Diversão e Arte

'É a realização de todos os sonhos', diz Projota sobre o novo álbum

Gratidão é o sentimento do músico, que refaz a própria história no disco 'Tributo aos sonhadores I'

Melissa Duarte*
postado em 26/04/2019 17:47

Projota se destaca como um dos maiores nomes do rap nacional

O rapper Projota faz o sonho acontecer no novo disco, Tributo aos sonhadores I, lançado nesta sexta-feira (26/4). O álbum tem oito músicas inéditas, com várias participações especiais, como a do músico Vitão. As letras vão do romance à crítica social ; uma marca do artista. ;Quero passar uma mensagem de que vale a pena sonhar e de que só vive quem sonha. Quem não sonha só sobrevive;, acredita o artista em entrevista ao Correio.

O CD marca uma década de carreira do cantor fazendo shows ; o primeiro EP, Carta aos meus, foi lançado em 2009. De lá para cá, esse já é o terceiro álbum de estúdio. ;São raros os artistas que conseguem se manter relevantes por dez anos e eu agradeço muito a Deus por isso. Eu recebi tantas boas energias ao longo da carreira e eu só fiz esse disco pra retribuir essa energia para os fãs;, orgulha-se.

Tributo aos sonhadores I se inspira na trajetória do artista. ;Fazer música autobiográfica machuca, botar para fora machuca, mas faz bem. Chorei em umas cinco músicas;, conta. ;Você se lembra de muitas passagens, de várias vezes que você pensou em desistir, tanto é que eu coloco meu pai, meu irmão, minha avó, meus amigos de infância no clipe;, acrescenta o rapper, em referência ao single Celta vermelho, primeira faixa do álbum.

O clipe leva para as telas o momento mais marcante da carreira dele, que aconteceu em 2010. ;Uma vez, numa entrevista, me perguntaram: ;quando foi que você sentiu que você chegou ao sucesso?; Foi exatamente depois de tantos anos cantando que consegui comprar meu carrinho;, relembra o cantor, que comprou o automóvel ;sem ar e sem direção, em 60 vezes;, como diz a letra.

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Projota faz arte sem perder as raízes. ;Eu sou compositor antes de tudo. Antes de ser cantor, de subir no palco, de ser rapper, eu sou compositor. E para compor, precisa viver;, defende o artista, que já escreveu mais de 150 músicas. E tudo pode se transformar em letra. ;(Minha inspiração vem) da minha vontade de viver, da minha troca de energia com as pessoas;, completa. Além das letras, o cantor de 33 anos também assina a produção do álbum. Gravar num estúdio em casa, segundo ele, o deixou ;muito mais solto; para criar e experimentar coisas novas, coisas de que sentia falta.

Inspiração familiar

José Tiago Sabino Pereira (nome de batismo de Projota) perdeu a mãe, Dirce, aos 9 anos, e foi criado pela avó, Dona Lourdes. E é na família que ele encontra a energia necessária para o trabalho. Para isso, tira um tempo para si, joga videogame e visita a avó toda semana, por exemplo. A influenciadora digital Tâmara Contro ; também é fundamental. Os dois vão se casar numa cerimônia religiosa em maio.

[SAIBAMAIS];Eu fui essa semana fazer a prova da minha roupa e tô muito ansioso. Tô louco pra ver o vestido dela; Eu sou muito intenso, apaixonado, ariano... Vou chorar o tempo todo. Só vou parar de chorar quando for dormir;, derrete-se ele, que acabou de se mudar com a jovem para uma nova casa. O casamento civil foi em São Paulo, em 11 de março.

E é Tâmara, também, a primeira pessoa a ouvir as letras que Projota compõe. ;Assim como eu, Tamy tem um gosto bem popular. Quando eu vejo a reação dela, eu vejo a reação do público;, complementa. ;Eu só deixo opinar na minha música quem fala mal. Quem só fala que gostou não adianta nada;, continua o músico. O cantor também se inspirou nela para escrever duas canções do álbum: Numa esquina do universo e Sei lá ; a última também ganhou clipe. Para pedi-la em casamento no ano passado, o músico já havia escrito A voz e o violão.

Outras faixas do álbum são Perto do céu ; homenagem ao cantor Chorão ;, Disco voador, Fora da lei, Dejavu e Mais uma briga no bar. Essa é a primeira parte do CD; a outra está prevista para o próximo semestre. Segundo o artista, a decisão de dividir o álbum foi porque queria que o público ouvisse tudo; originalmente, eram quase 20 músicas. ;Eu vim para ir no contrafluxo: arte pela arte, música pelos fãs. A gente tem que fazer o máximo para não fazer música pelo mercado;, finaliza Projota.

*Estagiária sob a supervisão de Adriana Izel

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