Devana Babu*
postado em 19/06/2019 10:06
Começa nesta quarta feira (19/6) a oitava edição do Fliaraxá, o Festival Literário de Araxá, realizado há oito anos na cidade mineira. Com o tema "Literatura, leitura e imaginação", o festival reunirá, entre 19 e 23 de junho, mais de cem autores brasileiros em um evento com livraria, debates, oficinas, música e feira de gastronomia.
Entre os convidados, estão nomes como Alice Ruiz, Conceição Evaristo, Ignácio de Loyola Brandão, Marina Colasanti, Míriam Leitão, Pedro Bandeira e Zuenir Ventura. Curador e idealizador do festival, Afonso Borges explica que o alinhamento conceitual é uma das principais características do evento: ;É um festival que tem temas bem definidos desde o início. Toda a curadoria foi feita ao redor do tema, por isso a programação é dividida por gêneros literários;, explica.
Sempre um papo
Escritor, produtor, empresário e jornalista, Afonso Borges realiza há 33 anos, em Belo Horizonte, o projeto Sempre um papo, em que recebe semanalmente escritores brasileiros para conversar sobre os lançamentos. O papo também rola há 13 anos em São Paulo e há 14 em Araxá, sempre mediado por Afonso, e entre 2003 e 2011 também manteve o Papo em Brasília, no Centro Cultural da Caixa.
Foi esse Papo que deu origem, em 2012, ao Fliaraxá. Realizado em um espaço no centro da cidade, a primeira edição do festival reuniu 25 autores e atraiu 6 mil pessoas. Seis anos depois, mudou-se para um espaço maior, o Tauá Grande Hotel, edifício qualificado como Patrimônio Histórico Brasileiro, e na sétima edição, ano passado, reuniu 120 autores e atraiu mais de 27 mil visitantes.
Clássico atual
Além de homenagear o autor português Valter Hugo Mãe, o festival comemorará o aniversário de 180 anos do escritor Machado de Assis. É por isso, e não por causa do feriado de Corpus Christi, que o festival ocorrerá nestas datas, sendo que normalmente acontece em período letivo para agregar os estudantes.
Afonso qualifica o festival como ;a festa do autor brasileiro;, e depois retifica: ;é a festa do escritor de língua portuguesa!”, salientando o caráter lusófono do festival, que reverencia simultaneamente um mestre português da atualidade e um mestre brasileiro clássico. ;Machado é supermoderno, integrava todos os movimentos. Se ele ainda estivesse vivo, certamente estaria tuitando;, comenta.
*Estagiário sob supervisão de Adriana Izel