Diversão e Arte

Confira os locais mais populares no carnaval de Brasília

Pela primeira vez, Brasília contará com os chamados setores carnavalescos, e o Correio mostra um pouco mais sobre os pontos estabelecidos pelo GDF, como o Setor Sul (Setor Comercial Sul), Setor Norte (Praça dos Prazeres, 201 Norte) e Centro (Estádio Mané Garrincha)

Tarcila Rezende - Especial para o Correio
postado em 02/03/2019 07:30
Divinas Tetas no Setor Bancário NorteAs ruas de Brasília ficarão repletas de foliões pelos próximos quatro dias, com o carnaval. De acordo com a estimativa do Governo do Distrito Federal (GDF), os blocos devem reunir ao menos 1,6 milhão de pessoas e a expectativa é de que 25 mil turistas venham pular aqui na capital.

E como, pela primeira vez, Brasília contará com os chamados setores carnavalescos, o Correio mostra um pouco mais sobre os pontos estratégicos estabelecidos pelo GDF, como o Setor Sul (Setor Comercial Sul), Setor Norte (Praça dos Prazeres, 201 Norte) e Centro (Estádio Mané Garrincha).

Setor Sul

Nos dias de folia, se o público não sabe ainda para onde ir, o destino certeiro para quem quer curtir todos os ritmos é o Setor Comercial Sul. Ultimamente, o espaço já vem sendo muito utilizado pelos produtores culturais para promover eventos, e o local está virando tradição nas noites brasilienses.

Hoje, os trios elétricos começam a circular a partir das 11h, com Bloco RivoTrio e em seguida, às 18h, o Bloco Maria Fumaça ocupa o ponto até as 23h. Serão montados vários palcos no setor. No central, os blocos Sustentável Patubatê e MamaTa Difícil, a partir das 10h. Mais tarde, às 15h, o bloco de música eletrônica Confronto SoundSystem entra no Palco da CAL. A novidade deste ano são os blocos after, às 6h. São eles: o bloco Desmaio, até as 15h, e o Vai virado viado, que termina só às 14h de amanhã.

Para o produtor cultural Raphael Sebba, a experiência dele no SCS é muito significativa. Ele começou em 2016 a fazer uma movimentação cultural por lá com eventos gratuitos e pagos para a ressignificação de um espaço marginalizado. ;Aí começou a repercutir na cidade e, com o tempo, as pessoas começaram a perceber que têm um novo ponto para curtir a cidade, que é superacessível, dá pra chegar de ônibus e metrô;, comenta.

Para Sebba, o principal diferencial do Setor Comercial Sul é a diversidade dos blocos. ;É um ambiente de muito respeito, que todo mundo se sente acolhido, mulher, LGBT. É resistência. Um local para todo mundo ir, desde a criança ao idoso, todos são muito bem-vindos;, convida Raphael.

Setor Norte

O local ganhou o apelido Praças dos Prazeres e a fama após se tornar o quintal cultural do antigo Balaio Café, espaço fundado em 2003, que acabou fechando as portas definitivamente em dezembro de 2015. A Praça dos Prazeres virou tradição para quem quer curtir o carnaval e pode ser uma opção também para quem quiser sair dos blocos e ir fazer um lanche ou almoçar na quadra. O local, assim como o Setor Sul, representa uma forma de festejar a diversidade.

Blocos alternativos desfilam na Praça dos Prazeres, como o É de Nanã, que começa hoje, às 15h. E amanhã, é a vez dos blocos Vai que Cola, Rainhas do Babado e Eixão 44. O local tem sido procurado por mulheres, pela comunidade LGBTQ%2b e negra, que querem evitar assédio durante a festa e reafirmar a resistência das minorias, com ritmos variados, entre marchinhas, funk e música eletrônica.

Para o estudante Lucas Reis, quando o Balaio existia, propunha uma maior ocupação do espaço, quando eram realizadas oficinas, palestras e rodas de conversa, além das festas. Assim, para ele, o espaço era amplamente ocupado por todos os públicos o ano inteiro, não só no carnaval. ;É um lugar legal de se estar porque é bem localizado e tem coisa pra comer e beber perto. Lá, é espaçoso o suficiente para não ser um evento gigante e nem pequeno demais. Acho que as pessoas devem ir lá pra ocupar mais os lugares da cidade. Ali é bom porque não tem muito prédio residencial, então a festa pode ser mais livre;, comenta.


Centro


A programação de carnaval no estacionamento do Estádio Mané Garrincha será mais enxuta, mas isso não significa que não será grandiosa. O local será palco dos maiores blocos carnavalescos de Brasília, como o Babydoll de Nylon, hoje, às 12h, e o Enconsta que cresce, às 15h, na segunda-feira.

Um dos blocos queridinhos do público brasiliense, o Babydoll confirmou presença na folia de 2019, após um ano sem ir às ruas. Um dos carros-chefes do carnaval brasiliense desde 2011, o bloco não desfilou em 2018 após atraso no repasse da Secretaria de Cultura e do patrocínio cedido à festa pela iniciativa privada. Em 2017, o Babydoll reuniu 160 mil pessoas na Praça do Cruzeiro. Fãs chegaram a cogitar a criação de um bloco alternativo, uma homenagem, chamado ;órfãos do babydoll;, mas não chegou deu certo.

A mudança de local parece agradar aos foliões. Para o analista de sistemas Kelvin Paz, o bloco desfilar no Estádio fica mais fácil para a polícia na questão de segurança. ;O novo local vai ser bem melhor. É mais amplo, não tem terra. Além disso, gosto do Babydoll porque Brasília inteira vai estar lá;, afrima Kelvin.

Setor Bancário Norte


Ainda que o setor não seja um dos lugares estratégicos estabelecidos pelo GDF, o SBN é um espaço onde os foliões poderão ter acesso a uma programação inclusiva e democrática. Amanhã terá o Montadas: o Bloco da diversidade, às 15h. Na segunda-feira, os amantes do Tropicalismo poderão vibrar ao som do bloco Divinas Tetas.

Para o administrador Guilherme Travassos, o Setor Bancário Norte é o melhor lugar para o carnaval, não só pela programação, mas também pela localização, que é perto de pontos como a Rodoviária do Plano Piloto e estações do metrô. ;Além disso, lá é amplo e bem iluminado. Quando eu fui, tinha muitos policiais e boas vagas para estacionar. E nem se fala na estrutura do palco e som, que são ótimos;, elogia.

Há quem goste do fato de os blocos do Setor Bancário Norte não serem tão populosos como os que irão se apresentar no estacionamento do Estádio Nacional Mane Garrincha, por exemplo. A estudante Natasha Carneiro passa o carnaval em Brasília desde 2014 e é uma delas. ;Gosto de ir pra esses blocos menos centralizados, porque me sinto mais à vontade. Apesar de muitos casos de roubo e furto, o local fica rodeado por policiais e sempre tem seguranças nas entradas dos blocos e circulando lá dentro;, comenta.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação