Diversão e Arte

'Vingadores: Ultimato' supera a marca dos U$ 350 milhões de arrecadação

Blockbuster está em cartaz em 70 salas de cinema na capital

Ricardo Daehn
postado em 29/04/2019 07:56
Em apenas 24 horas, na China, o longa arrecadou U$ 107 milhões
Mesmo descontada a bilheteria norte-americana ; e que é absolutamente polpuda, até por ter sido o berço criativo de todos os heróis representados no filme Vingadores: Ultimato, que estreou há quatro dias no Brasil ;, o blockbuster já quebra a banca, pelo montante arrecadado no exterior: por enquanto, superou a casa dos US$ 350 milhões. Só na China, em 24 horas, foram arrecadados US$ 107 milhões.

No Brasil, a saga que dá sequência a Guerra infinita foi espalhada por mais de 80% do circuito exibidor, presente em mais de 2,7 mil salas de cinema. A emoção, esparramada em três horas de projeção de aventura, em Brasília, invadiu mais de 70 salas de exibição, e alcançou mais de 200 horários de sessões. Encantados e surpresos pelo andamento dos acontecimentos no filme, os fãs brasilienses quase não conseguem encontrar defeitos no fenômeno cinematográfico de proporções épicas. Confira!

; A voz dos fãs
Mayara Vendrell com amigos e familiares
;Minha prima fez plantão na fila, e comprou 16 ingressos para a família e amigos. Amei muito, muito, até brinquei que achei o filme perfeito. Estava nervosa por não saber bem o que esperar. Com o desenvolvimento da trama, fiquei muito chocada e apreensiva, e não consegui reagir tanto. Achei a Nebulosa uma personagem muito forte. É muito importante que as pessoas percebam o quão cabulosas as mulheres podem ser. O filme tratou da força e da condição de ser um verdadeiro herói.;
Mayara Vendrell, 23 anos, social midia
Érick Bobson de Aquino(31 anos Gerente de Infraestrutura e Suporte) Juliana Kaline Lopes,30 anos, analista de Recursos Humano
;Vingadores: Ultimato é uma carta de amor dos diretores aos fãs da Marvel. Tudo no filme está perfeitamente balanceado, o humor, a carga emocional pesada, e o fã service que aqui está sensacional. Ao sair do cinema, nós (minha noiva Juliana e eu) não sabíamos o que sentir. Foram três horas de uma mistura de sentimentos que só pode ser resumida em uma simples frase: ;Obrigado, Marvel!”.
Érick Bobson de Aquino, 31 anos, gerente de infraestrutura, e Juliana Lopes, analista de recursos humanos, 30 anos

Luiz Curado, 21 anos, estudante e estagiário de audiovisual
;Gostei bastante, até mais do que de Guerra infinita (2018). O filme teria outro sentido, não fosse o fato de os personagens terem ficado na mente e no coração do povo. Gostei, mesmo com o começo lento, em que se sente o abalo do luto e de como protagonistas reagem. Também, mesmo com as três horas de duração, achei que tudo passou ;de boa;. Há três atos definidos e diferentes: drama, uma carga de nostalgia e ainda há o bloco da ação direta.
Luiz Curado, 21 anos, estudante e estagiário de audiovisual
Letícia Zupirolli, 23 anos, empresária
;Não era das fãs absolutas dos filmes de heróis. Mas, passei a gostar muito até por influência do meu marido, Laion. Faz uns três anos que peguei esse gosto. É quase um ritual: agora combinamos com um casal de amigos para estarmos em quase todas as pré-estreias. Pela continuação de Guerra infinita, a expectativa estava bem alta. Achei o filme surpreendente, superando todas as minhas expectativas. No filme, o tempo todo se tem emoção. Nem se sente as três horas passarem.;
Letícia Zupirolli, 23 anos, empresária
João Machado, 36 anos, policial militar ;Foi o melhor filme de todos. Valeu ter aplicado tempo nos 10 anos de produções como espectador. O filme tem pinceladas de muitos eventos da saga. A Marvel sempre mandou bem, então investiu até no feminismo: sou leitor dos quadrinhos, desde os 14 anos, e àquela época, por exemplo, as mulheres não tinham portas de acesso ao universo. No filme, há personagens protegendo outros e mostrando que o heroísmo está em favorecer o próximo, pensando na coletividade, em não apenas em si. Na batalha final, me peguei chorando, como no primeiro filme do Homem-Aranha com o Tobey Maguire. Minha expectativa, agora, é a de ver os heróis da Fox, na Marvel, como é o caso do Homem-Aranha, solo, e Quarteto Fantástico, que sempre emplacou apenas nos quadrinhos.
João Machado, 36 anos, policial militar
; Crítica // Vingadores: Ultimato ***

Um looping de agigantado sucesso

Ação moderada, no todo, mas, quebra-quebra siderado (quando heróis se dispõem na arena da batalha final), um empilhamento de piadinhas, a lacuna da cena pós-crédito e uma inspirada despedida, em cena, na última participação do mestre Stan Lee na telona. Difícil escolher por onde começar a desembrulhar mensagens e absorver a magnitude de Vingadores: Ultimato, assinado por Joe e Anthony Russo.

Uma ampla passagem de tempo, de cinco anos, embutida no roteiro, parece pouco na amortecida do efeito de devastação gerado pelo vilão Thanos (Josh Brolin) que dizimou parte da Terra. Num terreno fúnebre (é preciso sublinhar que há muito teor lúgubre nas primeiras sequências do longa), pouco a pouco, o Homem de Ferro (um memorável Robert Downey Jr.) estipula um trajeto de redenção mental e física, na reorganização do mundo.
Morno na temperatura de arranque, Vingadores: Ultimato se complica um tanto, na narrativa, quando é efetuado um plano que alinha os personagens para reverter mortes dos colegas. Na ambição, e no afã de promover uma catarse entre os reais fãs, a celebração (e revisão) de momentos dispostos em fitas anteriores fica esquemática: fulano e sicrano seguirão para tal ponto do passado, e disso resultará aquele fator e aquela nova conjuntura, e por aí, sequencialmente. Algo cansativo.

Assumindo a premissa de abstração da realidade (sim, há quem teime em esquecer que se trate de uma aventura descompromissada), e sacrificando porção indesejada do roteiro (de muita explicação científica), há um personagem que simplifica o potencial da exploração do reino quântico. Basta que ele mencione, com os colegas uma série de filmes sobre viagens no tempo, em lista que alinha De volta para o futuro e O exterminador do futuro.
Os Vingadores assume atualidade, e com empoderamento pleno, numa cena de tirar o fôlego, as heroínas tomam as rédeas de uma cena de ação. Quem se destaca mesmo é a dúbia Nebulosa (Karen Gillan), ora servil ao pai Thanos, ora independente e vingativa. A importante manopla (que atrelada a joias mágicas, se torna imbatível), em dada sequência, passará de mão em mão, avalizando a comparação com uma coreografia de um jogo de beisebol. É de levantar o ;estádio; de marveletes nas poltronas do cinema.

[SAIBAMAIS]Sobriedade e coragem convergem no andamento da trama do longa de três horas. Em certa escala, parece que Logan (2017) soube fazer escola. Com o fetiche de amontoar dezenas de personagens na tela, os irmãos Russo, vez por outra, não conseguem esconder o arremate da composição de um quadro inanimado ; com todos os personagens condensados numa imagem parada (o que é grave, quando se trata da adaptação de animados quadrinhos). Entre o bíblico, com personagens que voltam ao pó, e o shakespeariano ; em que ;o ser ou não ser; se arquiteta na decisão de quem vestirá a luva de herói (leia-se, o empunhar da poderosa manopla) ;, Ultimato carrega no episódico e arrebata, no arremate de um pacote de emoções nutrido por mais de década.

Um poderoso discurso de despedida e o frenesi causado pela destruição do QG dos Vingadores (numa sequência atordoante) se misturam a concessões de humor (Thor, por exemplo, vira o Aquaman da franquia, depressivo e beberrão), em que um exaurido Hulk, um consternado Homem-Formiga e um caseiro (e vingativo) Gavião Arqueiro mostram seus valores.

Ainda na graça, uma das cenas antológicas é a do guaxinim Rocket desferindo um tapa na cara de Thor. Mas Ultimato é definitivo, e ninguém esquecerá de um abraço sincero que envolve o Homem-Aranha e mais: uma dança agarradinha e acolhedora, ao som de It;s been a long, long time.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação