Irlam Rocha Lima
postado em 12/03/2019 06:33
Doces recordações. No concerto em que comemora 40 anos de existência, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional vai revisitar o programa que marcou a primeira apresentação do grupo, em 9 de março de 1979, sob a regência do maestro Cláudio Santoro, na reabertura da Sala Villa-Lobos. Na verdade, os 50 músicos, reunidos naquela oportunidade, só dois meses depois é que formariam a Ostncs.
No programa que a orquestra interpretou naquela oportunidade 1979 ; o mesmo que será apreciada hoje, às 20h, no Cine Brasília ; , foram reunidas três peças de Heitor Villa-Lobos: Uirapuru (1917), Choros 10 (1926) e Bachianas Brasileiras n; 4 (1942), que estão entre as mais populares do eterno compositor e pianista brasileiro, nascido
;Os músicos que integravam a orquestra no histórico concerto, há quatro décadas, eram professores e alunos da Escola de Música e da UnB. Do grupo há seis remanescentes na formação atual, Norma Lílian (violoncelo), Paulo César (trombone), Jadiel (trompete), Wilton (contrabaixo), Vaclav (oboé) e Nonato (percussão), além de mim;, lembra o maestro Cláudio Conhen. ;À época, com 16 anos, eu estudava violino na Escola de Música, com a professora Marema Salles;, acrescenta.
Cohen, que vai reger a orquestra esta noite, inicialmente foi do naipe de segundos violinos, em seguida, se tornou solista, spalla e assistente do maestro Sílvio Barbato. Para ele, é ;muito apropriado reeditar, na celebração dos 40 anos da orquestra, o programa daquele concerto de 1979, com, obras do compositor, cujo nome foi dado ao teatro, que estava sendo reinaugurado;.
Segundo o maestro, o papel da orquestra é participar de momentos importantes da arte em Brasília, ;interagindo com a cidade e contribuindo para a formação da cultura clássica do público, que costuma assistir às nossas apresentações;. Em relação ao compositor cuja obra será mostrada nesta noite, ele justifica: ;Villa-Lobos nos deixou um importante legado, que expressa a natureza musical do Brasil. Nada mais natural, também, homenageá-lo no mês em que ele nasceu;.
Na trajetória dos 40 anos, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional realizou incontáveis concertos na capital, em outras regiões do país e no exterior, cumpriu temporadas de óperas e balés, fez gravações, participou de um tributo a Renato Russo e acompanhou vários artistas populares, entre eles, Martinho da Vila, Jerry Adriani, Ivete Sangalo, Zizi Possi, Fernanda Takay. ;Temos atuado também em ações sociais, como o projeto Concertos da Saúde, em hospitais; e levando concertos didáticos à escolas da rede pública de ensino;, conta Cohen.
Memória
A violoncelista Norma Lílian Ramos de Freitas, uma das remanescentes da formação original da Orquestra Sinfônica, guarda na memória o concerto que reabriu o Teatro Nacional Cláudio Santoro, do qual ela tomou parte. ;Para a criação do programa, com peças de Villa-Lobos, o maestro Cláudio Santoro teve a colaboração do maestro Levino de Alcântara, então diretor da Escola de Música. Na peça Choros n; 10, houve a participação de um coro;.
Ela recorda-se que foi o maestro Levino de Alcântara quem a incentivou a se dedicar a instrumento de cordas. ;Ele havia feito um convênio com o Departamento de Música da Universidade de Brasília e fui estudar com o mestre Guerra Vicente. À época, eu fazia parte da orquestra principal da Escola de Música, embrião da Orquestra Sinfônica;.
De acordo com Noma Lilian, para a criação da orquestra houve uma preparação, entre março de 1979 e maio de 1980. ;No início, éramos 50 integrantes, hoje somos 90. O acréscimo se deu com a realização de alguns concursos. Visando o aperfeiçoamento, estudei por dois anos na L;Ecole de Music de Paris. Na volta a Brasília, me tornei bacharel em violoncelo na UnB. Entre 1990 e 1993, fiz mestrado na Universidade de Londres, com licença para estudos de titulação;. Ela conclui: ;Por duas décadas fui a primeira violoncelista da orquestra;.
Concerto comemorativo dos 40 anos
Apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Hoje, às 20h, no Cine Brasília