Diversão e Arte

Entrevista / Bruno Gouveia

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/07/2019 04:07
Mais de 30 anos se passaram desde a criação da banda. Como vocês vêm fazendo para renovar o repertório e conquistar públicos mais jovens?
Temos um grande orgulho de nosso passado, mas nossas composições buscam sempre o novo, o inusitado. Os últimos trabalhos que fizemos com o produtor Liminha foram um exemplo disso. E não fazemos música visando este ou aquele público. Acho que o trabalho de divulgação acaba sendo mais orgânico. Muitos jovens, por sinal, começam nos conhecendo pelos clássicos que os pais apresentaram a eles e depois descobrem as músicas mais recentes.


O álbum As voltas que o mundo dá (2017) fez muito sucesso, composto apenas com músicas inéditas. Qual é o principal conceito dele? Como foi construído esse projeto?
Apresentamos mais de 30 músicas e, depois de selecionarmos as nossas preferidas para a gravação, nos demos conta de como elas tinham um fio condutor: a imprevisibilidade da vida. As canções falam muito das surpresas boas ou más que a vida nos apresenta. É um dos discos que tenho mais orgulho de ter gravado.


Da mesma maneira, o álbum Perfil ; Biquini Cavadão (2018) vem com uma releitura de sucessos do Biquini Cavadão. Por que renovar as composições marcantes? Qual o objetivo do projeto?
Na hora de selecionarmos as músicas para a série Perfil, vimos que as versões mais executadas nas plataformas digitais não eram as originais, mas as que regravamos em 2007 para um projeto que visava a nos tornar donos de nossos próprios fonogramas. Hoje, músicas como Tédio, Vento Ventania e Timidez existem em versões de nossa propriedade e que fazem tanto sucesso quanto as gravadas na década de 1980 e 1990. Isso nos deu uma independência ímpar em relação a muitos outros artistas. Não lutamos para conseguir as originais das gravadoras, reinventamos os arranjos e as tornamos mais famosas ainda. Fez parte de nossa estratégia artística.


Ano passado vocês estiveram em Brasília. Este ano, novamente, mas em um festival maior. Como é a conexão de vocês com a cidade?
Temos um grande prazer de estar em Brasília, local onde o rock sempre é muito bem recebido. Tocar num evento de tamanha magnitude nos enche de alegria e orgulho. Estamos ansiosos para mostrar o novo disco.


O rock brasileiro ainda vive dos sucessos passados, das décadas de 1980 e 1990. Como vocês percebem o panorama do movimento rock
atualmente no Brasil? Existe alguma banda ou novo artista surgindo que vocês acompanham?
Existe um modismo sertanejo que vem predominando há muitos anos. Isso não quer dizer que as bandas estejam fazendo trabalhos fracos. E posso destacar aqui alguns grupos: Lambreta, Cali, Los Porongas, Selvagens à Procura de Lei, só pra começar. Uma nova onda virá, mais cedo ou mais tarde.


Após os recentes lançamentos, existe mais alguma movimentação para produção de novos projetos para 2019?
O álbum Ilustre Guerreiro deverá ganhar duas novas versões até o fim do ano. Uma deluxe contendo mais músicas como Fui eu, Caleidoscópio e Foi o Mordomo, por exemplo. O outro disco é a versão ao vivo do show que foi gravado no Teatro Bradesco em São Paulo e que já está sendo exibido no canal Music Box. Os vídeos, em breve, irão pro YouTube, e o áudio será apresentado nas plataformas digitais. Sem contar com isso, temos um projeto chamado Vou Te Levar Comigo, em que convidamos artistas inusitados para cantar conosco. O primeiro single foi de Quanto Tempo Demora Um Mês com Matheus e Kauan. E, até o fim do ano, Péricles cantará Janaína conosco. No meio disso tudo, estou lançando um livro contendo minha biografia: É Impossível Esquecer o Que Vivi, pela editora Chiado. Muito sobre minha vida e a do Biquini Cavadão, claro.


Discografia

Álbuns de Estúdio
; 1986 ; Cidades em Torrente

; 1987 ; A Era da Incerteza

; 1989 ; Zé

; 1991 ; Descivilização

; 1994 ; Agora

; 1998 ; biquini.com.br

; 2000 ; Escuta Aqui

; 2001 ; 80

; 2007 ; Só Quem Sonha Acordado Vê o Sol Nascer

; 2007 ; Sucessos Regravados

; 2013 ; Roda-Gigante

; 2017 ; As Voltas que o Mundo Dá

f

; 2018 ; Ilustre Guerreiro (Uma Homenagem a Herbert Vianna)


Álbuns Ao Vivo
; 2005 ; Ao Vivo

; 2008 ; 80 Vol. 2 ; Ao Vivo no Circo Voador

; 2014 ; Me Leve Sem Destino



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