Diversão e Arte

Longa com Hillary Swank mostra dilemas diante do Alzheimer

'Tudo o que tivemos' é dirigido por Elizabeth Chomko efoi exibido no Festival de Toronto

Ricardo Daehn
postado em 02/05/2019 06:30

Tudo o que tivemos conta com a premiada Hilary Swank no elenco

Vencedora de Oscar, tanto pelo filme Menina de ouro (2004) quanto por Meninos não choram (1999), a atriz Hilary Swank é dos chamarizes do drama Tudo o que tivemos da cineasta Elizabeth Chomko, que, exibido no último Festival de Toronto, chega ao Brasil, no pacote de estreias desta semana. Na fita, Swank vive Bridget, chef de cozinha que volta para a cidade natal, quando a mãe dela some em meio à nevasca.

Com presenças dos indicados ao Oscar (em anos distintos) Michael Shannon e Robert Forster, o longa mostra os dilemas de uma família quanto ao destino da matriarca (Blythe Danner), diagnosticada com Alzheimer. A permanência dela em casa está condicionada ao resultado dos confrontos entre o pai e demais parentes determinados a considerar a futura estadia numa casa de repouso.

Outra matriarca cercada por dilemas desponta na trama da comédia Meditation park, estrelada por Cheng Pei Pei (a vilã Jade Fox, de O tigre e o dragão) e ainda por Sandra Oh (da série Killing Eve). Igualmente conduzido por uma diretora, Mina Shum, moradora do Canadá (com trânsito em festivais como Berlim, Sundance e Toronto), o longa trata de empoderamento feminino e do recuo de tradições seculares, sendo falado em inglês, cantonês e mandarim.

Em Meditation park, dificuldades e ousadias vivenciadas na terceira idade imperam na vida de Maria Whang, imigrante chinesa muito conectada com a família. Um incidente inesperado coloca Maria numa postura diferenciada, em que passa a valorizar a liberdade e a experimentar. Na trama, o ator Don McKellar vive um papel coadjuvante, mas fundamental: o incompreendido vizinho de Maria.

Luto

Seguindo uma linha de drama, duas fitas chegam ao circuito da capital: Borrasca e Entardecer. Estrelado pelo dramaturgo Mario Bortolloto (o paranaense conhecido por obras como Nossa vida não cabe num Opala), o primeiro filme leva a assinatura de Francisco Garcia e trata de juntar três assuntos densos: luto, amizade e traições extraconjugais.

Já Entardecer é o segundo filme assinado pelo húngaro Laszlo Nemes, premiado com o Oscar pelo drama O filho de Saul (2015). Aclamado pelos críticos no Festival de Veneza, o novo longa trata da Europa antes da Primeira Guerra Mundial, na qual uma jovem (Juli Jakab), dada como órfã, pretende resgatar raízes da família, ao buscar emprego num ramo muito particular: o da venda de chapéus. Será a oportunidade para que reveja valores pessoais.

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