Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

O Terno divulga o terceiro álbum da carreira, em que celebra nova fase

'atrás/além' confirma um momento de virada da banda


Com os três primeiros álbuns, o trio Tim Bernardes, Gabriel Basile e Guilherme d;Almeida ; O Terno, para os íntimos ; atraiu atenção no cenário da música nacional. Os clipes e letras divertidos de faixas como Ai, ai, como eu me iludo e Não espero mais renderam visualizações e reconhecimento da banda que surgiu no palco alternativo e amplia cada vez mais a gama de estilos no novo álbum atrás/além, lançado nesta terça-feira (23/4).

;É um disco que circula em torno de um eixo temático mesmo. Ele tem muito a ver com uma virada de fase da banda;, conta o vocalista, guitarrista e compositor Tim Bernardes. ;É um disco de desapego do que passou, um salto para se lançar para o que pode vir. Isso tudo em um registro típico de afeto, de canções sinceras, canções de amor e de reflexão sobre isso tudo.; A obra, bem amarrada, é composta de 12 faixas.

[SAIBAMAIS]Tim reconhece que, no início do grupo, as referências a determinados ritmos musicais eram mais facilmente identificadas, como com o rock;n;roll. Agora, o estudo mais detalhado e a ampliação da musicalidade da banda tornam o trabalho mais abrangente: ;Já não faz mais tanto sentido falar de todas essas subdivisões, porque é como se a gente já tivesse explorado várias coisas e, agora temos um cardápio completo, transitamos mais livremente;, explica o cantor.

Três singles foram lançados previamente: nada/tudo, Pegando leve e Volta e meia. ;A primeira é uma das músicas mais diferentes das coisas que a gente já fez, uma música mais interna e íntima. Depois, tem Pegando leve, uma música que tem um pé no que O Terno foi, mas já está com o outro pé apontando para esse caminho, mais desconhecido, que a gente explorou nesse disco;, discorre Tim. O terceiro single é parceria com os músicos Devendra Banhart e Shintaro Sakamoto.

O novo trabalho flerta com jazz, MPB, música erudita e até mesmo com o samba, como na faixa Bielzinho, homenagem e brincadeira com o baterista da banda. ;Ela é um ponto meu de descontração no disco;, comenta Tim. É possível notar forte influência de música de orquestra e metais, que já haviam aparecido em oportunidades anteriores no álbum anterior, Melhor do que parece.

Parcerias

Paralelamente ao grupo, Tim conta sobre a experiência de trabalhar com o rapper Baco Exu do Blues no álbum Bluesman, lançado no fim do ano passado. ;O Baco tem as ideias muito claras na cabeça e, ainda que não seja um instrumentista, ele sabe muito bem aonde ele quer chegar;, pontua o cantor. ;Ele veio me procurar pra fazermos uma coisa junto, porque ele tinha gostado do Recomeçar, meu disco solo, o que achei interessante, porque não imaginava que ele fosse se identificar especificamente com o meu disco, que é mais melancólico e na minha cabeça eu imaginava que fosse mais distante de um trabalho de rap.;

Tim Bernardes também teve, recentemente, músicas de sua autoria gravadas por nomes notáveis da música brasileira, como Gal Gosta e Paulo Miklos. ;Essa parte [a composição] é um caminho mais paralelo que eu gosto de seguir;, conta o compositor. A partir do dia 17 de maio, ele sairá em turnê com a banda, em trajeto nacional que começa por São Paulo e chega a Brasília no segundo semestre, ainda sem detalhes confirmados.

Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco.