postado em 01/09/2019 04:07
E a luz foi feita...
Ou melhor: está sendo feita! Quando reivindicamos alguma ação, seja ela qual for ou em que âmbito for, devemos exercitar nossa compreensão e paciência e, sobretudo, respeitar as limitações e os percalços que a liturgia do cargo exige.
O amor à cidade que escolhemos para fincar nossas raízes, gerar e dar à luz nossos filhos, deixando nosso berço para trás, nossa terra primeira, aquela em que nascemos, para enfrentar um desafio antes às escuras, mas carregando na bagagem muita fé e esperança, como foi o meu caso e de 90% dos moradores de Brasília, nos dá o direito de pensar nela de forma bem diferente do que a usual.
É o mesmo que sentimos ao ver uma criança nascer, crescer, se desenvolver, dar os primeiros passos e proferir as primeiras palavras, não faz diferença.
Brasília, que muitos ajudaram a construir, com o suor do rosto e as camadas de poeira a lhes tingir os cabelos, pioneiros de verdade e de fé, causa hoje todo esse sentimento de posse que venho descrevendo ao longo da existência deste espaço, que transformamos numa verdadeira tribuna de amor e de esperança.
De vê-la em sua plenitude, de curar suas mazelas, de retocar sua imagem, de restaurar o que o tempo e o descaso estragaram, de querer colocá-la no mais alto patamar, próprio das cidades desenvolvidas. Uma vontade desenfreada de desmistificar para o Brasil e para o mundo o tabu de cidade onde impera a política e suas consequências.
Vaidade de pais, de avós, de irmãos desta cidade que o maior estadista de todos os tempos nos deu: JK! Vaidade de pertencermos a uma civilização moderna, de uma arquitetura invejável, onde a cultura se faz latente, mesmo que nem sempre aproveitada como deveria, assim como o esporte, o turismo, a vontade de gritar ao mundo que nossa Brasília aqui está, ;como manda o figurino e como sonhamos.
Por isso, quando nos reunimos em grupos de pessoas idealistas que comungam o mesmo pensamento, o assunto é o mesmo: consertar, revitalizar, limpar, cuidar, iluminar, embelezar, atualizar e reciclar tudo aquilo que, fruto de seis décadas e de um projeto primeiro que idealizava uma capital com até 500 mil habitantes, precisamos, também, pensar com carinho que o tempo passou, que ;a fila andou; que a cidade cresceu vertiginosamente e que, abrigando no século 21, a quinta concentração urbana mais populosa do Brasil, por uma questão de bom-senso e racionalidade, precisamos refazer conceitos, normas, rever decisões, estudar e obter meios de nos adaptarmos às necessidades prementes de segurança e de mobilidade.
É claro que com a palavra preservação sempre em primeiro lugar, porém abrindo nosso conceito de atualidade, de evolução, de necessidade de adaptação aos moldes atuais.
É o que acontece na arquitetura e na forma de abraçar a tecnologia e empregá-la onde se fizer necessária. Para isso, foi preciso criar prédios, hospitais, residências inteligentes, adotar o uso da energia fotovoltaica, novo sistema de cabeamento para o uso da informática, de placas de aquecimento solar, lâmpadas de Led, visando ao baixo consumo e uma infinidade de itens que não cabe aqui enumerar.
Então, depois dessa análise ligeira e desse enumerar de motivo que nos faz pensar na evolução e na adaptação daquilo que foi feito e criado há mais de 60 anos, devemos fazer uma reflexão sobre certas normas que devem, por força da conjuntura atual e pensando no futuro, rever tudo isso e, juntos, estudarem com lucidez sobre o que deverá ser feito pela melhor qualidade de vida para nossa cidade.
Felizmente, nosso clamor tem sido ouvido e, aos poucos e dentro das possibilidades, temos sido atendidos. Compartilhamos com os leitores a beleza que ficou o Supremo Tribunal Federal (STF) que, em cerimônia solene, presidida por um reconhecido presidente Dias Toffoli, acionou a iluminação daquele verdadeiro monumento, na Praça dos Três Poderes que, infelizmente, continua às escuras.
O nosso aplauso ao projeto Luz que Protege, que tem feito um grande trabalho de iluminação na cidade e na periferia, levando a luz necessária a locais indicados, pelas autoridades policiais, visando a segurança da população.
Aqui vai, então, com o maior respeito, o nosso recadinho: vamos pensar numa forma de solucionar o problema da iluminação daquela praça, que só é linda durante o dia? Sem ferir o projeto inicial, visando apenas à segurança e atraindo mais e mais pessoas àquele local, cuja escuridão espanta e amedronta todo mundo?
Pode ser empregada uma iluminação com energia solar, com células fotoelétricas, que se acendem ao escurecer e se apagam ao clarear do dia, sem gasto algum de energia. Recursos há e muitos.
O principal é pensar na proteção e na segurança das pessoas, aliadas ao prazer de poder visitar um lugar tão convidativo, protegido de qualquer intercorrência negativa.