Diversão e Arte

Exposição traça painel dos grafites feitos em Brasília

Fotos expostas no Museu Vivo da Memória Candanga estão também em livro

Tarcila Rezende - Especial para o Correio
postado em 04/04/2019 06:30

Mostra no Museu Vivo da Memoria Candanga exalta os grafites da capital

Com o propósito de promover um diálogo para despertar um olhar crítico e aguçar o senso estético do público brasiliense para além das galerias de arte, duas mulheres resolveram transformar um livro em exposição. Neste sábado, o Museu Vivo da Memória Candanga inaugura a mostra Entre cores e utopias, que traça um painel dos grafites feitos em Brasília e arredores.

A exposição é fruto do livro homônimo de Renata Almendra com fotografias de Juliana Torres, vai até 25 de maio e conta com mais de 30 imagens das artistas. O livro que originou a mostra reafirma a importância da contemplação, do registro e da interpretação desta forma pública de arte típica das metrópoles.

A mostra é um convite para o público olhar para o Distrito Federal de uma forma diferente da rota que percorre espaços urbanos e arquitetônicos. ;Brasília tem se mostrado cada vez mais diversa, dinâmica e colorida. A cidade cresceu e seus habitantes têm proposto novas formas de apropriação e pertencimento aos seus espaços", conta a autora do livro, Renata Almendra.

Renata afirma que os grafites, assim como outros movimentos urbanos culturais existentes em Brasília, mostram uma cidade que está sendo desmistificada e ocupada de forma livre e criativa pelos moradores. "Atualmente, o grafite em Brasília apresenta centenas de representantes, coletivos e temas, revelando uma multiplicidade de vozes que evocam poesias, protestos políticos e sociais, ideias e reflexões que dialogam diretamente com a experiência cotidiana brasiliense;, relata a autora.

A fotógrafa e arquiteta Juliana Torres, que já registrou fotos pelo Nepal, Tailândia, Camboja, China, Indonésia, Turquia, Índia e em vários países da América, aceitou o convite de Renata com uma certa inocência, sem saber onde o projeto poderia levá-las. ;Por outro lado, senti também que poderia contribuir emprestando o meu olhar, não só de arquiteta e fotógrafa, mas também de cidadã, que tanto utiliza os caminhos dessa cidade;, completa.

Neste diálogo com a história de Brasília, presente no Museu Vivo da Memória Candanga, Renata e Juliana apresentam as cores que tingem de novas possibilidades a utopia de uma cidade planejada, em uma ode aos grafites que inundam a capital transpostos pelas fotografias. ;Este projeto possibilitou expandir ainda mais a minha visão, no sentido de perceber a conversa que os grafites realizam com a cidade. Contrasta a ousadia colorida com a monotonia modernista do concreto cinza", afirma Juliana Torres.

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