postado em 25/08/2019 04:07
;Ainda que seus passos pareçam inúteis vá abrindo caminhos, como a água. Outros lhe seguirão;
Beata Tereza de Calcutá
Uma ;carta; para a colunista
;Brasília, 21 de agosto de 2019
Prezada colunista:
Há muitos anos, tenho lido, neste espaço, ;cartas; muito importantes de logradouros públicos de Brasília e, para a alegria de todos, constatei que vale a pena nos manifestarmos, por meio da coluna, sobre os nossos anseios e carências.
Foi quando acompanhei a transferência da Feira de Artesanato da Torre de TV, antes espremida e desorganizada, estragando a beleza daqueles três pilotis gigantescos que a sustentam, atrapalhando os turistas de admirar a beleza da torre e contemplar, um vão-livre de barracas improvisadas e lonas agitadas ao vento, a beleza que temos da vista da majestosa Esplanada dos Ministérios, Catedral Metropolitana, Museu da República e Congresso Nacional. Não sem antes terem que contornar a feira e buscar uma brechinha para poderem admirar o que lá embaixo se descortina.
Depois, a Feira dos Importados, que pediu socorro e hoje está como está: organizada, bem setorizada, com cobertura única sobre os quatro setores.
A Ponte das Garças, que liga a Asa Sul ao Lago Sul, que escreveu muitas ;cartas; para a coluna, apesar de ainda não ter sido atendida, e a ponte Costa e Silva, que também reivindica uma bela iluminação sob sua estrutura, o que a fará ;flutuar; tão linda quanto merece.
Me lembro das ciclovias, em plena pista do Eixo Monumental, colocando em risco os ciclistas em meio àquele trânsito caótico, que foi, depois de tantas matérias com fotos, transferida para o canteiro central, dos dois lados, acabando com o risco de acidentes. Com aquele espaço foram criados, na época, mais de 600 quilômetros de ciclovias, em todo o Distrito Federal.
Lembro-me daquele fatídico final da Avenida W3 Sul que, detonado por um dos governos e sem continuidade, deixando enorme buraco e um trânsito enlouquecedor e confuso de ônibus e carros de passeio, para contornar os tapumes já podres e caídos ao chão, até conseguirem pegar a pista do Setor Policial Sul. Não me esqueço da ;carta; que aquele projeto de viaduto escreveu para esta coluna e, na medida do possível e das dificuldades que aquele buraco necessitava, foi entregue ao público e, hoje, lá está, facilitando a vida de todo mundo.
Sem falar no Teatro Nacional Cláudio Santoro, fechado há cinco anos, de onde a colunista é defensora contumaz e luta com unhas e dentes para a concretização de sua restauração e reabertura. Agora, pelejando para coincidir com os 60 de nossa Brasília.
E por aí vai. Tantos e tantos recadinhos para quem de direito, que sequer termos espaço para enumerar aqui, nos deu oportunidade de sentir o seu efeito positivo e fazer com que corrijam, restaurem, construam ou zelem de nossos logradouros e monumentos.
Tenho visto a coluna bater na tecla iluminação da Praça dos Três Poderes e da Bandeira Nacional, que tremula sob tênue e imprópria iluminação, no alto daquele mastro, fiquei chocada com a escuridão daquele espaço entre a Casa de Chá e o Centro de Atendimento ao Turista e o Congresso Nacional, com o STF e o Palácio do Planalto nas laterais! Na foto que a coluna publicou em 4 de agosto, parece que existe um grande buraco no lugar daquela praça.
Depois, a visão da bandeira iluminada pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais, para a entrega do Prêmio Marco Maciel, no Panteão da Democracia. Embora tenha sido retirada, veio provar o quanto a coluna está certa ao escrever sobre isso.
Sabendo do seu título de Guardiã de Brasília e do amor que nutre por esta cidade, com objetivo único de querer vê-la figurando entre as mais lindas e bem cuidadas do mundo; sabendo que o atual diretor presidente da CEB Holding, Edison Garcia (foto) lê, registra e coloca em pauta de discussão, tudo o que a coluna sugere, criei coragem.
Já fui alvo dessas matérias domingueiras várias vezes, e me orgulho disso. As mangueiras e os malcuidados com a limpeza à sua volta, a necessidade da ciclovia que lá está, a pracinha.
Agora que o assunto é iluminação, com o qual a coluna está tão empenhada, aqui estou. Com o poder do teclado, hoje substituindo a pena de antigamente, venho fazer o meu pedido, pelo qual peço o maior carinho e atenção.
Somos uma praça tão importante, onde se abriga a sede dos Três Poderes do Distrito Federal, diametralmente oposta à sua homônima, no âmbito Federal. Tal a nossa importância, que emprestamos nosso nome ao Palácio do Governo do Distrito Federal.
Aqui se encontra a palmeira que deu nome a mim, o buriti que, acreditem, não merece, como a nossa bandeira, a mesma iluminação, que o projete na escuridão e identifique aquele local, tão importante para o Distrito Federal.
Uma ideia inspirada pelo poema de Afonso Arinos de Melo Franco (Buriti Perdido) que, em 1969, foi colocado a pedido de Israel Pinheiro, então presidente da Novacap.
Retirado de uma área entre Anápolis e Brasília, na época ele já contava com cerca de 300 anos. Foi plantado bem no centro da praça, onde está uma placa com os versos inspiradores do poeta.
Em 1992, fiquei muito comovida quando um vândalo tentou derrubá-lo a machadadas, acabando com 30% do seu caule!
O Salvador foi o ;Jardineiro do DF;, morto aos 72 anos, em 8 de maio de 2016, o engenheiro agrônomo Francisco Ozanan, que curou o buriti com o maior amor e carinho, usan do uma pasta de argila e esterco de gado ;para remendar a parte destruída;. Para proteger o paciente do vento forte, que poderia derrubá-lo, Ozanan criou uma braçadeira de ferro, que foi colocada na cicatriz. O dono de um circo, na época, sugeriu a colocação dos cabos de aço, o que deu certo e estão aqui até hoje.
Portanto, senhora colunista, aqui está o meu apelo sentido e cheio de esperança, que estendo, também, ao seu leitor assíduo, o diretor-presidente da CEB Holding, Edison Garcia, para que pensem em nosso lindo e sobrevivente buriti e na praça como um todo.
Devidamente iluminada e com seus jardins cuidados com esmero, ela vai completar a monumentalidade daquele eixo e fazer bonito junto à sua coirmã, a Praça dos Três Poderes.
E brilharemos, todos, no cenário nacional e internacional.
Cheios de orgulho, ainda mais na plenitude dos 60 anos de Brasília, como a colunista sugere, desde março.
Com os meus sinceros agradecimentos pela atenção,
Praça do Buriti;