postado em 21/02/2019 06:30
Em temporada de Oscar, é impossível falar do cineasta Asghar Farhadi sem associar o nome dele ; que terá lançado, hoje, a mais recente obra, Todos já sabem ; à trajetória de reconhecimento do cinema iraniano dentro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Farhadi, há 20 anos empenhado na carreira de diretor, teve feito duplo na conquista de prêmios Oscar de melhor filme estrangeiro: venceu por A separação, há oito anos, e, cinco cerimônias depois, por O apartamento. Todos já sabem marca a estreia do cineasta em filmes de língua hispânica.
Asghar Farhadi tem tanto prestígio, a ponto de perder o Oscar de melhor roteiro original de A separação para o multipremiado Woody Allen, que venceu por Meia-noite em Paris. Ator do longa mexicano Biutiful, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, Eduard Fernández tem um papel coadjuvante de peso na trama do novo Todos já sabem. Entretanto, o drama é estrelado de fato pelo casal de atores (juntos há nove anos, na vida real) Penélope Cruz e Javier Bardem. Operário padrão do cinema hispânico, Ricardo Darín completa o elenco.
Darín, na trama, dá vida a Alejandro, marido de Laura (Cruz), que deixa a Argentina para comparecer à festa de casamento. Afastada do marido e na companhia da filha Irene (Carla Campra), na Espanha, Laura vai rever Paco (Bardem), amante dela, no passado. Um crime e um sequestro coletivo, durante a cerimônia de casamento, faz brotar uma torrente de segredos familiares.
O filme, assim como o longa O passado (também de Farhadi), competiu à Palma de Ouro no Festival de Cannes. Indicado a oito categorias, amargou ainda derrotas na entrega dos prêmios Goya (considerado o Oscar espanhol). Na carreira, o diretor iraniano ainda acumula prêmios no Festival de Berlim (Alemanha): foi melhor diretor, por Procurando Elly (2009) e conquistou o Urso de Ouro, pelo filme A separação (2011).
Sai de baixo ; O filme
; Assinado por Cris D;Amato, que trouxe para o cinema nacional as comédias S.O.S.: Mulheres ao mar (2014) e É fada! (2016), o longa tem roteiro de Miguel Falabella, o Caco Antibes, famoso na trama do programa de tevê exibido por seis anos (até 2002) na televisão. Num enredo atopetado de falcatruas, Caco está na cadeia, enquanto Magda (Marisa Orth) busca novo emprego e Vavá (Luís Gustavo) está sumido. No enredo de cinema, os integrantes da classe média paulistana deixam o apartamento, no Largo do Arouche, a fim de realizarem uma viagem rumo ao Paraná. Com uma nova empregada chamada Cibalena (Cacau Protásio), a popular turma que inclui Ribamar (Tom Cavalcante) e Cassandra (Aracy Balabanian) topa com tipos como o ex-presidiário Banqueta (Lúcio Mauro Filho) e personagens vividos pelos humoristas Castrinho e Ary França.
Querido menino
; Na temporada de premiações do Oscar, Querido menino, ao lado do drama Boy erased ; Uma verdade anulada, foi das ausências mais comentadas. Fita do belga Felix van Groeningen (de Alabama Monroe), a produção alinha o talento dramático de Steve Carell com o de Timothée Chalamet (visto em Me chame pelo seu nome). Baseado em história real, vivenciada por um jornalista norte-americano, o filme mostra a luta de Nic (Chalamet), muitas vezes derrotado, contra o envolvimento com pesadas drogas. Carell vive o pai, em constante estado de sobressalto.
Dogman
; Com exibições restritas, no ano passado, durante a semana batizada de 8 ; Festa do Cinema Italiano, o longa de Matteo Garrone trouxe à capital a visita do ator Edoardo Pesce, coprotagonista da trama, pela qual Marcello Fonte recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. No filme, um homem pacífico e de boa índole, dono de vida pacata ao lado da filha, tem a paciência testada pelo robusto e descontrolado Simone, às voltas com drogas. Uma vingança cada vez mais macabra promete se consumar.
Lembro mais dos corvos
; De Gustavo Vinagre. Entre a relutância e a completa realização, a atriz transexual Julia Katharine desfila episódicos verídicos (ou não) da vida dela, num monólogo.
A morte te dá parabéns 2
; De Christopher Landon. A estudante Tree Gelbman passa pela experiência de antecipar, sistematicamente, a morte dela, num ciclo a ser interrompido apenas pela revelação da identidade de seu assassino.