Diversão e Arte

Todo corpo é arte

Preocupado com o autoamor, coletivo que nasceu para ser uma vitrine de vivências realiza evento de body positive hoje

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 27/07/2019 04:09
Coletivo se inspirou no nome e nas cores de pássaro brasileiro

Autocuidado, amor próprio e body positive. Esses são os temas que estão em alta nas redes sociais. O Coletivo Manakin os escolheu para fazer um evento. Para além das máscaras de hidratação facial, o coletivo está preocupado com o bem interior, a autoaceitação do corpo, do ser.

Formado por cinco integrantes, o coletivo nasceu em 2018 para ser uma ;vitrine de vivências;, como conta Mariana Cyncynates, idealizadora do projeto. O nome escolhido, Manakin, é o nome de um pássaro encontrado na região da Amazônia. ;Ele é bem brasileiro, gordinho, colorido e dança, mexe a bunda. É tudo o que a gente gosta;, contou Mariana.

Perfil

Insatisfeita com o trabalho, a idealizadora contou como surgiu a ideia de formar o coletivo. ;Eu tenho dois anos e dois meses no serviço público. Quando eu fiz um mês de trabalho, pensei ;eu odeio esse lugar;. Foi a partir daí que a semente de fazer algo diferente começou a crescer dentro de mim;, disse.

Começou como uma brincadeira. Reunida com alguns amigos, eles pensaram em montar uma academia de dança onde o corpo e as vivências seriam celebrados. Quando viu todos aqueles amigos (que fez na escola de dança) interessados em mudar alguma coisa na cena artística do DF, Mariana viu que poderia, de fato, fazer alguma coisa para transformar a sua insatisfação e a realidade de algumas pessoas.

;Como sou formada em nutrição, já vi muitos problemas de compulsão, depressão. Eu vi que existem problemas e vi que eu tinha oportunidade de me sentir bem na dança. Pensei em unir a dança com essas questões, e disse ;deixa eu me juntar com esse povo que sabe de estudo de caso;, porque meu núcleo pode ser replicado, mais pessoas podem ser salvas desses problemas pela dança;, afirmou Mariana.

Foi então que ela mandou uma mensagem para as quatro pessoas que escolheu ;a dedo; para participar da ideia que teve. Depois de uma primeira reunião de brainstorming e um mês intenso focado nas ideias, o coletivo finalmente saiu do papel, com integrantes de perfis bastante variados.

Caio Viana é estudante do ensino médio e dançarino; Diego Cardallo, professor, coreógrafo e bailarino, e já trabalha na área há 13 anos; Elisa Zaparoli, dançarina e está fazendo um MBA é gestão de projetos na Austrália; Mariana Cyncynates é nutricionista, servidora pública e é dançarina há 24 anos; Larissa Cardoso, estudante de história, monitora de dança e dançarina há oito anos e meio.

Fazer diferença

Ainda sem muita estrutura e orçamento, o Coletivo Manakin começou no instagram (@coletivomanakin). Por meio da rede, eles compartilham histórias, desafios, pensamentos. Tudo elaborado para ajudar quem tem algum problema com o corpo, a sexualidade, o seu ;verdadeiro eu;.

Larissa Cardoso, uma das integrantes, falou sobre o propósito do coletivo. ;O Manakin é uma vitrine. Não é só um espaço de vivência e amor. A gente tem noção de que não vai mudar o mundo, mas vai mudar pessoas, vai fazer diferença na vida de algumas pessoas;, disse. Ela conta que os feedbacks são constantes, pois recebem mensagens no aplicativo dizendo que o conteúdo divulgado inspira quem acompanha.



Evento

Apesar de diferentes, os componentes têm um elo em comum: a dança. Por isso, elaboraram um evento de dança aberto a toda a comunidade para apresentar o coletivo, celebrar o corpo e mostrar que todo corpo é arte (slogan do Manakin). Apesar de relacionados pela dança, eles pretendem estender o coletivo para todas as formas de arte.

Para realizar o workshop, o grupo passou por dificuldade com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF. Como o Centro de Dança do DF está sem portaria e sem edital, nenhum trabalho está sendo avaliado. Com o tempo apertado, foi através de muita conversa que o coletivo conseguiu encaixar o projeto no calendário do centro.

O workshop será ministrado pela professora Naedly, de dança contemporânea, os professores Diego Cardallo e Mariana Cyncynates, de sexy dance e as professoras Natália Tibães e Larissa Cardoso, que darão uma aula de influência de street jazz e dancehall.

*Estagiária sob a supervisão de Igor Silveira



Todo Corpo é Arte - Workshop de dança
Hoje, das 13h30 às 20h. Centro de Dança do DF (SAN Q. 1 Bl. E (61) 3328-4387). Ingresso: 1 kg de alimento não perecível. Classificação indicativa livre.


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