Agência Estado
postado em 30/04/2019 18:57
Abrir a máquina, tirar a poeira e botar para funcionar. Essa tem sido a ambição da secretaria municipal de cultura e economia criativa. Na manhã desta terça, 30, o secretário Alê Youssef anunciou dez estratégias para a gestão cultural no governo Bruno Covas em evento aberto ao público, no Centro Cultural São Paulo.
O prefeito iniciou o encontro reafirmando a vocação do setor para cidade - e criticou ações de censura à arte e aos artistas. "Da arte é o papel de reivindicar. Quando se quer doutrinar as manifestações culturais, elas deixam de ser manifestações culturais." Youssef falou em ataques à cultura e desde as últimas semanas têm condenado a postura do governo federal sobre a redução do teto Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão. "São Paulo é reconhecida por sua força nesse setor."
Apesar de não anunciar grandes novidades - quem acompanha a atuação da secretaria nas redes sociais não vai estranhar - o secretário detalhou, com a ajuda de sua equipe, ações que envolverão a vocação e a capacidade dos equipamentos municipais até 2020. Composto de dez pontos estratégicos para a Cultura, o objetivo do plano é ampliar parcerias com o setor privado, unificar calendários com instituições, preservar a memória da cidade, fomentar e incentivar iniciativas e grupos, ocupações culturais, aprimorar a formação, e difundir o audiovisual.
Entre as principais ações anunciadas, está a comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna de 22, centrado no Teatro Municipal, comandado pelo ator e palhaço Hugo Possolo, e na Praça das Artes, com uma programação guiada pelo espírito dos modernistas, ao cruzar linguagens artísticas, como a dança, o teatro, a artes visuais, literatura e música.
No cinema, a diretora da Spcine Laís Bodanzky, ressaltou a necessidade do fortalecimento da empresa mista e da plataforma de streaming Spcine Play. "Sem querer desmerecer as outras linguagens, mas cinema é o nosso carro-chefe, importante para São Paulo e para o País. Também o são os vídeos por demanda (VoD). Sobre a plataforma, temos percebido interesse de empresas como a Netflix", afirmou.
Diante das propostas para o biênio 2019/2020, Youssef afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que também pretende criar um observatório para mensurar dados. "Vamos ter um segmento responsável por levantar informações sobre audiência e o impacto das ações realizadas."