Diversão e Arte

Saga de heróis renascidos

Arrasa-quarteirão que coroa as duas décadas da presença dos X-Men nos cinemas, Fênix Negra domina o circuito das estreias, num pacote que inclui nove filmes e a décima edição do Festival Varilux de Cinema Francês

Correio Braziliense
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postado em 06/06/2019 04:08
A ação se prova incessante, em X-Men: Fênix Negra




Há 20 anos, a rentável franquia de cinema para os X-Men, o grupo de heróis criado na parceria de Stan Lee e Jack Kirby, foi impulsionada. Passageiro desta jornada, desde 2006, com o longa X-Men ; O confronto final, o produtor e roteirista Simon Kinberg faz a estreia como diretor no filme X-Men: Fênix Negra, que chega hoje aos cinemas. É o sexto projeto no qual o profissional e assumido fã está associado, com a experiência anterior tendo sido encarada em X-Men: Apocalipse (2016). Com Fênix Negra, desponta o teor de popularidade, destacado por Kinberg, quando se refere à nova saga, no material de divulgação: ;Não é uma história com heróis e vilões e preto no branco;.

Claro que, como aponta o título da série de quadrinhos originada em 1980, pelas mãos dos operários da Marvel Chris Claremont e John Byrne, há uma peculiaridade marcante, nas palavras do diretor ; ;O enredo da Fênix Negra é a parte feminina mais poderosa da história dos X-Men;. Protagonista do longa, na pele de Jean Grey, a atriz Sophie Turner (a Sansa Stark, em GoT) arrisca no material distribuído à imprensa mundial a impressão de uma cor para a aventura ; ;tudo é muito cinza;. Ela completa: ;Existe um realismo na personagem Jean que é doloroso: ela carrega experiência parecida com a de doença mental;.

Depois de uma premissa situada em 1975, o enredo avança por perguntas filosóficas que cercam Jean, muitas vezes inclinada ao silêncio, dado o peso de uma introjetada culpa por episódio traumático. Telepata suprema no universo criativo da Marvel, Jean Grey, já em 1992, sofrerá com manipulação mental e um enorme senso de desorientação, tal qual nos quadrinhos, em que segue firme no compromisso amoroso com Ciclope (Tye Sheridan). A trama do longa praticamente começa quando o grupo X-Men é convocado para restituir a tranquilidade de uma missão espacial. Uma entidade cósmica se valerá da vulnerabilidade do plano de resgate de astronautas montado, às pressas, pelos heróis.

Por coerência, as piadas não despontam num roteiro farto nas situações de tensão. A sina de serem caçados pelos humanos é parcialmente suspensa, na nova aventura da leva de personagens mutantes agrupados na escola do professor Charles Xavier (James McAvoy). Muito da dinâmica se instala numa esfera à la família que envolve os personagens de atores como Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult, Evan Peters, Kodi Smit-McPhee e Alexandra Shipp, pela ordem, intérpretes de Mística, Fera, Mercúrio, Noturno e Tempestade.

;Xavier é muito como um pai que adora seus filhos e acredita que eles são capazes de tudo;, demarcou o ator James McAvoy, há quase uma década encarando o famoso professor da Marvel. Decepções sentidas pelos integrantes do grupo se multiplicam à medida que, no lugar de responsabilidade e seriedade, Xavier se gaba do orgulho de ser diferente, como espécie de treinador dos X-Men, e se afunda numa sensação de paz alcançada frente ao reconhecimento de figurões como o presidente norte-americano.

Devastação pura

Aos poucos, a ;promessa de uma vida melhor;, ofertada aos pupilos por Xavier, se dissolve. Para piorar, uma rede de empilhamento de mentiras cerca, indiretamente, o cotidiano do grupo que, nos quadrinhos, foi apresentado ao mundo em 1963. Recheada de reviravoltas, com direito aos efeitos devastadores de uma explosão solar e de mudanças abruptas no dia a dia dos X-Men, a trama do novo filme vem muito apoiada no conceito de controle mental.

A poderosa música do compositor alemão Hans Zimmer (lembrado pela dezena de indicações ao Oscar) ajuda na criação de denso clima na fita. Também de origem alemã, o astro de Hollywood Michael Fassbender aparece, mais uma vez, na pele do poderoso Magneto. Bastante identificada por fortes personagens femininas, em fitas como A hora mais escura e Armas na mesa, Jessica Chastain dá as cartas, numa presença definitiva para o filme.

Outras estreias

Beatriz
De Alberto Graça. Marjorie Estiano e Sergio Guizé estrelam a história de um casal em crise dadas perspectivas profissionais.

O homem que matou Dom Quixote
De Terry Gilliam. Cineasta grava versão de Dom Quixote na Espanha, com efeitos inesperados na vida cotidiana. Com Adam Driver e Jonathan Price.

Juntos para sempre
De Gail Mancuso. Cãozinho descobre meta na vida: cuidar de uma criança negligenciada.

Memórias da dor
De Emmanuel Finkiel. Escritora busca o marido, preso por ações na resistência durante o nazismo. Com Mélanie Thierry, Beno;t Magimel.

Patrulha canina: Super filhotes
De Charles E. Bastien. Grupo de cães é afetado pela queda de um meteoro em uma baía.

Eu acredito
De Juergen Peretzki e Stacey Peretzki. Desabonado pelo pai, menino assume realização de milagres.

Amazônia groove
De Bruno Murtinho. Documentário esmiúça o leque da música regional amazônica.

A história de um sonho ; Todas as casas do Timão
De Ricardo Aidar e Marcela Coelho. A história, em documentário, do Corinthians.

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