Diversão e Arte

Após cinco anos , o Cirque du Soleil volta a Brasília com espetáculo 'Ovo'

Montagem está repleta de brasilidades, tendo a brasileira Deborah Colker como autora, diretora e cenógrafa

Diego Marques*
postado em 01/04/2019 10:09
Cena do espetáculo Ovo, com coreografia da brasileira Débora Colker
O Cirque du Soleil volta a Brasília após cinco anos de ausência. Em cartaz, o espetáculo Ovo, trabalho repleto de brasilidades. Não poderia ser diferente, afinal, a autoria, direção e coreografia dessa turnê são da brasileira Deborah Colker. O Correio assistiu ao show em Belo Horizonte, primeiro destino de Ovo no Brasil, e conta o que esperar da apresentação.

Ao entrar no ginásio, a plateia já se depara com um ovo inflável de cinco metros de altura no centro do palco. As luzes se apagam e o artefato é rapidamente esvaziado para que o show tenha início. O enredo se passa em uma colônia de insetos de diversas espécies diferentes. Formigas, borboletas, grilos, aranhas e besouros. Um mundo de fantasia heterogêneo e diverso, que se assemelha com a realidade da companhia. Afinal, são 50 artistas de 25 países, que convivem em turnês de dez semanas.

[SAIBAMAIS]O grupo de insetos vive em harmonia até ser surpreendido com a chegada de um forasteiro. Trata-se de uma mosca, que surge cansada carregando um ovo, como se fosse uma mochila. Ela aparece confiante e interessada em se enturmar. ;É como se fosse um rapaz de Nova York chegando a uma cidade do interior;, define Nicolas Chabot, da equipe do espetáculo.

Desconfiado, o líder da colônia não recebe o novato muito bem. A mosca busca maneiras de ser aceita, até que vê a Ladybug (joaninha, em tradução livre ) e se apaixona. Enquanto o recém-chegado está distraído com a nova paixão, os demais insetos levam o ovo embora e ele segue a apresentação dividido entre ir atrás da paixão ou perseguir o ovo roubado.

A capixaba Neiva Nascimento interpreta a Ladybug. Ela é a primeira brasileira a protagonizar um espetáculo do Cirque du Soleil. ;Ovo é diferente de todos os shows que eu fiz em todos os países. Eu sinto a responsabilidade de fazer bonito por estar em casa finalmente. Estar aqui tem um toque especial, tem um tempero especial. Apresentar-me no Brasil é indescritível;, revela.


Malabarismo


As confusões entre a mosca, o mestre da colônia e a joaninha são intercaladas pelos atos circenses. E eles são de tirar o fôlego. Em regra, as apresentações seguem um padrão: quando os olhos do público já não conseguem acreditar no que veem, os artistas guardam a cereja do bolo para surpreender ainda mais. São números que beiram o surreal e mostram habilidades humanas difíceis de imaginar.

As formigas fazem malabarismo com os pés, as borboletas parecem dançar balé suspensas por duas fitas de tecido. Besouros se arremessam de um lado para o outro, as aranhas testam os limites da flexibilidade e do equilíbrio. Grilos se jogam de uma parede de seis metros para serem arremessados de volta por uma cama elástica. Tudo embalado por ritmos brasileiros, como carimbó, maracatu, forró e funk. É encantador.

Os malabarismos com acrobacias e plasticidade compõem a cena

Os atores-acrobatas vestem belíssimas fantasias e interpretam os insetos com expressividade. ;Tudo tem que ser de forma muito característica. A Deborah (Colker) pegou firme nessa parte de ter que parecer o inseto. Não pode ficar em pé, não podemos passar como se fôssemos humanos;, confessa Aruna Bataa, contorcionista da Mongólia. Ela interpreta a aranha branca.

A dedicação à prática e repetição dos atos para que tudo saia dentro do planejado é bem clara. ;Eles dormem e acordam pensando nos números. Aliás, são eles mesmos que gostam de preparar os aparelhos que vão usar no show. Uma vez, cheguei aqui para o ensaio e vi o rapaz que faz a aranha cinza (equilibrista sobre uma fita semelhante ao slack line) lendo o livro deitado sobre a linha;, recorda Emerson Neves, treinador geral da trupe de Ovo.

O espetáculo tem duas horas de duração divididas igualmente por um intervalo de 20 minutos. Por mais que se descreva como uma experiência incrível e mágica, assistir a Ovo é sempre surpreendente.

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
Serviço
Ovo

Ginásio Nilson Nelson (SRPN). Dia 5, às 21h. Dia 6, às 17h e às 21h. Dia 7, às 16h e às 20h. Dia 9 e 10, às 21h. Dia 11, às 17h. Dia 12, ás 17h e às 21h. Dia 13, às 14h e às 18h. Ingressos: Setor 3 custa R$ 260 (inteira) e 130 (meia-entrada), o Setor 2 sai por R$ 320 (inteira) e R$ 160 (meia-entrada), já o Setor 1 tem valor de R$ 440 (inteira) e R$ 220 (meia-entrada). O Setor Premium custa R$ 550 (inteira) e R$ 275 (meia-entrada) enquanto o Setor Premium %2b Tapis Rouge custa R$ 900 (inteira) e R$ 450 (meia-entrada). Classificação livre.

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