postado em 17/09/2019 04:07
Sucesso entre os anos 1970 e 1990, a banda britânica Queen é um dos marcos do rock;n;roll. Até por isso, mesmo quase 30 anos após o fim das atividades do grupo com a formação original ; com Brian May, Freddie Mercury, John Deacon e Roger Taylor ;, o repertório do quarteto continua a ser celebrado. Desde 2012, o legado dos ingleses é levado mundo afora pelo projeto The Queen Extravaganza, banda com músicos escolhidos por Roger Taylor e Brian May para sair em turnê em tributo ao Queen.
Atualmente, o Queen Extravaganza é formado pelo brasileiro Alírio Netto, com passagem musical por Brasília, que entrou no time no ano passado para assumir os vocais após a boa repercussão no musical We will rock you, no qual viveu o protagonista Galileo; o britânico Darren Reeves, com atuação como tecladista desde 2015; o canadense François-Olivier Doyon, que faz parte desde a época das audições em 2011 como baixista; o italiano Marco Briatore, baterista que se juntou ao grupo pela primeira vez na turnê de 2019; e o inglês Nick Radcliffe, guitarrista que está na banda desde 2015.
Desde setembro, a banda roda o Brasil fazendo um tributo ao Queen. A turnê começou por São Paulo e já passou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Vitória. Hoje, desembarca em Brasília com apresentação marcada para as 21h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no Eixo Monumental. Para Alírio Netto, a passagem pelo Brasil tem um gostinho especial: ;É emocionante, de verdade. Sem medo de ser piegas. Fiquei muito emocionado quando viemos pela primeira vez tocar no Brasil. Não imaginei que isso pudesse acontecer, mas o fato de eu ser brasileiro ajudou a trazer a apresentação para cá;.
Com 90 minutos de duração, o show é um passeio pelos clássicos da banda. ;A gente vai fazer todos os hits. Todas aquelas músicas que emocionam gerações, elas estão nessa turnê. Vamos tocar o que tocamos na primeira turnê e mais coisas que a gente não tocou;, adianta o brasileiro. Estão no repertório faixas como Bohemian rhapsody, Another one bites the dust, Crazy little thing called love, Under pressure, We will rock you/We are the champions, A kind of magic, Radio Ga Ga, Somebody to love, e Killer Queen.
Com produção de Taylor e May, o espetáculo tem Spike Edney como diretor musical e foi projetado pela equipe criativa do Queen, Ric Lipson e pelo designer de iluminação Rob Sinclair.
Queen Extravaganza
Cento de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Hoje, às 21h. Ingressos a R$ 150 (superior), R$ 190 (especial), R$ 220 (VIP), R$ 230 (gold), R$ 230 (setor PCD), R$ 240 (premium) e R$ 260 (premium front). Valores de meia-entrada. Assinantes do Correio têm 50% de desconto no valor da inteira. À venda em www.ingressorapido.com.br. Não recomendado para menores de 14 anos.
Entrevista / Alírio Netto
Você já tinha feito um espetáculo do Queen. Essa oportunidade de integrar a banda do Queen Extravaganza teve a ver com isso?
Acho que foi o espetáculo, sim. Eles já me conheciam do We will rock, porque foi a mesma equipe que me escolheu. Então, quando eles precisaram de um outro vocalista para integrar o Queen Extravaganza, foi meio que natural eles pensarem no meu nome. Era uma coisa que aconteceu muito naturalmente. Eu lembro que recebi um e-mail do Jim Beach (empresário da banda britânica). Estava na Europa na época, indo para o show do Queen lá. Ali, já fizeram o convite para eu integrar a banda, já oferecendo turnês e virou essa história maluca.
Como tem sido essa experiência em turnê?
Eu fiz quase 100 shows com eles. A primeira turnê que a gente fez foi nos Estados Unidos e no Canadá, onde praticamente todas as apresentações tiveram casa cheia. Depois, fomos para a Europa. Foram quase cinco meses longe do país, e isso, obviamente, me deu uma bagagem muito grande, de entender como era estar na banda. A gente não tinha muito. Lembro que mandaram a gente para Las Vegas para acompanhar os ensaios, porque o Queen estava fazendo uma residência lá com o Adam Lambert. Ficamos lá um tempinho, montaram o show e já saímos logo em turnê. Foi sensacional.
Como é para você vivenciar isso?
Parece um conto de fadas. Os meus ídolos são os meus chefes hoje. Eles vão em alguns shows. Tudo isso faz com que a gente tenha uma união.
Com o lançamento do filme Bohemian rhapsody, o Queen chegou a outro público. Vocês chegaram a mudar alguma coisa do show por causa disso?
Não, o repertório do Queen é icônico há muito tempo, então a gente não precisou mudar nada. A coisa foi adaptada para aquilo que precisava ser feito. O que eu vejo, a música do Queen é atemporal, então ela fala com muitas gerações. Você tem uma geração de gente muito mais velha que se emociona com Bohemian rhapsody da mesma maneira que hoje um menino de 15 anos se emociona. O Queen tem essa função de te levar a vários lugares ao mesmo tempo. É uma música muito convidativa.
O rock perdeu um pouco desse protagonismo nos últimos anos. O que você acha que aconteceu e por que acha que essas bandas icônicas conseguem ultrapassar os tempos?
A pergunta é muito fácil de responder, é a qualidade musical. As músicas diziam alguma coisa. Para fazer uma obra atemporal você tem que criar uma intimidade com a música. Quando você vê alguém ouvindo uma música que não te diz muita coisa e ;ah legal;, essa música é descartável. Gente que fez alguma coisa mais significativa, como Michael Jackson e U2, obviamente conversam com mais gerações. Então quando você perde essa intimidade, essa coisa que é um pouco nostálgica, acaba perdendo o sentido e obviamente cada geração tem o que grita no coração. O Queen, por ser muito forte, vai conversar com essa geração, porque a música, obviamente, na prática é atemporal. Acho também que o povo está um pouco preguiçoso. Não gosto muito de criticar. Mas o povo não está procurando coisas diferentes. Isso não está fácil de achar na geração nova.