postado em 06/07/2019 04:22
O único registro ao vivo de um show do baixista Arthur Maia acabou de ser lançado pelo selo Biscoito Fino. O show está disponível em DVD, somente na mídia física, e pode ser adquirido nas lojas ou pelo site da gravadora. Quem não tem mais aparelho de DVD ou o considera uma mídia obsoleta não precisa ficar decepcionado: O conteúdo foi disponibilizado também na forma de um álbum digital nas plataformas de streaming.
Gravado em 2015 no Teatro do Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense, o show mostra o reverenciado músico apresentando um repertório selecionado especialmente para a ocasião, com clássicos que vão de Hey Jude (Lennon/McCartney) a Brejeiro (Ernesto Nazareth), além de composições próprias e parcerias. O músico, compositor e produtor assina ainda os arranjos e a concepção musical do espetáculo, que conta com participações de Ivan Lins e Seu Jorge.
Morto precocemente em dezembro de 2018, aos 56 anos, o baixista não chegou a ver editado o único registro de um show em que ele aparece como astro, e não como acompanhamento luxuoso de artistas como Gilberto Gil e Caetano Veloso. Prolífico compositor, ativo produtor e parceiro generoso, Arthur Maia participou, tocando ou produzindo, de inúmeros trabalhos de uma vasta gama de artistas brasileiros.
E ainda veremos o nome de Arthur Maia em muitas fichas técnicas póstumas. O próximo disco da cantora baiana Guai, no prelo, conta com uma das últimas participações do baixista. O último álbum de Mart;nália, Mart;nália canta Vinicius de moraes, lançado em 2019, tem o dedo de Arthur desde a escolha do repertório até os arranjos. E o novo disco da irmã dela, Cissa Paz, também contou com os pitacos do produtor e do brasiliense Alberto Salgado.
Parceria brasiliense
Alberto Salgado, compositor, produtor e multi-instrumentista, ganhou o Prêmio da Música Brasileira, em 2017, pelo disco Cabaça D;agua, na categoria de Melhor Álbum de Música Regional. Lá na segunda faixa, está ele, Arthur Maia, dividindo a autoria da música com Alberto. Arthur participou também do primeiro disco de Alberto, Além do quintal, de 2019. Desde então, passaram a trocar ideia pelo celular. ;Ele ia pra África com Gilberto Gil e mandava foto;, conta.
Só se conheceram pessoalmente em um evento no clube do choro, para o qual o baixista o convidou para dar palhinha. Alberto cantou nos três dias, e, a partir daí, a amizade foi se fortalecendo. ;Teve um dia em que eu fiquei escondido, não queria cantar, porque não tinha decorado a letra. Falei pra ele que ia ter que sair, só que eu fiquei lá, não perderia o show por nada. Fiquei na plateia e, mesmo assim, ele falou: Cadê o salgado? De repente as luzes se acenderam;, lembra Alberto.
Em outra ocasião, Salgado tinha acabado de chegar de Recife quando Arthur ligou reclamando sua presença. ;Ele era muito engraçado, e falou: ;Onde você tava? Te liguei esses dias todos. Estou em Brasília, vem aqui no hotel, quero fazer umas 20 músicas contigo;, lembra. Fizeram duas. Uma foi a música que entrou no disco premiado. A outra, um samba incompleto que mandariam para Mart;nália. ;Mandei para ela há alguns meses, mas ela ainda estava de luto;, ressalta Alberto.
*Estagiário sob supervisão de Igor Silveira
Arthur Maia ao Vivo
Disponível como álbum virtual nas principais plataformas de streaming, gratuitamente, e em DVD, pelo site do selo Biscoito Fino, por R$ 42.