Diversão e Arte

Últimos dias do festival Eicho trazem nomes como Luiz Caldas

Hamilton de Holanda e Nilze Carvalho também estão entre as atrações

Irlam Rocha Lima
postado em 27/04/2019 06:30

Repertório de Luiz Caldas irá de Waldir Azevedo a Joe Pass, sem deixar de fora sucessos como Haja amor

Desde terça-feira, Brasília acolhe o 1; Encontro Internacional de Choro (Eicho), que reúne, predominantemente, nomes representativos da música instrumental do país e dois convidados estrangeiros. Aqui, eles têm participado ativamente do festival, à frente de oficinas, fazendo palestras e apresentando shows, atividades que até ontem ocorreram no Espaço Cultural do Choro.

Hoje e amanhã, instrumentistas consagrados e jovens talentos estarão lado a lado em autênticas maratonas sonoras que ocorrem a partir das 13h, no palco instalado na área externa do Clube do Choro. Nesses shows ; parte final do evento ;, além de chorões, artistas ligados ao samba, frevo e jazz também vão mostrar seus trabalhos.

Músicos reverenciados nacional e internacionalmente, como Hamilton de Holanda, Spok, Yamandu Costa, Luiz Caldas, Moisés Alves e o israelense Yotam Silberstein vão dividir as atenções com os promissores Ian Curi, Tiago Tunes e Matheus Donato ; representantes da nova geração do choro na capital. A eles se juntam professores da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, o regional Choro Livre, o grupo Gypsy Jazz Club e a cantora Nilze Carvalho.

A ausência sentida é a do bandolinista e guitarrista baiano Armandinho Macedo, anunciado como uma das atrações do Eicho, que ficou impedido de participar da programação por conta de acidente que sofreu no começo da semana, andando de bicicleta, no Rio de Janeiro, em que fraturou o braço.

Para Henrique Santos Filho, o Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro, Armandinho tem importância fundamental para a instituição. ;Foram ele e o saudoso Raphael Rabelo, que viabilizaram a reforma e o funcionamento da nossa antiga sede com recursos obtidos num show que apresentaram na Sala Villa-Lobos;, lembra. ;Aqui ele tem marcado presença em todos os projetos, engrandecendo-os com sua técnica e virtuosismo instrumental;, acrescenta.

Músico consagrado

Quem substitui Armandinho é outro músico consagrado, com carreira iniciada em Brasília, o também bandolinista Hamilton de Holanda, que terá a companhia do irmão e violinista Fernando César, com quem formou o hoje mítico Dois de Ouro. ;O Armandinho é um amigo e grande inspiração para o meu bandolim. Eu não podia, de maneira nenhuma, deixar de aceitar o convite da produção do festival. Vou, com todo amor, fazer a substituição e reencontrar os amigos de Brasília e do Clube do Choro. O repertório do show terá por base os discos que gravei para celebrar o centenário de Jacob do Bandolim;, adianta.

Hamilton de Holanda toca Jacob do Bandolim no Clube do Choro

Ian Curi é um dos representantes da nova geração de instrumentistas brasilienses no encontro. Aos 17 anos, com um disco lançado, ele destaca-se nas rodas de choro da cidade, mas já levou o som do seu bandolim ao exterior. ;Por duas vezes estive na Berklee, em Boston (EUA), onde além de fazer cursos, leitura de partituras, harmonia e improviso. aproveitei para mostrar um pouco do que sei como bandolinista, em algumas apresentações;, frisa. ;Participar do Eicho, com músicos da minha geração, como Tiago Tunes e Matheus Donato, é um privilégio;, destaca.

Outro destaque na programação é Luiz Caldas, tido como precursor da axé music. O cantor, compositor e multi-instrumentista vai além dessa denominação. Nos 88 discos que gravou, em 11 ele incluiu choros, gênero que lhe foi apresentado ainda na infância, quando morava em Vitória da Conquista, no interior da Bahia. ;Na apresentação no festival, vou mostrar algumas facetas a minha obra, tocando de Waldir Azevedo a Joe Pass, mas sem deixar de lado sucessos como Fricote, Haja amor, Ajayô e Tieta;, anuncia.

Cantora, compositora e bandolinista, a carioca Nilze Carvalho (ex-Sururu na Roda) se relaciona com o choro desde criança. ;Me iniciei na música tocando cavaquinho. Depois, passei para o bandolim, instrumento que uso em minhas apresentações. Entre 1981 e 1984 lancei quatro LPs de choro, nos quais gravei composições de Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo. Algumas delas estarão no repertório dos show;, diz. ;Mas vou tocar também músicas do Nilze Carvalho ; 40 anos, álbum comemorativo das minhas quatro décadas de carreira;, complementa.

Programação

Hoje

; Ian Cury, Tiago Tunes, Matheus Donato, Júnior Viegas, Moisés Alves, professores da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, Hamilton de Holanda, Fernando César, Yotam Silberstein e Spock Quinteto.

Amanhã

; Gypsy Jazz Club, professores da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, Yamandu Costa, Nilze Carvalho, Choro Livre e Luiz Caldas.

; Nos dois dias, a série de shows tem início às 13h, em palco instalado na área externa do Clube do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 60 e R$ 30 (meia); passaporte para os dois dias R$ 100 e R$ 50 (meia), à venda no local e pelo site www.bilheteria digital.com.com/eicho.

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