Diversão e Arte

Diversidade internacional marca a disputa pelo Oscar de melhor direção

Estrangeiros como Alfonso Cuaron e Pawel Pawlikowski estão entre os concorrentes

Ricardo Daehn
postado em 21/02/2019 06:30

Alfonso Cuarón: o diretor mexicano é o favorito para o Oscar, com 'Roma'

;Nada a ver com Hollywood.; Com essa definição para a tonalidade do prestigiado filme que criou, Guerra Fria, o diretor polonês Pawel Pawlikowski pontuou a surpresa de estar lembrado como um dos cinco melhores do ano na lista dos candidatos ao Oscar (a ser entregue domingo). Dado como melhor diretor pelo Festival de Cannes e consagrado (por filme e direção) no European Film Awards, apontado como o Oscar europeu, aos 61 anos, Pawlikowski disputa o Oscar, com o retrato de um romance influenciado ;na estrutura; de vida dos pais dele.

Pawlikowski, há quatro anos, conduziu Ida, um drama em preto e branco que faturou o prêmio de melhor filme estrangeiro. Entre os filmes que ele dirigiu estão o francês Estranha obsessão (2011) e Meu amor de verão (2004), feito no Reino Unido. ;Dinâmicas e conflituosas;, pelo que já comentou, ;as idas e vindas no amor; dos protagonistas de Guerra Fria combinam com o destino do pai e da mãe dele, que ;ao final, muito cansados, só tinham um ao outro;, morrendo, ambos, em 1989.

Outro em terra estrangeira, na disputa pelo Oscar é o cineasta grego Yorgos Lánthimos, na terceira indicação: com o humorado drama histórico de A favorita, compete pela direção e pelo filme, do qual é um dos produtores; depois de concorrer pelo roteiro de O lagosta. Antes, o reconhecimento veio com Dente canino (2009), indicado a melhor filme estrangeiro, e vencedor da mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes. Nesse festival francês, Yorgos abraça reconhecimentos: Cannes ganhou pelo roteiro de O sacrifício do cervo sagrado (2017) e o Grande Prêmio do Júri, por O lagosta (2015). Com A favorita, sobre uma instável rainha britânica, o grego levou o Bafta de melhor filme britânico e ainda o Grande Prêmio Especial do Júri, no Festival de Veneza.

Melhor direção, roteiro original e melhor filme, por Vice, colocam o americano Adam McKay em evidência. Em números, com oito indicações, Vice supera as cinco indicações de A grande aposta, sátira com a qual McKay foi premiado pelo melhor roteiro adaptado, há três anos. Um dos quatro corroteiristas de Homem-Formiga, Adam teve a carreira pavimentada pelas colaborações com o humorista Will Ferrell, desdobradas em filmes como Tudo por um furo (2013) e O âncora: a lenda de Ron Burgundy (2004).

Um espírito de persistência recobre a candidatura ao Oscar do diretor Spike Lee, que obteve um prêmio honorário da Academia, que já afirmou: ;Da noite para o dia, nada acontece;. Depois de quase 40 anos de carreira, Spike Lee recebe a primeira indicação a melhor diretor, por Infiltrado na Klan, e se tornando o sexto negro da história do Oscar. O filme explora a aproximação de um policial negro com a racista Ku Klux Klan, na linha de filmes contestadores de Spike Lee, que incluem Faça a coisa certa (1989) e Malcolm X (1992).



Escalada rumo à estatueta

Mexicano, com forte apego cultural, Alfonso Cuarón é o favorito, por Roma.


Amor em tempo de histeria (1991)
; Arrebatou crítica e público, ao enfocar paixões avassaladoras, num ambiente de desconhecimento da Aids.

[FOTO2]

E sua mãe também (2001)
; Um sensual road movie que (ao lado de Amores brutos) revelou Gael García Bernal, imerso numa robusta paixão juvenil.


A princesinha (1995)
; Orfanato é destino para a criativa menina Sara (Liesel Matthews), que, durante a Primeira Guerra, deixa a Índia para estar em Nova York. Obteve indicações ao Oscar de fotografia e direção de arte.


Grandes esperanças (1998)
; Uma modernização da obra de Charles Dickens, com o Finn Bell (Ethan Hawk) loucamente apaixonado por Estella (Gweneth Paltrow), num panorama em que digladiam um anônimo benfeitor dele e vilã feita por Anne Bancroft.


Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (2004)
; Potter atravessa, na terceira jornada no cinema, medos, com registros da passagem do tempo e de superação.


Filhos da esperança (2006)

; Filme em ambiente de distopia, no qual a humanidade carece de mulheres férteis.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação