Diversão e Arte

Estreias da semana têm Leandro Hassum e Beatles

Longa nacional é comédia sobre personagem que precisa ser salvo das garras do inferno

Ricardo Daehn
postado em 29/08/2019 06:30

Leandro Hassum e o lado cupido: a favor das relações de terceiros, em O amor dá trabalho

;Aproveita que eu ainda tô solteiro; é o chamado do personagem Paulo Sérgio (Bruno Garcia), que se julga irresistível, no filme O amor dá trabalho. O comportamento dele e a retomada de uma relação com Elizângela (Flávia Alessandra) estacionada há 12 anos serão fatores que, diretamente, podem salvar o protagonista da comédia, Anselmo (Leandro Hassum), das garras do inferno.

No roteiro do filme de estreia de Ale McHaddo paira um esquema sentimental que pode ser otimizado pelo funcionário público Anselmo, recém-morto, e às vias de seguir para um dos caminhos: céu ou inferno. O portal aberto depende dele e de um plano disposto ao lado do supervisor celestial Deoclécio (Tadeu Mello).

Novamente na Terra, Anselmo vai ter que exercer a criatividade para garantir o entrosamento entre Elizângela ; envolvida pelo empreendedorismo de food truck natureba ; e o galanteador Paulo Sérgio. Missão dada é missão cumprida? Se, como diz um dos personagens do filme, ;a expectativa é a mãe da frustração;, os espectadores podem preparar as gargalhadas para as reviravoltas do roteiro assinado por McHaddo, ao lado de Luiz Felipe Mazzoni.

De forma aleatória, mas democrática, um arsenal de crenças e religiões se estabelece com a entrada em cena de personagens prontos para reajustarem o destino do desatinado Anselmo, numa corrida contra o tempo para aproximar o casal central da fita. Na lista de divindades e figuras imaculadas estão Nossa Senhora (Maria Clara Gueiros), Iansã (Ludmilla), Thor (Bruno Sutter), Odin (Falcão), Athena (Dani Calabresa), Xangô (Serjão Loroza) e São Pedro (Paulinho Serra).

A (re)invenção dos Beatles

Organizada em ordem alfabética, a coleção de LPs do jovem Jack (Himesh Patel), vista no longa Yesterday, subitamente, acusa falha: vem The Beach Boys, vem Bowie, e nada do The Beatles. Poderia o famoso quarteto de Liverpool incorporar um quê de novidade e ineditismo, em pleno século 21? A resposta, levado em conta o roteiro do mais novo filme do inglês Danny Boyle (de Quem quer ser um milionário?), é sim! Unanimidade e incontestáveis, os Beatles são saudados, a dado momento da trama do longa, por uma alterada senhora que os classifica como indispensáveis: ;O mundo seria infinitamente pior, sem eles;.

Uma realidade bem diferente em relação ao reconhecimento do The Beatles circunda o prudente Jack retratado no filme, que está a passos de abandonar a carreira de artista amador. Uma crível devoção às composições de John Lennon e companhia leva o protagonista a se ancorar numa ambição pessoal (de assumir a letra de músicas ;esquecidas; da banda) e, ao mesmo tempo, celebrar a genialidade do quarteto ; tudo, claro, em tom de comédia. Ele assumirá a missão de levar adiante os sucessos dos músicos esquecidos (por alguma mágica do destino).

O lado impostor de Jack, pouco a pouco, fica neutralizado, indo ao encontro do olhar adocicado de sua insistente produtora chamada Ellie (Lily James, de Cinderela).

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