Diversão e Arte

Silva, o brasileiro do mundo

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 11/08/2019 04:07
Com Bloco do Silva, capixaba reafirma as raízes com a música do país

Cada vez mais brasileiro. Essa é uma ótima forma de definir o momento atual da carreira do cantor capixaba Silva, 31 anos. O maior apego à brasilidade começou quando o artista fez o álbum Silva canta Marisa (2016), e se intensificou ao fazer o disco Brasileiro (2018). Tudo isso resultou no projeto mais recente criado no início deste ano, o Bloco do Silva, em que o compositor celebra as canções que embalam os carnavais, principalmente:ss os axés. ;O show surgiu da vontade de homenagear essa música pop, mas com base muito forte nas raízes do Brasil. No repertório tem muita coisa que minha geração curtiu nos primeiros carnavais;, afirma.

Ao Correio, Silva admite que o surgimento do projeto aconteceu graças a Brasília. No ano passado, o cantor fez um show que pode ter sido o primeiro passo. No fim de tarde de um domingo, Silva subiu ao palco do festival Na Praia, com uma apresentação mais dançante do que a turnê de Brasileiro, que era mais intimista. Meses depois foi anunciado como atração do Carnaval no Parque e trouxe o show Bloco do Silva. ;Foi de Brasília que veio o pontapé para o bloco existir. O povo de Brasília é muito animado, todos os nossos encontros foram lindos, com todo mundo cantando do começo ao fim;, analisa.

No show, que desembarca na capital pela segunda vez, hoje, em mais uma edição do Na Praia, Silva cantará sucessos como Alô paixão (Banda Eva), Nobre vagabundo (Daniela Mercury), Deusa do amor (Olodum) e a autoral A cor é rosa, que tem tudo a ver com a mística do bloco. ;Mudanças de formato são bem desafiadoras, mas têm sido muito importantes para minha cabeça. O bloco é o momento em que posso cantar tudo que eu quiser. Aprendo muito com isso. Gosto igualmente dessas dinâmicas diferentes de show e acho um grande privilégio poder fazer isso na carreira;, diz.

Também há a expectativa de que Silva cante as músicas mais recentes, como Nós dois aqui (gravada com Illy) e Um pôr do sol na praia (parceria com Ludmilla). A ideia do cantor é apostar em singles neste ano. ;Além de Um pôr do sol na praia com Ludmilla, que foi uma delícia fazer. Tenho também uma música com Ivete (Sangalo), ainda sem previsão de lançamento. Adianto que é uma música linda, uma das minhas prediletas até agora. Estou muito feliz em poder fazer o que amo com as pessoas que mais admiro na música;, completa Silva.

Impacto na carreira

Desde o ano passado, Silva ganhou mais destaque no mainstream, impulsionado pelo lançamento de Brasileiro, que o colocou em diferentes cidades do país e também de fora. ;Brasileiro me levou para muitos lugares e apresentou minha música para tantas e tantas pessoas. Rodei o Brasil quase inteiro com a turnê do disco e firmei minha carreira em Portugal. Sou muito grato por isso;, revela.

Se Brasileiro teve um impacto na carreira, Silva canta Marisa abriu o olhar do artista para outras vivências. ;Além desse contato com a obra de Marisa (Monte), ter contato com ela, com certeza, me influenciou e continua a me acrescentar muito. Foi uma experiência de intérprete que eu não havia experimentado. Sempre me dediquei ao meu trabalho autoral, mas foi muito enriquecedor poder me aventurar num repertório que não é meu;, acrescenta.

Silva também tem se posicionado cada vez mais nas redes sociais, quando se fala de questões políticas e sociais. Para ele, essa é uma das missões da música: ;A música cumpre muitos papéis, tem música feita para meditar, para dançar, outras para pensar... Nem todo mundo no mundo da arte precisa ser ativista político, mas eu acredito que quando você alcança um nível de influência grande, você deve ter noção do quanto isso reflete nas pessoas. Manifestar-se contra um político machista, homofóbico e racista é algo que pessoas não deveriam deixar de fazer;.



Bloco do Silva
Complexo Na Praia (SHTN, atrás da Concha Acústica). Hoje, a partir das 15h. Com show do Bloco do Silva, Molejo e Eduardo e Mônica. Ingressos a R$ 51 (meia) e R$ 101 (inteira). Não recomendado para menores de 16 anos.


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