postado em 15/08/2019 04:08
As bases de formatação do 52; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que retorna ao tradicional período de realização (entre 22 de novembro e 1; de dezembro), foram divulgadas oficialmente com a junta curadora do evento, composta por cinco profissionais, entre os quais o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Adão Cândido. O edital para participação da classe artística foi lançado e teve data-limite definida para 13 de setembro.
;Fui uma espécie de curador da curadoria. Buscamos valorizar experiências e olhares diferenciados, na composição de perspectivas até mesmo discordantes. Vivemos uma mudança de paradigma revelada, em escala internacional, pelo despontar de novas plataformas de consumo de audiovisual;, avaliou Cândido, que pretende expandir a participação da capital em coproduções. Com anúncio dos sete filmes de longa-metragem e os 14 curtas marcado na data-limite de 15 de outubro, o evento reafirma a parceria com o Instituto Alvorada Brasil, organização selecionada por meio de chamamento público.
O orçamento inicial do evento está em R$ 2,4 milhões, com perspectivas de ampliação, na futura participação do setor privado, prospectada para acréscimo de R$ 1,5 milhão. Uma das maiores novidades está no retorno do caráter competitivo das mostras que ; com a premiação da Mostra Brasília (reservada a títulos locais), e organizada no âmbito da Câmara Legislativa do DF, ; devem totalizar premiações da ordem de R$ 580 mil. Preferencialmente inéditos, sete títulos em longa-metragem serão integrados à mostra competitiva oficial. No site www.festivaldebrasilia. com.br constam informações complementares aos candidatos.
Comissão
A diversidade de gênero e olhares foi estipulada para a comissão curadora do festival, que terá coordenação do cineasta Pedro Lacerda. Além do diretor e produtor Marcos Ligocki e do cineasta e crítico Tiago Bellotti, sustentarão a curadoria a programadora de filmes e produtora de festivais do porte do Brazilian Internacional Film Festival, Anna Karina de Carvalho, e a subsecretária de Economia Criativa, Erica Lewis.
;Sou da escola de cinema de filmes feitos com dinheiro que se tem no bolso, e pretendo rejuvenescer o festival, em termos de público. Falta um pouco de esclarecimento diante do excelente cinema feito no Brasil. Meu engajamento está em acabar com o preconceito do espectador médio;, comentou Bellotti. ;A curadoria é um trabalho árduo. Onde tem tela, eu estou; num trabalho de mais de 20 anos. Ainda assim, ano a ano, há uma renovação na safra dos filmes, e, na surpresa causada por alguns títulos, há renovação na missão das escolhas;, observou Anna Karina.
;Pretendemos sublinhar a integridade do olhar para a diversidade que dá força ao cinema nacional. O festival se completará com a articulação de uma mostra paralela chamada Território Brasil. Teremos representantes de cada um dos estados;, explicou Marcos Ligocki. Com Erica Lewis, Ligocki será um dos agentes na otimização do enfoque pretendido pelo evento de fortalecimento de aspectos de negócios e de mercado.
Cleide Soares, diretora da Mostra Brasília, compareceu ao lançamento para informar de trâmites burocráticos que impediram o lançamento do edital do 24; Troféu Câmara Legislativa do DF. Ela assegurou prêmios da ordem de R$ 240 mil. ;Haverá concessão de mais dias para as inscrições, mas o edital, possivelmente, até segunda-feira estará publicado;, comentou.
Emoção
Enquanto o secretário Adão Cândido defendeu o esforço concentrado da Secretaria de Cultura na renovação do Polo de Cinema ; com processo no Iphan para determinação de nova área de implantação, dada a inatividade do espaço em Sobradinho ; e no projeto de novo parque audiovisual para o DF; Francisco Almeida, do Instituto Alvorada, dimensionou a grandeza do Festival de Cinema, que mobiliza, direta e indiretamente, mão de obra estimada em 10 mil pessoas.
Quem tomou parte, de forma discreta, no lançamento foi o diretor de fotografia Affonso Beato, escalado para filmes de Pedro Almodóvar e criador de imagens que marcaram o cinema nacional como O dragão da maldade contra o santo guerreiro (de Glauber Rocha). Ao lado de Lauro Escorel, Beato, que aproveitou a passagem pela cidade para uma palestra relacionada a design, idealiza um sistema de cursos a ser implantado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
;Tenho uma relação intensa com o festival. Ganhei prêmio com o Cara a cara (de Julio Bressane); com o Joaquim Pedro de Andrade, estive com o curta Brasília, contradições de uma cidade (1968). Vim para a cidade, com o Nelson Pereira dos Santos e com Fernando Duarte, para me integrar ao corpo de professores da UnB, mas não fiquei. Quase chorei, agora, quando passei pela universidade que vi, no tempo do barro da capital;, comentou.
;Pretendemos sublinhar a integridade do olhar para a diversidade que dá força ao cinema nacional. O festival se completará com a articulação de uma mostra paralela chamada Território Brasil;
Marcos Ligocki, cineasta e um dos curadores