Diversão e Arte

Brasília se consolida como grande centro de festivais de música

Na Praia, Bud Basement Brasília Moto Week são apenas alguns dos eventos que agitam a capital durante todo o ano

Adriana Izel
postado em 29/06/2019 06:10

Em seu quinto ano, Na Praia espera receber 300 mil pessoas entre 28 de junho e 8 de setembro, em estrutura na Vila Planalto

Chega o período de férias e de estiagem em Brasília e, com eles, uma leva de festivais a céu aberto, que movimentam a cena brasiliense, criados por produtores locais. Mais do que eventos com atrações musicais, os festivais englobam programação para diferentes tribos e que vão do esporte à gastronomia. De junho até meados de setembro, a capital federal recebe quatro grandes projetos desse porte: Na Praia, que teve início ontem; Brasília Capital Moto Week; CoMA; e Porão do Rock. Sem falar nos que ocorreram, como Funn Festival, entre maio e o último fim de semana de junho, e os que ainda vão ser realizados, como Favela Sounds, que chega à quarta edição em novembro.

Lançado oficialmente ontem, o projeto Na Praia, às margens do Lago Paranoá, na Vila Planalto, é o mais extenso desses festivais em questão de tempo. Com início em 28 de junho e com programação até 8 de setembro, quando está previsto o encerramento, o festival, que chega ao quinto ano, terá 43 dias de eventos realizados entre quinta e domingo, com apresentações musicais de artistas nacionais e locais, atividades infantis, esportivas e de lazer e vila gastronômica, tudo isso em uma estrutura que remete à praia. A expectativa é de receber 300 mil pessoas.

Com o título Na Praia 5 anos: Memórias e sensações, o festival tem como temática o México. Dessa forma, o país será lembrado no cenário, na ornamentação, no nome das festas e também em algumas atrações, como a Vila do Chaves, voltada para o público infantil e até então inédita em Brasília, e o restaurante criado exclusivamente para o Na Praia, Malagueta Comedoria Mexicana, que mistura culinária brasileira e mexicana sob o comando da chef Renata Carvalho.

Em comemoração à marca, o festival ganha algumas novidades, como a maior extensão do espaço e a cara de um ;parque de diversões temáticos com parque aquático inflável e atividades aquáticas como wakeboard e wakesurf. ;A gente vem seguindo o mesmo modelo da estrutura do ano passado, mas ela está mais robusta. Cresceu ainda mais a nossa preocupação com a vizinhança, por isso, temos paredões acústicos maiores;, revela Fernanda Andrade Sales, gerente de projetos do Na Praia.

Em formato de resort, o evento abre agora também aos sábados para que o público possa curtir a tradicional praia, como já ocorria aos domingos. Outra novidade é o reforço de atrações às quintas e às sextas-feiras. ;Também crescemos muito os nossos eventos. Vamos ter uma quantidade maior de Quintas culturais. Remodelamos a sexta-feira, que antes buscava ser um happy hour. Agora a gente está trazendo uma nova proposta com a cara de uma balada jovem. Trabalhamos com ainda mais carinho nas atrações nacionais e aumentamos o número de atrações locais. Porque acho que, além de trazer atrações para o público de Brasília curtir, temos uma responsabilidade muito grande de trabalhar bem as atrações locais para projetar para o público de fora, já que temos mais de 10% de público de fora;, complementa Fernanda.

A programação de estreia contou com a cantora IZA e os DJs Pedro Sampaio e Santti. Hoje é a vez dos sertanejos Gusttavo Lima e César Menotti & Fabiano. Amanhã, estreando o pagode no Na Praia, o festival recebe Mumuzinho e a Banda Eva. Até setembro nomes como Alceu Valença, Marília Mendonça, Lulu Santos, Dilsinho, Anitta e Alok desembarcam na quinta edição do evento.

Motos
O Brasília Capital Moto Week nasceu como um festival para reunir motoclubes. Com o passar dos anos, o evento ganhou ainda mais corpo recebendo famílias e amantes do rock. ;Ao longo dos anos investimos em infraestrutura, comunicação e buscamos pilares do entretenimento para todo o tipo de público. É um desafio muito grande, mas também muito gostoso, tentar se superar a cada ano. Nosso planejamento ocorre no final de julho, já pensando no próximo ano, justamente porque estamos com a cabeça fresca dos pontos positivos e em que podemos melhorar;, analisa Pedro Affonso Franco, um dos organizadores.

Neste ano, a iniciativa chega à 16; edição e terá 10 dias de programação de 18 a 27 de julho, na Granja do Torto. A expectativa é de que mais de 700 mil pessoas passem no evento, incluindo o público internacional, já que de motociclistas de Portugal, do Uruguai e da Venezuela já estão confirmadas. Para trazer esse grande público, o evento investe em novidades. A primeira delas é que o Saloom, bar temática do Moto Week, terá uma capacidade maior e uma programação musical paralela à dos palcos principais.

Em busca do público familiar, o Moto Week terá pela primeira vez um parque de diversões, com brinquedos como roda gigante, além das áreas kids e voltado para o público feminino. Na parte da programação musical ,também há inovação. ;Já trouxemos a maior parte das bandas do perfil musical do festival. Não queríamos uma repetição. Então viemos com a proposta do show do Charlie Brown Jr., que é um tributo que tem imagens do Chorão. Aqui em Brasília a apresentação ainda vai ganhar a presença de duas participações especiais de peso da cena nacional em uma apresentação única;, completa sobre o show Tamo aí na atividade: Celebração a Charlie Brown Jr.

Outro evento tradicional no segmento é o Porão do Rock. Neste ano, o evento, que tem 21 anos de história e está na 22; edição, ocorre em 16 e 17 de agosto, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha (Eixo Monumental), com show de 24 bandas que se revezarão em dois palcos principais. Nesta edição, o evento optou por não buscar recursos públicos. ;Por conta dos percalços, do sofrimento. Em função disso reformulamos o festival;, revela Gustavo Sá, um dos idealizadores.

Assim, o Porão 2.1 chega reeditando alguns aspectos que funcionaram em anos anteriores, como o lounge, espaço reservado e coberto entre os dois palcos principais, com praça de alimentação, área de descanso e banheiros exclusivos. Área kids e de games também faz parte da edição. Há uma negociação para que o evento seja petfriendly, com programação para os bichinhos. ;O festival tem mais de 20 anos, ele tem um público que quer conforto e tranquilidade, e o longe proporciona esse tipo de experiência. Com a área kids, o público pode trazer os filhos, e a área de games busca uma inovação. Estamos sempre nos renovando;, garante Sá.

Mantendo o rock como tradição, o evento traz atrações mais pesadas e outras mais pops que serão divididas conforme o perfil durante os dois dias, sendo o primeiro mais rock;n;roll, tendo Ratos de Porão como um dos destaques, e o segundo mais pop, com o retorno de Pitty. Neste ano, o festival volta a trazer atrações internacionais: Demob Happy e Nuclear Assault. De Brasília, as pratas da casa Raimundos e Rumbora, além das bandas vitoriosas das seletivas. ;Na curadoria, estamos olhando o que está acontecendo no cenário, interagindo com outros festivais. As influências dos artistas, se estão lançando algo... Buscamos também artistas novos, como Supercombo e Far From Alaska, e ainda um contraponto, por isso nomes como Rincon Sapiência;, revela.

Formato diferenciado
Desde a criação o festival CoMA ; Convenção de Música e Arte busca celebrar a música em diferentes aspectos. Não apenas com shows, mas também com compartilhamento de conhecimento e experiências por meio das conferências que ocupam o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, parte da estrutura do complexo montada no gramado em que está a Funarte, o Clube do Choro e o Planetário, no Eixo Monumental. ;A conferência terá uma reformulação. Mas continuamos avaliando que é uma parte importante, e um dos objetivos do CoMa é exportar a cultura de Brasília para o Brasil e para o mundo. Então vamos ter representantes do Canadá, da França, do Chile, da Argentina, para conhecer o som de Brasília. Queremos exportar o som para fora da cidade;, contou Tomás Bertoni em entrevista recente ao Correio.

Em 2019, o evento chega à terceira edição com três dias de evento, de 2 a 4 de agosto. Entre as atrações estão artistas como BaianaSystem, Ney Matogrosso, Maria Gadú e Liniker e os Caramelows, além de uma seleção com nomes locais, algo que também é tradição no festival que busca 50% do line-up formado por artistas de Brasília. ;O objetivo principal do CoMA é divulgar a nova música brasileira e levar uma consciência a partir disso, por meio do line-up. Buscamos artistas que são engajados, que tenham letras legais, que dão suporte ao lado artístico. Achamos que a nova música brasileira tem importância para o Brasil e merece ser divulgada;, afirmou.


O que vem por aí!
De 11 a 16 de novembro, o festival Favela Sounds realiza a quarta edição. Criado em 2016, o evento tem como mote celebrar a cultura periférica do Brasil e do mundo. ;Acredito muito que a grande vocação de Brasília são os festivais, porque temos espaços enormes para serem ocupados, ruas vazias, gramados vazios e um período de seca gigantesco;, analisa Guilherme Tavares, um dos organizadores do Favela Sounds.

Ainda em fase de captação de recursos, o projeto já tem algumas atrações confirmadas, como o grupo de afrofuturismo Gato Preto, que fará a estreia no país. Além de participar do festival em Brasília no dia 16, a banda participará de uma residência artística na Aparelha Luzia, casa de acolhimento LGBT em São Paulo, promovida pelo Favela Sounds em parceria com Institut Goethe.

Outra atividade confirmada, já que o evento se compromete a ter shows e oficinas formativas, é residência com o muralista Dreph. Sob o título Prefixo Favela: sobre Brixton, Sol Nascente e as cores da diáspora, a atividade será de 1; a 16 de novembro, em uma cooperação do festival com British Council e Oi Futuro, por meio do edital Pontes, com o grafiteiro construindo junto com agentes locais e artistas do DF um mural na entrada do Sol Nascente recriando personagens principais da criação do local.



SERVIÇO

Na Praia

Complexo Na Praia (SHTN, atrás da Concha Acústica). De 28 de junho a 8 de setembro. Com shows, festas, atividades esportivas e infantis e vila gastronômica. O valor dos ingressos varia de acordo com a programação, consulte em www.tevejonapraia.com.br. Horário de funcionamento: quinta, das 18h à 0h; sexta, das 17h às 2h; sábado e domingo, das 9h às 2h. Não recomendado para menores de 16 anos. Menores só entram acompanhados pelos pais.

Brasília Capital Moto Week
Granja do Torto. De 18 a 27 de julho. Com shows, parque de diversões e atividades ligados ao motociclismo. Entrada a R$ 25 (meia-entrada e lote promocional). Entrada franca: motociclistas sem garupa e pilotando; deficientes; e moto com garupas até as 18h (segunda a quinta) e até as 15h (sexta e domingo). Classificação indicativa livre.

CoMA ; Convenção de Música e Arte
Complexo CoMA (Eixo Monumental). De 2 a 4 de agosto. Com conferências e shows. Entrada a R$ 50 (meia-entrada) e R$ 100 (inteira). Valores de segundo lote referentes ao passaporte festival que dá direito ao sábado e ao domingo e a festa de abertura na sexta-feira. À venda em https://www.sympla.com.br/coma-2019__500168. Não recomendado para menores de 16 anos.

Porão do Rock
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha (Eixo Monumental). Com shows, área kids e área de games. Em 16 e 17 de agosto. Sexta, a partir das 17h30. Sábado, às 15h30. Ingressos a R$ 50 (meia) e R$ 100 (inteira), por dia; R$ 90 (meia) e R$ 180 (inteira), passaporte. À venda em www.poraodorock.com.br. Não recomendado para menores de 16 anos.

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