postado em 31/08/2019 04:08
Jackson viveu infância pobre, mas, desde muito cedo, se encontrou na música levado pelas mãos da mãe cantadora de coco. Depois da morte do pai, foi com a mãe para Campina Grande, em 1930, cidade economicamente pujante, no início do século 20, pela exportação de algodão, o ouro branco. Antes de se tornar músico profissional, Jackson teve outras ocupações. Trabalhou com entregador de pão e ajudante em padaria. Quando decidiu se dedicar exclusivamente à música, teve oportunidade de tocar bateria, mas escolheu o pandeiro. ;Baterista vou ser o segundo, o terceiro [instrumentista], eu quero ser o primeiro. E realmente ele conseguiu com o pandeiro;, revela Fernando Moura.
O biógrafo lembra que, em Campina Grande, Jackson entrou em contato com a ;sonoridade planetária;. ;Campina era muito pulsante economicamente, devido ao algodão. Então passavam orquestras de todo o mundo por lá, big bands. Vinham para Recife, depois iam para Campina Grande. Ele participou de tudo isso, vivenciou e tocou;, conta.
Depois, mudou-se para João Pessoa e conviveu na Rádio Tabajara com a geração herdeira de Severino Araújo, o grande maestro da Orquestra Tabajara. Jackson também foi para Recife para inaugurar a Rádio do Jornal do Commercio, em 1948. ;Participou de diversos grupos, diversas formações. Montavam as orquestras e dividiam os grupos para os programas variados durante o dia. Era tudo ao vivo. Em 1953, lançou Sebastiana, até contrariado. Era uma revista de carnaval, ele queria cantar uma marchinha, um frevo. Mas o diretor do programa disse que estava com intuição que ele deveria cantar um coco, herança de sua mãe. Ele foi e cantou. Foi um tremendo sucesso. Ele escolheu uma rádio atriz chamada Luíza de Oliveira. Na hora do a, e, i, o, u, y, ela deu uma umbigada nele e a plateia foi abaixo;, recorda Fernando.
Além de Campina Grande, João Pessoa e Recife, o Rio de Janeiro também conquistou Jackson, que demorou ir à capital fluminense por medo de avião. Ele estranhou a Cidade Maravilhosa à primeira vista, para depois eternizá-la na letra de Xote de Copacabana: ;Eu vou voltar que não aguento/ O Rio de Janeiro não me sai do pensamento;. O rei do ritmo morreu em 10 de julho de 1982, em Brasília, por complicações do diabetes.
A repórter viajou a convite da Empresa Paraibana de Turismo S/A (PBTur)