas por quem tem afeto. A belíssima balada Prece tem o DNA da genialidade do eterno tropicalista.
Ofertório
De Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso. Universal Music, 28 músicas. Preço médio: R$ 27,90.
A celebração no palco de Caetano Veloso e os filhos, num show que encantou plateias de capitais brasileiras e cidades da Europa ganhou registro ao vivo. O longo repertório junta clássicos como Força estranha, Oração ao tempo e Reconvexo, de Caetano; e as inéditas How beautiful could a being be (Moreno), Todo homem (Zeca) e Clarão (Tom). Tudo para homenagear a Dona Canô, a matriarca dos Veloso.