postado em 04/07/2019 04:20
Há mais de um ano na estrada, o show em que Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá revisitam Dois e Que país é este?, cultuados álbuns da Legião Urbana, está de volta a Brasília, para apresentação hoje, às 21h30, na Quinta Cultural da quinta edição do projeto Na Praia: Memórias e Sensações. Em 23 de março último, o concerto levou ao delírio 15 mil pessoas presentes ao Ginásio Nilson Nelson.
O guitarrista e o baterista, ex-integrantes da formação original da banda brasiliense, têm a companhia de André Frateschi (vocal), Lucas Vasconcellos (guitarra e violão), Roberto Pollo (teclados e programações) e Mauro Bermana (baixo e direção musical). A turnê já os levou a todas as regiões do país e também a Miami (EUA).
No set list estão em destaque clássicos do rock nacional, com a assinatura de Renato Russo, como Angra dos Reis, Eduardo e Mônica, Faroeste Caboclo, Índios, Quase sem querer, Tempo perdido e, claro, a ainda pertinente Que país é este?, registradas nos discos revisitados. Mas houve a inclusão de consagradas canções dos legionários, gravadas em outros trabalhos da banda, entre as quais Eu sei, Há tempos, Música urbana 2, Será e Vento no litoral.
A maioria delas são interpretadas por André Frateschi, que imprime sua personalidade ao recriá-las. O ator e cantor paulistano tinha apenas 11 anos quando, pela primeira vez, assistiu a um show da Legião. ;Minha mãe, a atriz Denise Del Vechio, à época fazia a peça Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva, que era amigo de Renato, Dado, Marcelo e Negrete. Em turnê pelo país, ela apresentava o espetáculo na Sala Villa-Lobos, e no mesmo dia a Legião fazia show em Brasília e fui com a banda para o Ginásio Nilson Nelson;, lembra.
Quando do lançamento de Dois, Frateschi, já um pré-adolescente, voltou a estar perto da Legião, durante a apresentação no Ginásio Ibirapuera, em São Paulo. ;Paralelamente ao teatro, ao qual me dediquei, sempre fui ligado à música e cheguei a ter banda de rock. Surpreendi-me quando, em 2015, recebi o convite do Dado, de quem havia me tornado amigo, para ser o vocalista do projeto, com o qual ele e o Bonfá iriam celebrar 40 anos do primeiro álbum da Legião;.
Como a série de apresentações obteve uma impressionante repercussão, Dado e Bonfá decidiram fazer um novo concerto, com base no Dois e no Que país é este?, para o qual Frateschi voltou a ser convidado. ;Estamos há mais de um ano na estrada, recebendo uma acolhida calorosíssima do público em todo o país;, festeja Frateschi. ;Ao botar a cara nesta história e perceber a aceitação que recebo das pessoas ao interpretar as músicas compostas pelo Renato Russo, me dá um prazer imenso. São canções que mantêm o frescor, que são necessárias, que precisam ser cantadas no tempo em que vivemos;, afirma;
Quinta Cultural
Programação
11/07 Falamansa
18/07 Lulu Santos
25/07 Nando Reis e Roberta Campos
01/08 Diogo Nogueira
08/08 Roupa Nova
15/08 Djavan
22/08 Alceu Valença
29/08 Capital Inicial
05/09 Zeca Pagodinho
Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá
Show hoje, às 21h30, pela Quinta Cultural do projeto Na Praia (Orla Norte do Logo Paranoá). Antes, a partir das 18h, se apresentam o DJ Jonnes e o grupo Funqquestra; e depois o DJ Cottonete. Ingresso: R$ 71 (valor referente à meia-entrada).
Entrevista/ Marcelo Bonfá
Foi a ótima repercussão do concerto que celebrou os 40 anos do álbum de estreia da Legião Urbana que levou vocês a fazerem o show que tem por base os discos Dois e Que país é este?
De certa, sim. O show anterior ficou dois anos na estrada e continuamos recebendo convites para apresentá-lo quando decidimos parar com a turnê. Como Dois e Que país é este? são discos emblemáticos da Legião, decidimos revisitá-los. Estamos fazendo esse show há mais de um ano, já o levamos a todas as regiões do país. Em alguns lugares, tivemos que voltar, pois houve muitas solicitações para o retorno. As músicas desses álbuns fazem parte da memória afetiva dos legionários.
O show foi apresentado em 23 de março último, no Ginásio Nilson Nelson, e assistido por 15 mil pessoas. Agora vai ser feito na Quinta Cultural do projeto Na Praia. Voltar a tocar em Brasília representa o que para vocês?
Foi em Brasília onde tudo começou para a Legião. A banda faz parte do imaginário de muita gente. O que é mais legal é o fato de os nossos shows serem assistidos por quem nos acompanha desde o começo e por roqueiros das novas gerações. Percebemos isso claramente na apresentação em março, no Nilson Nelson. Ver aquela multidão fazendo coro em praticamente em todas as músicas nos emocionou bastante.
Como no show anterior, neste você e o Dado fazem solo em algumas músicas. Com isso, quiseram ter uma participação mais efetiva?
Somos da formação original da Legião, participamos da gravação de todas as músicas. Elas fazem parte da nossa vida. Portanto, nada mais natural que eu cante Eduardo e Mônica e Vento no litoral, e o Dado interprete Conexão amazônica, Giz e Tempo perdido.
A maioria do set list tem como intérprete o André Frateschi. Como vê a interpretação dele para músicas que eram cantadas por Renato Russo?
O Renato é insubstituível. O canto e carisma que ele possuía são intransferíveis. O André é um ator e cantor talentoso e de grande profissionalismo. Ele se revelou um grande intérprete das canções da Legião e conquistou os fãs da banda desde o primeiro show; além do que está totalmente integrado a esse projeto. Devo destacar também o trabalho dos outros músicos e em especial do Mauro Bermana, diretor musical do show, que criou novos arranjos, sem desvirtuar o que foi proposto pela banda, ao gravar e tocar as músicas.