Ricardo Daehn
postado em 30/07/2019 06:28
Um dos pioneiros na atividade cinematográfica da capital, o diretor Geraldo Sobral Rocha, 77 anos, morreu, ontem (28/07, segunda), em decorrência de um câncer diagnosticado há menos de um ano. Professor da UnB, em áreas dedicadas à história do cinema e a documentários, ele foi aluno da primeira turma de cinema da UnB.
Antes da aposentadoria precoce, em 1978, por causa de problemas renais, Geraldo Sobral exerceu intensa atividade no meio cultural da cidade. Na Escola Parque (507/508 Sul), com Rogério Costa Rodrigues, fundou um cineclube, tendo ainda criado a Associação do Cineclube de Brasília. Entre 1966 e 1969, foi diretor do Clube de Cinema de Brasília. A convivência foi intensa com colegas da estatura de Vladimir Carvalho, Geraldo Moares e Walter Mello.
Gastronomia
Integrante do quadro desde a implantação da Associação Brasileira de Documentaristas (DF), Geraldo Sobral ficou muito conhecido pela investida com o filme Brasília, ano 10 (restaurado e reexibido em sessões do Festival de Cinema de Brasília), produção de 1970, encomendada pelo Departamento de Turismo, mas célebre por ter abandonado o formato institucional, e atento às transformações sofridas pela, à época, jovem capital.
No ramo da gastronomia, Geraldo Sobral igualmente foi atuante, tendo sido um dos donos do Beirute, além de ter investido em locais que marcaram a boemia da cidade, como o Estação 109 e o Moinho. ;Tínhamos um bom astral, ótimas conversas (nos bares). Sinto muita falta, morro de saudades. Tratava-se mais de uma reunião de amigos do que um empreendimento;, afirmou. Geraldo chegou à capital, em 1964, tendo sido um dos agentes para o estímulo da criação do Festival de Cinema de Brasília. O velório será hoje, na capela 6 do cemitério Campo da Esperança, das 12h às 15h. A pedido do professor e cineasta, que deixa a mulher, Edla Maria (mais conhecida por Dininha), e os filhos Marta e Roberto, o corpo será cremado.