Diversão e Arte

Todo o embalo de Diogo Nogueira

postado em 01/08/2019 04:09
Nome de maior destaque da geração de sambistas surgida no fim da década passada, Diogo Nogueira tem muito o que comemorar. Em 12 anos de carreira, lançou nove CDs, quatro DVDs, vendeu mais de um milhão de cópias e foi indicado para o Grammy Latino por todos esses trabalhos, tendo conquistado o troféu em dois deles.

Tem mais: apresentador do programa Samba na Gamboa, na TV Brasil desde 2008, ao participar recentemente do quadro Show dos Famosos, no Domingão do Faustão, exibiu a faceta de performacer, interpretando artistas da música com estilos diversos ; de Cauby Peixoto a Ray Charles, passando por Beto Barbosa, Nelson Gonçalves, Michel Bublé e até Angela Ro Ro.

Diogo tem vindo a Brasília desde o início de sua trajetória, quando se apresentou em pequenos lugares, como o Feitiço Mineiro, para depois ocupar o palco de espaços maiores, entre os quais o da AABB e o do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Hoje, às 22h, ele é a atração da Quinta Cultural do projeto Na Praia. Antes, se apresentam o DJ Jonnes Veloso e o grupo Mulheres de Samba. O DJ Mafra toca no encerramento da programação.

Com uma banda de peso, o cantor e compositor carioca traz o show Tá Faltando o quê?, com o qual cumpre turnê pelo país. O repertório é bem variado e reúne desde sambas que compôs com parceiros como Leandro Fragonesi (Tempos difíceis), Fred Camacho e Leandro Fab (Coragem), sucessos que lançou entre os quais Alma boêmia, Clareou e Pé na areia e Sou eu ; este feito para ele por Chico Buarque e Ivan Lins, além de clássicos da MPB.



Diogo Nogueira
Show do cantor e compositor carioca e banda hoje, às 22h, na Quinta Cultural do projeto Na Praia (Orla Norte do Lagoa Paranoá). Antes, a partir das 19h (após abertura dos portões) se apresentam o DJ Jonnes Veloso e o grupo Mulheres de Samba; e no encerramento da programação o DJ Mafra. Ingresso: R$ 81(valor referente a meia entrada). Não recomendado para menores de 16 anos. Informações: www.tevejonapraia.com.br



Entrevista/ Diogo Nogueira


Que avaliação faz dos 12 anos de carreira?
Parece que foi ontem mesmo que estava gravando meu primeiro DVD no Teatro João Caetano. Eu me sinto um privilegiado por conseguir ter construído tanta coisa nesses 12 anos de carreira, ao lado de profissionais fantásticos, artistas maravilhosos que sempre estiveram bem perto e um público que me acompanha em todo o Brasil. Só tenho a agradecer.

Até que ponto o legado do mestre João Nogueira contribuiu para seu trabalho?
Meu pai sempre foi minha principal referência e com ele aprendi a amar o samba, respeitar os antigos, aqueles que pavimentaram a estrada que hoje a gente caminha. Canto aquilo que me emociona, que mexe comigo e assim venho construindo o meu repertório, meu trabalho. Vivemos em tempos diferentes e ele faz muita falta na minha vida e na vida de todos que amam o samba.

Em trabalho anterior, você ganhou um samba composto por Chico Buarque e Ivan Lins. Como recebeu essa deferência?
Como disse antes, só posso me considerar um cara privilegiado. Receber de presente um samba lindo, como a música Sou eu, que me foi dada de presente quando ia gravar o meu segundo CD, uma dádiva. Chico e Ivan eram amigos do meu pai e eu os conheço desde pequeno, mas não tinham nenhuma obrigação de me presentear com essa joia, que foi tão importante no início da minha carreira. Sou muito grato por isso.

No repertório do Munduê (seu álbum mais recente), há uma clara abertura para novos compositores. Como vê essa geração posterior à sua?
O samba sempre se renova, e na gravação do álbum Munduê percebi que era a hora de mostrar o meu trabalho autoral e também poder trazer meus parceiros junto comigo. Tem uma nova geração maravilhosa fazendo samba de alta qualidade e que tem conquistado seu espaço devagar, porque no samba as coisas só acontecem com luta, com persistência, mas que quando chega, fica para sempre.

Por que a opção de, no show Tá faltando o quê?, ir além do universo do samba?
O show é um apanhado de momentos da minha carreira e trago um pouco de tudo, inclusive de músicas que gravei de artistas que não são do samba, mas que sempre me emocionaram e ajudaram a formar meu gosto musical. Isso passa por Gonzaguinha, Djavan e até Cazuza.

Que importância teve para sua carreira participar na tevê do Show dos famosos?
Foi uma experiência muito interessante e muito intensa. Foram quatro meses mergulhado no universo de diferentes artistas, de ícones como Cauby Peixoto e Nelson Gonçalves, alguns estrangeiros como Michael Bublé e Ray Charles e até os jeitos de uma cantora como a Angela Ro Ro, me deram uma nova dimensão, um outro olhar no campo da criação e da vivência artística. A cada personagem era preciso me esvaziar para poder me preencher da vida e da obra deles. Foi incrível!

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação