Diversão e Arte

'3%' chega à terceira temporada com universo expandido

Segundo o criador da série, Pedro Aguilera, nova temporada dialoga com a primeira

Mariah Aquino*
postado em 10/06/2019 06:30
A Netflix lançou globalmente, na última sexta, os novos episódios da série brasileira 3%, atração distópica que chega à terceira temporada. Em entrevista ao Correio, parte do elenco e o criador Pedro Aguilera falaram sobre os desafios de desenvolver uma linguagem pouco explorada no país, na qual a produção foi pioneira.

;É um prazer para nós estarmos fazendo uma série de um gênero que pouco se fez aqui no passado;, destaca Pedro. ;Isso pode funcionar tanto como uma barreira quanto como um fator de curiosidade que trouxe muitas pessoas para a série;, completa.
Michele, interpretada por Bianca Comparato, está em destaque nos novos episódios
;É um grande orgulho agora estar chegando nesta terceira temporada, que eu gosto demais em muitos aspectos, é incrível;, comenta Rodolfo Valente, intérprete de Rafael. ;É uma temporada que volta, de alguma maneira, fazendo uns paralelos com a primeira. A cada temporada, o universo vai se expandindo cada vez mais e mostrando diferentes facetas;, adianta o ator.

Nos novos episódios, a personagem Michele, de Bianca Comparato, recebe a difícil missão de construir e manter a Concha, espaço mais justo e com melhores condições de vida para a população do Continente que vive em miséria. Ao contrário do Maralto, paraíso tecnológico que admite apenas 3% das pessoas por meio de um rigoroso processo, a Concha é aberta a todos.

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Esse contexto abre margem para que personagens como Marco (Rafael Lozano), Rafael (Rodolfo Valente) e Joana (Vaneza Oliveira), conhecidos do público desde a primeira temporada, se arrisquem em uma nova chance. Em posição de liderança como criadora, as semelhanças entre Michele e Ezequiel, líder do Processo apresentado no início da série, se tornam cada vez mais nítidas.

Para garantir a sobrevivência e o que acreditam ser melhor para si mesmos e para os outros, cada um age de acordo com o que julga ser mais certo. ;Acho que o bonito desta temporada é que ela veio com menos grandes eventos, mas ela veio com mais embate ético e ideológico;, pontua o ator Bruno Fagundes, que interpreta André. ;A gente conseguiu fazer isso nesta terceira temporada, criamos personagens que não são retos, não são retilíneos, eles têm ali um milhão de coisas acontecendo na cabeça e em uma situação bastante limite;, ressalta.

Pedro Aguilera explica que a melhora na contextualização do universo distópico ;vem da disponibilidade de recursos e da experiência;. Para ele, o desenvolvimento da série em um gênero mais ;caro; exige muita criatividade da equipe. É possível perceber melhoras no roteiro e nos diálogos, que ajudam no desenvolvimento efetivo e rápido das situações, como a trama exige.

;A gente gravou em Osasco, contando com o tempo de ensaio foram uns quatro ou cinco meses. Foi bem intenso porque como a gente tinha mais cenas coletivas nesta temporada então tivemos mais diárias;, conta Vaneza Oliveira. ;Cena coletiva também é um grande desafio porque a gente está falando de uma grande quantidade de pessoas, todos os atores estão ali e a carga de histórias que tem todos aqueles personagens, a relação que o seu personagem tem com cada um;.

A atriz destaca que, com a produção elaborada, a atuação é mais desafiadora. Bruno Fagundes afirma se sentir grato por poder desenvolver novos lados do personagem: ;Essa é a grande delícia de fazer uma série, é aberta, uma obra em continuidade. É muito bom a gente pegar um personagem que a gente já tem intimidade e ver um outro lado dele.;

* Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader

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