Depois que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, emitiu uma ordem para que livros "inapropriados" fossem retirados da XIX Bienal Internaicional do Livro, a autora e jornalista Nana Queiroz e a youtuber e ativista Luísa Marilac ficaram preocupadas com a realização da roda de debates que comandariam no evento.
Mas o efeito foi contrário. "Ficamos com medo de não conseguir fazer a palestra, mas no final deu tudo certo. E a mesa sobre literaratura trans bombou", comemora Nana Queiroz. "No final Crivella fez propaganda para a gente", ironiza.
De acordo com ela, a mesa lotou e ainda tiveram que ficar mais de uma hora dando autográfos. "Um montão de gente chorando - inclusive eu - quando o moderador leu manifesto da Bienal pela liberdade de expressão. Foi poderoso", lembra a autora.
A obra feita em conjunto pelas duas, Eu, travesti, que conta a história de Luísa Marilac, poderia está na rota das apreensões. "Todo mundo teve (problema), né? Porque Crivella queria censurar livros LGBT. E o nosso está no pacote", conta Nana.
Nana Queioz ficou conhecida depois de protagonizar a campanha #nãomereçoserestuprada em 2014 e também é autora do livro Presos que menstruam.
O nome de Luísa Marilac se tornou conhecido em 2010, quando um vídeo gravado em uma piscina na Espanha viralizou na internet em que ela falava a famosa frase "boatos que eu ainda estava na pior".