Diversão e Arte

Viviane Araújo fala sobre a carreira e a quebra de estereótipos

Ela está em cartaz no Teatro dos Bancários com a peça A Toda Poderosa

ROBERTA PINHEIRO
Roberta Pinheiro
postado em 28/07/2019 06:12
Ao lado de Maciel Silva, a atriz critica, de maneira bem-humorada, as burocracias brasileiras
Viviane ;intensa; Araújo. Aos 44 anos, a bela traz uma lista de substantivos: modelo, dançarina, rainha de bateria e, mais recentemente, atriz. A carioca começou a carreira na adolescência, em concursos de beleza. Chegou a conquistar o título de Garota do Fantástico, Pantera do Carnaval e, mesmo com a derrota do posto de morena do Tchan para Scheila Carvalho, não hesitou em enfrentar os obstáculos para conquistar seus desejos.

Pelo contrário, Viviane saiu vitoriosa do reality A Fazenda 5, da Dança dos Famosos, estampando inúmeras capas de revistas e permanece esbanjando simpatia. De passagem por Brasília com a peça A Toda Poderosa, na qual interpreta o personagem de Deus, em cartaz no Teatro dos Bancários, ela conversou com o Correio sobre a trajetória e a quebra de estereótipos que enfrentou ao longo da carreira. Desde que entrou na dramaturgia em 2001, na Escolinha do Professor Raimundo, Viviane revelou novos talentos e conquistou o público e os autores. Até 2020, a agenda da atriz está repleta de trabalhos na televisão e no teatro. Confira.


No início, sua imagem estava, de certa forma, vinculada à beleza e o culto ao corpo pelo trabalho de modelo e de rainha de bateria. Hoje, acha que isso mudou? Era algo que a incomodava? Como acha que mostrou outros lados de Viviane Araújo?
Nunca me incomodou das pessoas me acharem um símbolo sexual, bonita e gostosa. No começo, isso ajudou para eu aparecer na televisão. Eu vim do carnaval, eu conquistei meu espaço na mídia, fui conhecida por meio do carnaval. Nunca me incomodou nem me incomoda, mas isso é uma coisa que é secundária para mim. O meu foco é a minha carreira de atriz, mostrar que sou uma atriz, independentemente de estar bonita ou feia, porque a beleza não vai durar para sempre, uma hora ela vai acabar. Então, a minha profissão de atriz vai durar até quando eu tiver 100 anos. É isso que eu busco para mim.


Você sente resistência dos homens quando se deparam com um Deus?
Sinto que os homens estão mais conscientes do papel da mulher na sociedade, do espaço da mulher de uma forma geral. Então, não vejo mais tanta resistência como se tinha antes. Ainda tem um pouco, mas já está bem melhor. E meu papel é uma crítica, uma brincadeira, com qualquer pessoa que se sente um Deus por ter algum poder, por se sentir superior.

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Você se considera feminista?
Posso dizer que sou feminista, mas não sou tão radical. Sou uma feminista, uma mulher que sempre batalhou pelo seu espaço, sempre acreditou que a mulher tem o seu valor, tem o seu espaço na sociedade. Sempre fui em busca disso, do que quis para minha vida, do que acho que tem a ver comigo, do que é melhor pra mim.


Ao longo da carreira, no teatro e na TV, interpretou o gênero comédia. Se sente mais confortável? É o que mais gosta?
Adoro comédia. Essa é a quarta peça de comédia que faço. Me sinto à vontade. É difícil, mas é prazeroso.


Nos seus últimos papéis na TV, você caminhou para o lado do drama, essa guinada foi pensada ou aconteceu naturalmente?
É legal você fazer várias personagens e ter a possibilidade de mostrar várias facetas do que pode fazer como ator. Então, não foi proposital, realmente aconteceu e, para mim, como atriz, foi bem gratificante. É um aprendizado bacana. Comecei fazendo mais comédia e agora ter esse último papel, que foi meu último personagem em O Sétimo Guardião, foi muito bom.


Você se acha todo-poderosa?
Não me acho todo-poderosa (risos). Não mesmo. Me acho uma mulher que vence seus obstáculos, que acredita nela. Eu acredito que eu sou capaz, mas não me acho nada. (risos).


Está em uma fase ascendente da carreira. Quais os próximos planos e anseios?
Graças a Deus minha carreira como atriz está crescendo, está indo bem e eu quero que continue assim. Agora estou com o projeto da Toda Poderosa, depois tem outra peça que vou fazer, tem mais dois projetos para o teatro em 2020 e televisão também está nos meus planos para 2020.


Você fala que a caminhada de um campeão é marcada por humilhações e situações deprimentes, quais foram os principais desafios até agora?
Acredito muito nisso. Ser campeão não é chegar lá e vencer, é o que você enfrentou, é o seu dia a dia, é vencer aquele dia, a sua batalha diária. Os desafios são as coisas que a gente passa no dia a dia. Vencer o seu dia, se aconteceu algo, seja bom ou ruim, você superou da melhor forma, ou não. O que importa é que você sentiu e conseguiu passar por aquilo.


O que pode adiantar do carnaval 2020?
Está lindo, maravilhoso. Continuo como rainha de bateria do Salgueiro (RJ) e da Mancha Verde (SP), com lindos enredos. Vai ser um carnaval também de grande expectativa.


A Toda Poderosa
Teatro dos Bancários (endereço). Hoje, às 20h. Espetáculo com Viviane Araújo e Maciel Silva com direção de Catarina Abdalla. Ingressos a R$ 60 (meia) e R$120 (inteira), assinantes do Correio tem 58% de desconto no valor da inteira na Bilheteria Digital. Ingressos a venda na Bilheteria do Teatro, no site Bilheteria Digital e nas lojas do Conjunto Nacional, Pátio Brasil e Central de Ingressos do Brasília Shopping. Classificação etária: 14 anos

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