Diversão e Arte

Mostra, de graça, alinha 10 títulos indianos em exibição no DF

Mostra no Teatro da Caixa traz 10 filmes indianos, com entrada franca. Há ênfase em temáticas sociais e contemporâneas

Ricardo Daehn
postado em 27/08/2019 07:14

Um painel de 10 longas indianos é apresentado, de graça, no Teatro da Caixa

Se melodia e ritmo encerram elementos universais na sonoridade das ragas indianas, misturadas à batucada brasileira, as ragas são boa porta de acesso para a programação na telona do Teatro da Caixa, com o programa Novo Cinema Indiano (de hoje, dia 27, terça-feira, a 1; de setembro). A fusão de nomes como Krishna, Gonzaga e Yemanjá dá o tom aos 45 minutos de show marcado para as 19h30, e que trará atabaque, zabumba, sitar e tabla, com os músicos Mahavna, Surya Braz, André Luiz Oliveira e Edgar Silva. Com entrada franca, às 20h30, a mostra, que trará 10 filmes indianos, tem o início, com a exibição de Masaan (2015), assinado por Neeraj Ghaywan.

Masaan emparelha três tramas que se encontram no sagrado solo de Varanasi. Ghaywan levou o prêmio de diretor revelação no Indira Gandhi National Award, enquanto na prestigiosa mostra Um Certo Olhar (do Festival de Cannes) o corpo da imprensa internacional reservou ao filme a vitória no segmento Fipresci. Interpretado na língua Bengali, o filme apresenta momentos chave nas vidas de um órfão, de uma mulher ameaçada de extorsão e de um cremador de corpos, acuado por causa de sua origem social.

Limitação econômica igualmente se apresenta na trama de O ovo do corvo (falado em tamil, e dirigido por M. Manikan). O filme, lançado em 2014, terá exibição amanhã, às 15h30, e conta de uma mercadoria aparentemente simples ; pedaços de pizza ;, mas que apresenta alto custo para dois garotos que têm familiares explorados com rendas baixas no trabalho.

Entre as 14 sessões que compõem Novo Cinema Indiano, O projecionista, inserido no programa, às 17h de quinta, trata de um embate desigual entre tecnologia e valores tradicionais. O diretor Kaushik Ganguli (da região de Bengala) concentra a atenção na invasão das produções e plataformas digitais, num mercado de filmes sempre plural, mas fundado em meios analógicos.

O longa foi multipremiado, em 2015. Bengala, por sinal, com vertente aproximada do neorrealismo do celebrado Satyajit Ray, dentro de uma linha de conteúdo que aliava valores tradicionais e nacionalismo, está em alta na programação que ainda foco afunilado no estado do Kerala, de clima tropical e com mercado audiovisual em enorme expansão.

Amanhã, às 19h30, o longa Nagarkirtan (2018), também criação de Kaushik Ganguli, revela aparente intransponível barreira para casta de Bengali. Nascida no corpo de um homem, uma mulher se vê oprimida pela sociedade (mesmo dentro de mesmo dentro de um abrigo feito para pessoas trans), ao tentar assumir o romance com um flautista. Júri Popular, melhor ator e melhor maquiagem foram algumas das vitórias do filme em relevante premiação nacional indiana.

Atração de sábado, às 19h30, Medo (2017), teve direção de Jaya Raj, com franco traçado humanista e dedicatória aos milhões de soldados mortos em guerras. Interpretado em malayalan, o filme trata de esperança e de incertezas na vida de um carteiro veterano da Primeira Guerra que entrega cartas positivas à população local; isso até a eclosão da Segunda Guerra Mundial.

Novo Cinema Indiano

Teatro da Caixa (SBS Qd. 4, lotes 3/4). De hoje (27 de agosto, terça-feira) até 1; de setembro. Entrada franca, limitada à lotação do teatro (406 lugares). Bilheteria, de terça a sexta e domingo, das 13h às 21h; aos sábados, das 9h às 21h. Classificação indicativa livre. Entrada franca, limitada à lotação do teatro (406 lugares). Informações: 3206-6456

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