Carlos Eduardo Oliveira - Enviado especial
postado em 26/03/2019 16:18
Muito se debate de onde vem o eterno namoro de Sir James Paul MacCartney com o Brasil e dos constantes giros de um artista de sua estatura por aqui ; seria pelo fato de deter o recorde mundial de show com maior público presente em todos os tempos, obra e graça da segunda das antológicas apresentações no Maracanã, no Rio, em 1990, presenciada por 184 mil pessoas? Qual o fundo de suas turnês quase anuais que nunca deixam de incluir datas no país, (a mais recente, em 2017), por vezes mapeando praças a principio impermeáveis ao alto escalão do pop internacional, como Goiânia, Vitória e capitais do Nordeste? Mais: de onde vem a urgência de estar constante mente em cena sob os holofotes, seja em Florianópolis, Londres ou no novaiorquino Madson Square Garden?
Em recentes entrevistas, Macca tratou de sepultar quaisquer indícios de recaídas em saudosismos beatle: não, ele não é um ser solitário; afirma ter uma vida particular saudável, com muitos amigos, família coesa, netos ao seu redor. Tampouco sofre, garante, da abstinência de adrenalina que perturba certos artistas (roqueiros, em sua maioria) quando em casa usando pantufas. Dinheiro? Ora, francamente...
Com ingressos quase esgotados, McCartney vem ao Brasil pela nona vez, para shows na próxima semana ; primeiro em São Paulo (Allianz Park, dias 26 e 27, sem bilhetes disponíveis para a primeira noite) e a seguir em Curitiba, no estádio Couto Pereira, no dia 30. Fãs, preparem-se: aos 76 anos, o homem está em plena forma e pilota non stop uma maratona de quase três horas de duração e 39 canções. Vale lembrar que Brasília não entra no GPS do músico desde 2014, quando apresentou a Out There Tour no Estádio Mané Garrincha.
O ás de espadas da vez é Egypt Station, o 25; álbum de sua carreira solo. Lançado em dezembro de 2018, galgou rapidamente o topo das paradas e estabeleceu-se na primeira posição da Billboard. Inclui a sintomática "Back in Brasil ("De Volta ao Brasil"), até recentemente não incluída em shows da The Freshen Up Tour, mas que, ele garantiu, está sendo ensaiada para sua execução em palcos brasileiros.
Muito do brilho de suas apresentações vem da afiada banda que o acompanha há 15 anos, cujo destaque maior é o carismático (e excelente) baterista Abe Laboriel Jr., e que ainda conta com o tecladista Paul Wickens e com o ótimo duo de guitarras formado por Brian Ray e Rusty Anderson ; Macca, como se sabe, é o baixista da trupe. Abe Laboriel, ressalte-se, é dono da "segunda voz" do show, com exímios vocais de apoio complementando o registro de McCartney.
E dá-lhe Beatles: além de novidades extraídas de Egypt Station, mais da metade do setlist é preenchido, claro, com clássicos absolutos e insuperáveis dos Fab Four; entra também na conta a boa fase de McCartney a bordo dos Wings, grupo pós-beatlemania que assina pérolas como Live and Let Die, Let Me In e Band On the Run; cabem ainda curiosidades como In Spite of All the Danger (dos Quarrymen, banda pré-fama formada por John Lennon em 1956, à qual Paul juntou-se no ano seguinte), e mesmo faixas pouquíssimo conhecidas do quarteto de Liverpool (I;ve Just Seen a Face, Being fo r the Benefit of Mr. Kite). Contas feitas, um regalo para paladares os mais variados.
PAUL MACCARTNEY ; THE FRESHEN UP TOUR
SÃO PAULO
Dias 26 e 27 de Março (ingressos esgotados para a primeira apresentação)
Local: Allianz Parque ; R. Turiassú, 1840, Perdizes, São Paulo ; SP
CURITIBA
Dia 30 de Março
Local: Estádio Couto Pereira ; R. Ubaldino do Amaral, 37, Alto da Glória, Curitiba ; PR