Diversão e Arte

Exposição no Congresso Nacional homenageia Maurício de Sousa

Honraria se dá em razão de serviços prestados pelo cartunista à sociedade

Robson G. Rodrigues*
postado em 02/04/2019 08:21

Mauricio de Sousa lançou primeira história em quadrinho em 1970

Carismático e sorridente como são seus personagens, Maurício de Sousa, 83 anos, abriu a exposição Maurício de Sousa: Imaginação a serviço da sociedade no Congresso Nacional no último 20 de março. À espera dele, fãs, dos pequenos aos grisalhos, se avolumaram no corredor da Câmara dos Deputados onde estão à mostra quadrinhos que tratam de temas de como direitos das crianças, inclusão, diversidade, ética e cidadania.

Encerrada a cerimônia de abertura, o pai da Turma da Mônica recebeu a reportagem do Correio em um salão do Congresso Nacional. Em parceria, a Câmara dos Deputados e o Instituto Mauricio de Sousa selecionaram trabalhos de responsabilidade social para homenagear o cartunista. A empresa dele lançou mais de 200 campanhas institucionais desde que as revistinhas entraram em circulação em 1970. Entre elas, quatro inserções foram publicadas em 2018, ano eleitoral, a pedido da Câmara dos Deputados.

Exposição

Em parceria, a Câmara dos Deputados e o Instituto Mauricio de Sousa selecionaram trabalhos de responsabilidade social para homenagear o cartunista. A empresa dele lançou mais de 200 campanhas institucionais desde que as revistinhas entraram em circulação em 1970. Entre elas, quatro inserções foram publicados em 2018, ano eleitoral, a pedido da Câmara dos Deputados. sobre os assuntos: Participação e democracia, A importância de estar bem informado, 30 anos de Constituição Federal e Voto consciente. As histórinhas não foram comercializadas e a Câmara não precisou pagar pelo projeto.

Nas histórias de uma página inseridas nas revistinhas veiculadas entre junho e dezembro do ano passado, a turma aprende lições de participação e democracia, importância de estar bem informado, 30 anos enquanto se prepara para eleger presidente do clubinho. ;Foi um ato de generosidade dele abrir espaço para tratar desse tipo de conteúdo de educação política das crianças gratuitamente;. ;A gente fez com todo cuidado para evitar qualquer vinculação com conteúdo político partidária;, explica a coordenadora do projeto, Gisele Rodrigues.

Quadrinho sobre participação e democracia

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco


>> entrevista Mauricio de Souza


A revalorização dos quadrinhos chegou à Turma da Mônica?

Chegou. Tanto que criamos a Turma da Mônica infantil e, quando vi que o pessoal estava indo para o mangá, pensei: ;Bem, se o pessoal gosta de mangá, vai gostar também de um personagem jovem da Turma da Mônica mais ou menos naquele estilo;. Fiz uma história em preto e branco com a turma com entre 13 e 15 anos. Talvez, no futuro, eu tenha que fazer de novo uma transformação, uma história, ou recriação, com a Turma da Mônica adulta, para tratar de assuntos que eu não posso tratar nas revistas infantis e não posso tratar nas revistas de linha juvenis. Então, o negócio é a gente comunicar. E já que eu tenho um público-alvo, que vai de criança até o vovô, eu posso ter a liberdade de criar turmas para todas as idades. Precisamos estudar bem, escrever direitinho, sentir o que está acontecendo e falar a língua do dia e da hora, e os assuntos do momento.


Reivindicações por representatividade tornam mais difícil criar quadrinhos?

Não torna exatamente difícil. Torna que... o estúdio e a produção têm de estar atentos às transformações sociais, para nós não ficarmos falando de coisas desconhecidas para o público que lê nossa revista. Precisamos saber como a crianças estão se comunicando, o jovem está se comunicando. E, quando crescer, como o adulto está se comunicando com os temas mais tendentes que estão vivendo. Caso contrário, não há identificação. Então, eu tenho ainda esse desafio pela frente.

Do que falam os quadrinhos voltados para responsabilidade social?

Fala dos projetos especiais que nós temos, que redundam em revistas especiais, que falam dos mais diversos assuntos. Não são revistas comerciais, de linha. Geralmente, quase totalmente, são distribuídas gratuitamente. Então, isso que é muito importante nesse tipo de produto. Porque é quase um acompanhamento do que está borbulhando, fervendo, na sociedade; no conhecimento daquele momento que o povo, o país, o mundo está vivendo. É uma maneira de caminharmos juntos com a realidade.

Podem ser confundidos com pregação política ideológica?

Política nunca. Nem ideologia. Eu veto, porque muda tanto. As coisas mudam. As linhas políticas de determinado político. Tem uma cara, numa época de uma maneira, depois troca de pessoal, de político, muda tudo. Eu não posso colocar assuntos que sejam pontuais. Que sejam moda de determinado momento. Tenho que fazer sobre coisas já entranhadas na sociedade. Entranhado no nosso dia a dia. Tento evitar temas que estão sendo discutidos ainda. Deixo passar um tempo e vejo o que sobrou, o que restou, o que foi absorvido pela sociedade. E, daí, nós usamos.

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