Diversão e Arte

A tela é delas

A revelação de truques atribuídos às mulheres é um dos elementos que puxam a trama de As trapaceiras

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/07/2019 04:08
As trapaceiras, com Anne Hathaway e Rebel Wilson: astúcia feminina

A elegância de Michael Caine se opôs à tosquice de Steve Martin, no longa Os safados (1988); vindos de classes sociais divergentes, em Dois farristas irresistíveis (igualmente saído de comédia idealizada pelos roteiristas Stanley Shapiro e Paul Henning), o algo bronco personagem de Marlon Brando desbancou a garbosidade de David Niven, em meados dos anos de 1960. Passadas décadas e superados padrões de gênero, o longa As trapaceiras é um misto de Os safados e Dois farristas irresistíveis ;, são duas comediantes que ocupam a tela: Anne Hathaway e Rebel Wilson.

Com acréscimo da escrita de Jac Shaeffer (uma roteirista do futuro Viúva Negra), As trapaceiras se fixa em subterrâneas estratégias das ardilosas protagonistas dispostas a, em tom de farsa, flertar com os filmes centrados em tipos criminosos. No fundo, as duas protagonistas querem abusar do poder de manipulação e de influência que têm junto aos homens.

As personagens de Anne Hathaway e Rebel Wilson, pela ordem, se afundam numa elegância britânica e, no caso de Rebel, numa revoltante falta de compostura e vulgaridade ímpar. A perspicácia, entretanto, é comum a ambas. ;Nenhum homem acreditará que uma mulher seja mais esperta do que ele;, opina Josephine (Hathaway), que frequenta, desenvolta, a Riviera Francesa e, entre jogatinas de cassinos, quer se provar imbatível no tabuleiro das conquistas.

Capaz de desorientar, dado o poder de hostilidade, Penny (Rebel Wilson) segue outro ramo: xinga, abaixa o nível e chega, chegando. A crueldade, ao desbancar homens, parece a marca comum às duas protagonistas. Entre os críticos, o representante da conceituada revista Variety apontou que a comédia ;ameaça borbulhar, mas a diversão nunca alcança o topo da taça;.

Na corrida atrás de potes de ouros que veem nos homens que tentam conquistar, Josephine e Penny têm como parceira a policial interpretada por Ashley McGuire (da série This country). Numa eterna perseguição que dá ares de caça entre gato e rato, Josephine e Penny tentam se sabotar, desbancando uma a outra.

Torcendo pela vida

Em As rainhas da torcida, primeiro filme assinado por Zara Hayes. Martha (personagem de Diane Keaton), é diagnosticada com câncer e encara a vida de uma solitária idosa, que, meio ressabiada, retoma o passado escolar, em que atuava como agitada organizadora de torcida, por meio de animadas coreografias.

Estrelado também por Jacki Weaver, Pam Grier, Phyllis Somerville (do recente A vida de Diane) e ainda por Celia Weston (Modern family), As rainhas da torcida aborda uma série de temas relevantes para os integrantes da melhor idade, entre os quais a luta contra preconceitos e a busca pela plenitude na realização de antigos sonhos.

Pelo direito de ser feliz, Martha se une a Sheryl (Jacki) e ambas formam um clube numa comunidade de idosos em que pretendem recuperar a alegria e a autoestima de mulheres com idade avançada.


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