postado em 24/07/2019 04:08
A cultura, pela linguagem do teatro, da dança, do cinema, da literatura ou das artes plásticas, funciona como um bilhete, só de ida, para novos universos. Em diferentes locais da cidade, exposições têm trabalhos atravessados por questões que giram em torno a um assunto comum: viagens.
A Referência Galeria, na Asa Norte, dá sequência ao projeto de apresentar ao público a produção de artistas jovens e de novos artistas com as mostras Caminho para Lua, de Pedro Gandra, e Imagens de um rio que não me pertencia, do fotógrafo Márcio Borsoi. A primeira leva o espectador a percorrer a narrativa ficcional do pintor. Já a série fotográfica é um passeio pela vida da comunidade ribeirinha de Manaus.
No Boulevard Shopping, a exposição Relíquias do Mundo reúne um acervo de mais de 100 itens que contam a história da humanidade por meio da astronomia, da música, do esporte e do cinema. Confira!
Relíquias do mundo
; Visitação até 31 de agosto, de quarta a sábado, das 13h às 22h, domingos e feriados, das 13h às 20h, no 2; piso do Boulevard Shopping Brasília (STN, Conjunto J, Asa Norte, Brasília ; DF). Valores: Quarta, quinta e sexta: R$ 15 (meia-entrada); R$ 30 (inteira); sábado e domingo: R$ 20 (meia), R$ 40 (inteira) . Entre os itens da exposição Relíquias do Mundo estão os autografados por David Prowse, que deu vida a Darth Vader
Um baú de lembranças dos grandes acontecimentos da música, do cinema, do esporte e do espaço. Assim poderia ser a descrição da exposição Relíquias do Mundo, em cartaz no Boulevard Shopping. Com um acervo de mais de 100 itens originais, a mostra guia o público por uma espécie de túnel do tempo, indo do sucesso pop dos ingleses Beatles, passando pela rivalidade futebolística entre Brasil e Argentina e chegando ao Muro de Berlim.
Relíquias do Mundo oferece um álbum de objetos que representa a história da humanidade dividida por capítulos, como astronomia, música, esportes, política e cinema. Em uma única visita, é possível ver um pedaço da nave Apollo 11, que levou o homem à Lua; meteoritos com 14 bilhões de anos; uma guitarra autografada por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr; um violão autografado pelo rei Elvis Presley; o violão que esteve no palco do Festival Woodstock autografado por Jimi Hendrix, Joe Cocker e muitos outros músicos. A lista não para por aí. A mostra traz o capacete, a capa e o sabre de luz autografados por David Prowse que deu vida a Darth Vader, no clássico Star Wars; o escudo usado pelo Capitão América e camisas autografadas por Pelé e Maradona.
Imagens de um rio que não me pertencia
; Do fotógrafo Márcio Borsoi. Abertura sábado e visitação até 31 de agosto, de segunda a sexta, das 12h às 19h, e sábado, das 10h às 15h, na Sala Acervo da Referência Galeria de Arte (202 Norte, Bloco B, Loja 11 ;Subsolo)
O encontro com o amor despertou no fotógrafo Márcio Borsoi um outro olhar para Manaus. Urbano e minimalista, ele se aventurou em um lugar quase desconhecido, no qual não tinha vontade de voltar, mas que o encantou de alguma forma. Ali, ao observar a vida ribeirinha, construiu o que chama de ;uma crônica visual afetiva;.
A partir de sábado, 20 fotografias e cinco painéis formam a exposição Imagens de um rio que não me pertencia, resultado da pesquisa visual de Márcio no cotidiano e nas lendas das populações ribeirinhas de Manaus. ;O rio é a rua delas, e isso me tocou muito;, comenta o fotógrafo. Nos trabalhos, ele revela detalhes que lhe captaram a atenção e como os períodos de cheia e vazante do rio impõem diferenças. Amante da fotografia desde a década de 1970 e acostumado a fotografar as linhas arquitetônicas de Brasília, Márcio revela que o Amazonas manifesta vivacidade, alma e sentimento.
Caminho para Lua
; Do artista Pedro Gandra com curadoria de Marília Panitz. Abertura sábado e visitação até 31 de agosto, de segunda a sexta, das 12h às 19h, e sábado, das 10h às 15h, na Sala Principal da Referência Galeria de Arte (202 Norte, Bloco B, Loja 11 ;Subsolo)
Caminho para Lua é a primeira exposição individual do artista Pedro Gandra. Nela, o jovem de 24 anos apresenta um recorte dos trabalhos que produziu entre os anos 2018 e 2019 sob o olhar curatorial de Marília Panitz. A tinta acrílica, usada pelo pintor nas telas, parece fluir e escorregar para compor cenários, em sua maioria, noturnos, invocando a solidão e a tensão narrativa entre a paisagem-cenário e os personagens que nela habitam.
;Os trabalhos foram se encontrando e se avizinhando sem que eu determinasse. A paisagem noturna aconteceu naturalmente. Senti que a tensão narrativa ia para o lugar mais forte, que antes não ia atingir. Esse olhar noturno revela certas imagens que a paisagem aberta não revelaria, o mistério consegue ter espaço maior;, comenta o artista. Entre as muitas influências, Pedro destaca os negativos de vidro do fotógrafo Chichico Alkmin.
Não só do fotógrafo, mas a influência da literatura e do cinema na obra de Pedro é uma constante. Guignard, Esopo, La Fontaine, Georges Méli;s e H. J. Wells, Win Wenders, Leonilson, Vania Mignone, Marcelo Solá surgem em um diálogo que aborda todas as linguagens e formas narrativas. Para a curadora Marília, a pintura do jovem artista transparece seu gosto por livros de ficção, dos clássicos aos contemporâneos.