Diversão e Arte

Maternidade, casamento e trabalho na mira de Ingrid Guimarães

'De pernas para o ar 3' aposta em história atual

Adriana Izel
postado em 11/04/2019 06:30

Ingrid Guimarães vive uma nova fase de Alice nos cinemas

Há nove anos, Ingrid Guimarães estreou nos cinemas com De pernas pro ar. Assim ela apresentou ao público a história de Alice, uma mulher atribulada no trabalho, que após ser demitida e abandonada pelo marido muda de vida ao abrir uma rede de sex shop com a vizinha Marcela (Maria Paula), a Sex Delícia. O primeiro longa-metragem foi um divisor de águas na carreira de atriz. Ela se viu com um sucesso aos moldes de Os homens são de Marte..., de Mônica Martelli, quando a produção foi assistida por mais de 3,6 milhões de espectadores. A sequência veio dois anos depois, sendo vista por mais de 4 milhões de pessoas. Agora, passados sete anos, a humorista retorna às telonas para mais um capítulo da narrativa de Alice em De pernas pro ar 3, que estreia hoje nos cinemas brasileiros e promete levar grande público às salas.

O filme é o mais diferente da franquia e tem motivo. A direção agora é de Júlia Rezende, que também dirigiu a série brasileira Coisa mais linda, da Netflix, e tem roteiro assinado pela primeira vez por Ingrid Guimarães, que escreveu ao lado de Rene Belmont e Marcelo Saback. A visão feminina está bem aguçada na trama, que se passa anos depois de Alice dar início à Sex Delícia, que se tornou em uma rede de sexshop conhecida por todo o mundo. Por conta disso, a protagonista se vê viajando o tempo todo para diferentes lugares do globo, ao lado da mãe, Marion (Denise Weinberg), mas perdendo diversos momentos especiais com o marido João (Bruno Garcia) e os filhos Paulinho (Eduardo Mello) e Clarinha (Duda Batista), que cresceram distante dela.

A questão familiar é um grande destaque da sequência

Dilemas femininos

E é esse drama bastante comum às mulheres, em conciliar trabalho e família, o ponto inicial do filme. Esse enredo é abordado quando Alice deixa a Sex Delícia nas mãos da mãe e retorna ao Brasil para ficar mais próxima dos familiares. O problema é que, nesse contexto, a protagonista precisa se reencontrar e entender como se encaixar nessa ;nova vida;. Tudo isso é feito de forma bastante madura e atual, mostrando uma visão contemporânea da mulher, que precisa equilibrar os dois aspectos.

A contemporaneidade feminina aparece em outros momentos da fita, como quando Alice precisa lidar com o surgimento de uma concorrente, a jovem Leona (Samya Pascotto), que coloca no mercado um óculos de realidade virtual, prometendo ser uma nova sensação, e se mostra uma grande adversária da Sex Delícia. Isso faz com que Alice queira voltar ao trabalho. Ao abordar a rivalidade entre as duas personagens, a trama fala de sororidade, termo bastante usado pelo movimento feminista para falar da união e da aliança entre mulheres e que derruba essa máxima, de outros tempos, de concorrência.

Apesar de ser o filme mais maduro da franquia, o terceiro longa-metragem não perde o humor, que é característico da saga e que se tornou numa marca nos trabalhos de Ingrid Guimarães. A produção tem cenas rodadas em Paris e, como a própria protagonista revelou em entrevista no ano passado ao Correio: ;Não perde em nada para ;filme gringo;. É uma produção espetacular;. Por ser provavelmente o último filme da saga, Maria Paula está de volta para participação especial. Quem também aparece no longa é o ator Cauã Reymond, em uma ponta de luxo durante os momentos mais engraçados da história.

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