As 10 pinturas que Ralph Gehre mostra a partir de hoje em Jogo de simples, na Referência Galeria de Arte, são frutos de uma desconstrução do processo de pintar. É sobre essa prática que o artista quis refletir enquanto produzia. Em tamanhos de 40X50 cm, montadas de uma maneira que lembram uma sobreposição de telas, as superfícies ganharam cortes e dobras antes de receber as cores.
Como se fossem uma colagem, ganharam volume à medida que a superfície era coberta de tinta. ;A pintura está sempre em cima de um volume. A pintura é um corpo. E esse corpo tem que ter membros, volumes, relevos;, avisa Gehre. ;Outro componente importante para mim é a sombra, que é o movimento da cor. Trabalho com a forma como a gente a vê, é o limite do trabalho. A pintura não tem o contorno. Visualmente, ela avança. Essas pinturas se reportam a uns desenhos de tabuleiro, de quadras, um espaço relacional que tem uma situação de campos, que é o meu lugar e o lugar do outro.;
Ralph tomou emprestada uma expressão típica do tênis para dar título à mostra. ;Jogo de simples é quando há só duplas na quadra;, explica. ;Escolhi esse nome porque acho que isso remete à situação da pintura, é uma relação entre eu e ela, e entre ela e cada um que a vê.;
Arte de rua
Um conjunto de 20 telas pintadas em técnica estêncil formam o que Leandro Mello chama de painel. Cada tela da exposição Style, individualmente, forma uma imagem isolada e, quando reunidas, as pinturas dão origem a uma imagem maior. ;São desenhos de pessoas, geralmente com visual muito ligado à rua, o que tem a ver com a questão do grafite. Esses personagens têm a ver com referências que busquei em várias fontes de rua;, garante o artista, cuja origem está no grafite e na pintura de rua. ;Além dessas imagens, estou levando coisas do meu acervo, porque o estêncil é uma matriz que perdura, então, às vezes, aplico em quadro, às vezes na rua.;
Mello tem experimentado suportes como madeira e pedaços de parede, além das telas, e há pinturas sobre todos eles na Galeria Baixo Cobogó. ;Levo para a rua e penduro em poste, em árvore. Estou começando a fazer isso;, conta. A linguagem é sempre o grafite, prática desenvolvida desde o início dos anos 2000. Desde então, a percepção desse tipo de arte mudou bastante. Se antes chegava a locais não convencionais e mais periféricos, hoje é aceito como uma expressão artística. ;Mas já foi marginalizado;, repara Mello.
;As pessoas começaram a observar e a ter uma aceitação estética, a ver valor nisso. Acho que é um processo natural.; Hoje em dia, o artista faz os dois tipos de pinturas: nas ruas e em telas destinadas a galerias. ;Não tenho muita pretensão quando pinto na
rua, é um trabalho muito livre, de forma transgressora mesmo. Aproprio-me do espaço sem autorização e, na galeria, é um ambiente mais
confortável, um lugar para disponibilizar nosso trabalho e buscar um sustento dele também;, garante o artista.
SERVIÇOS
Style
Exposição de Leandro Mello. Visitação até 2 de junho, de segunda a quarta e sexta, das 14h a%u0300s 20h, quinta, das 14h a%u0300s 21h, e sa%u0301bado, das
14h a%u0300s 20h, na Galeria Baixo Cobogó (SCRN 704/705 Bloco E Lojas 51/56)
Jogo de simples
Exposição de Ralph Gehre. Abertura hoje (dia 28/05, terça), das 17h às 22h, na Referência Galeria de Arte (CLN 202 Bloco B Loja 11 ; Subsolo). Visitação até 13 de julho, de segunda a sexta, das 12h às 19h, e sábado, das 10h às 15h. Encontros com o artista: 31 de maio, sexta, às 16h30, e 1; de junho, sábado, às 12h.