Irlam Rocha Lima
postado em 25/07/2019 06:15
A maioria dos CDs lançados por Nando Reis ao longo de 18 anos de carreira solo reúne no repertório composições autorais. Até este ano, apenas um, o Bailão do Ruivão, trazia regravações, com músicas criadas por autores diversos ; de Agora só falta você (Rita Lee) a Severina Chique Chique (Genival Lacerda).
Em seu 14; álbum, que acaba de ser lançado, Nando deu uma guinada e tanto, ao registrar nas 12 faixas somente canções recolhidas da obra Roberto Carlos. Na escolha do título do trabalho, ele fez um paralelo, nomeando-o de Não sou nenhum Roberto mas às vezes chego perto, deixando claro a admiração pelo Rei.
No show que faz hoje, às 22h, na Quinta Cultural do projeto Na Praia, o cantor paulistano vai interpretar algumas das canções do disco, entre elas os clássicos Amada amante ; primeiro single ;De tanto amor e Todos estão surdos. Mas, no set list, o que predomina são hits marcantes de sua trajetória como All Star, Luz dos olhos, O segundo sol e Relicário.
Quem acompanha Nando é a banda formada por Walter Villaça (guitarra), Felipe Cambraia (baixo), Alex Veley (teclados) e o baterista Pupilo (ex-Nação Zumbi). Antes, sobe ao palco a cantora e compositora mineira Roberta Campos. Logo após a abertura dos portões, entram em ação os DJs Jonnes Veloso e Chicco Aquino.
Gravado no estúdio Space Blues, em São Paulo, no segundo semestre de 2018, Não sou nenhum Roberto mas às vezes chego perto contempla nove parcerias de Roberto e Erasmo Carlos ; as já citadas e mais A Guerra dos meninos, Alô, Nossa senhora, Procura-se e Você em minha vida. Há ainda Abandono (Ivor Lancellloti), Me conte sua história (Maurício Duboc e Carlos Colla), Nosso amor (Mauro Motta e Eduardo Ribeiro) e Vivendo por viver (Cobel e Márcio Greyck). Essas músicas, escolhidas com auxílio de Marcus Preto, abrangem 23 anos da obra de Roberto ; de 1971 a 1994.
Quatro perguntas/ Nando Reis
Com que idade passou a prestar atenção na obra do Roberto?
Aos 15 anos, ouvi pela primeira vez uma canção do Roberto. Até então ainda não havia me detido em nenhum disco dele, pois não fazia parte do meu gosto preferencial. O primeiro que mapeei foi o de 1978, em que ele gravou Força estranha, do Caetano Veloso; e Vivendo por viver, de Márcio Greick, uma das faixas do Não sou nenhum Roberto, mas às vezes chego perto.
Profissionalmente, foi seu primeiro contato com uma música de Roberto e Erasmo?
Participei da gravação CD, mas quem fez o vocal principal foi o Paulo Miklos.
Quando surgiu a ideia de realizar este projeto com as canções do Roberto?
Ocorreu em 2016, quando viajei para uma temporada de férias com Vania, minha mulher, no sítio da família, no interior de São Paulo. No carro, levei uma caixa com 12 discos do Roberto e fui ouvindo, entre São Paulo e a cidade de Jaú. Ali, houve o reencontro com aquelas canções, que costuraram tantos momentos do casal, desde o início do namoro.
Como foi o processo para a liberação das músicas?
Inicialmente, mantive contato com o Dodi Syrena, empresário do Roberto, e falei do meu propósito. Em 2018, o Roberto veio fazer um show em São Paulo e conversei com ele sobre o projeto e submeti a lista das canções pré-selecionadas para aprovação. Ele foi super receptivo. A única que pediu para não ser gravada foi Detalhes, do histórico LP de 1971.
Roberta Campos relê clássicos
Cantora e compositora de destaque da nova geração da MPB, a mineira Roberta Campos é outra atração de hoje da Quinta Cultural. Autora de canções de sucesso como Abrigo, De janeiro a janeiro, Minha felicidade e Todo dia, ela chamou a atenção também pela releitura de clássicos como Casinha branca (Gilson e Joran), Quem sabe isso quer dizer amor (Lô e Márcio0 Borges), além de uma versão personalíssima de My love (Paul McCartney).
O show que Roberta faz nesta noite é o Todo caminho é sorte, que tem por base o repertório de DVD homônimo, com o qual celebra 10 anos de carreira. Ela tem a companhia da banda formada por Fábio Pinc (baixo acústico), Fábio Sá (baixo elétrico), João Erbetta (guitarra e violão), Loco Sosa (bateria e percussão) e Patrícia Ribeiro (violoncelo).
Nando Reis
Show do cantor e banda hoje, às 22h, com abertura de Roberta Campos, na Noite Cultural do projeto Na Praia (Orla Norte do Lago Paranoá). Os DJs Jonnes Veloso e Chico Aquino se apresentam após a abertura dos portões, às 19h. Ingresso: R$ 71 (meia-entrada) mediante a doação e um quilo de alimento não perecível. Não recomendado para menores de 16 anos