Diversão e Arte

Cada vez mais multifacetada

Em momento de transição completa para o entretenimento, Fernanda Gentil aposta no espetáculo Sem cerimônia

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/05/2019 04:10
Em momento de transição completa para o entretenimento, Fernanda Gentil aposta no espetáculo Sem cerimônia

A jornalista Fernanda Gentil conquistou o Brasil na Copa do Mundo de 2014. A cobertura bem-humorada e leve da competição futebolística fez com que o país se apaixonasse por ela. A partir daí, a carioca foi ganhando cada vez mais espaço na tevê, inicialmente na área esportiva. Depois, aos poucos, principalmente com a constante presença nas redes sociais, ela passou a abocanhar outros espaços. Hoje, Fernanda Gentil está muito mais alinhada ao entretenimento do que ao esporte.

Essa transição é vista pela jornalista como algo natural na carreira. ;Acho que é um processo natural do comunicador. Meu grande sonho na vida era trabalhar com esporte. Eu fiz isso 13 anos, 10 dentro da Globo, e foi doloroso fechar esse ciclo. Foi bem delicado para mim. Eu não imaginava passar por isso depois de tudo que eu tive que abrir mão e fazer para finalmente trabalhar com esporte;, revela.

Esse processo faz parte da peça que Fernanda Gentil lançou neste ano nos palcos e que estreou ontem em Brasília no Teatro Royal Tulip e que tem ainda duas sessões hoje, o espetáculo Sem cerimônia. ;Eu conto isso na peça, esse momento de transição. A vida é feita de ciclos, não tem jeito. A partir disso, o meu grande desafio vai ser experimentar, me desafiar, ousar. E é o que eu tenho feito;, diz.

O primeiro desafio desse novo momento foi fazer a peça teatral. Inicialmente, Sem cerimônia foi um texto escrito por Fernanda Gentil para um formato de palestra ; que ela também faz. A jornalista queria rodar o país dividindo os bastidores das vidas pessoal e profissional e compartilhando mensagens relevantes, algo que ela faz bastante nas redes sociais. Ao lado do produtor Léo Fuchs, nome por trás do sucesso Meu passado não me condena de Fernanda Souza, ela adaptou o roteiro para os palcos. ;O texto é meu, eu escrevi e encontrei o Léo nessa vida e foi uma linda surpresa. Ele, com toda a experiência dele de teatro e produção, entrou com a produção e a gente pariu o Sem cerimônia;, diz.

Sobre possíveis similaridades com o espetáculo de Fernanda Souza, ela diz: ;Não me inspirei na peça da Fernanda, porque quando a gente estava criando o Sem cerimônia eles já estavam na turnê. Mas, sem dúvida nenhuma, a admiração pela Fernanda, pela profissional que ela é, pelo trabalho dela, realmente me dá mais um incentivo para fazer isso. Porque eu via muito o brilho nos olhos deles. Tive a sorte de acompanhar esse finalzinho da turnê (de Meu passado não me condena), porque eu já era mais próxima deles, e via muito o tesão com que eles faziam o negócio. Então, sem dúvida nenhuma foi um empurrão a mais;.

Dinâmica

Com apenas Fernanda Gentil no palco, o Sem cerimônia é uma reunião de relatos e vivências da jornalista, desde divisores de água até situações engraçadas. ;Eu quis criar essa peça para contar um pouco das minhas vidas profissionais e pessoais, muito do que o povo não vê quando só me assiste na tevê. Ou seja, muitos bastidores, histórias por trás das câmeras. Mas principalmente para passar as mensagens que eu sempre quis passar. A gente fala muito de respeito, igualdade, de humanidade, tem muita dinâmica, o público participa bastante. Então, tem sido uma delícia;, conta.

Outro ponto importante do espetáculo é a interatividade. O público tem um papel fundamental para o caminhar da peça. ;Eu preciso da participação do público. A peça só acontece se eles participarem. Então, quando eu sinto que já tem energia boa, público lá em cima e disposto a participar já é meio caminho andando. Eles cantam, respondem, contam um pouco da história deles por meio de perguntas e respostas, preenchem um papelzinho no início, tem uma dinâmica toda pra isso. Não posso falar muito, né? Mas interatividade é o que não falta;, garante.

Para a jornalista, a interação com a plateia é o fato que ela mais gosta em Sem cerimônia e também o mais novo na experiência toda. ;O vivo do teatro não era novidade pra mim, porque eu sempre fiz vivo a minha vida inteira. A novidade é que o palco trouxe para mim foi justamente essa interatividade ali, essa resposta instantânea. Eu nunca trabalhei com o público com uma distância tão pequena como num teatro. Você tem na hora o retorno, se funcionou ou não funcionou aquela piada, aquela brincadeira. Você está ali vendo olho no olho, automaticamente, e bem de perto. Isso pra mim foi a grande novidade e uma delícia também. Acho que foi a grande descoberta do teatro, o tesão maior foi esse. Eu adoro esse contato com o público e poder olhar no olho deles pra mim é a maior vantagem do teatro;, completa.



Sem cerimônia
Teatro Royal Tulip ; Hotel Royal Tulip (SHTN, Tc. 1). Hoje, às 18h30 e 21h. Espetáculo Sem cerimônia com Fernanda Gentil. Texto de Fernanda Gentil e produção de Léo Fuchs. Entrada a R$ 60 (meia), R$ 70 (ingresso solidário) e R$ 120 (inteira). Assinantes do Correio têm desconto de 50% para cada dois ingressos na inteira. Não recomendado para menores de 14 anos.



Três perguntas / Fernanda Gentil


Você não tem medo de se expor nas redes sociais e também aproveita para falar sobre temáticas importantes as quais
está alinhada. Para você é importante esse diálogo com o público?
Rede social é um canhão que todo mundo tem. Todo mundo com a própria proporção, óbvio. Mas é um espaço que a gente tem pra falar justamente isso, o que acha importante, passar as mensagens, que acha que tem que passar. Eu tento muito usar com leveza, alto-astral, bom humor e principalmente acima de tudo com respeito. Acredito muito nesse tipo de troca, com respeito, o tal do bom papo, bom nível, sempre foi o meu lema. E é isso que tento fazer nas minhas redes sociais. Eu acho que funciona, né, porque eu recebo tanto carinho, tanta mensagem boa, um número legal de seguidores, então fico muito feliz com esse retorno.


Você atualmente tem um programa na Rádio Globo. Como tem sido essa experiência para você?
O programa da rádio é uma delícia, O papo de almoço. Realmente uma roda de conversa, uma mesa de bar, uma troca bem natural, bem informal, um bate papo gostoso demais de fazer. Tem tudo disso que eu falei anteriormente, tem todos os ingredientes que eu adoro trabalhar com, que a naturalidade, a boa conversa, o bom papo, o bom nível, então tem sido muito gostoso.


Você saiu do Esporte espetacular para investir em outro projeto na Globo. Como anda esse outro projeto?
Eu não posso falar muito sobre isso, porque não tem muito o que falar. Estamos pensando, bolando e criando o novo projeto.


Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação