Diversão e Arte

Tradição musical chinesa

Orquestra traz instrumentos tradicionais tocados por um grupo de jovens selecionados entre os melhores talentos

postado em 24/09/2019 04:18
Em apresentação única, a orquestra une música chinesa contemporânea e tradicional, além de homenagem a Tom Jobim


Formada por 20 músicos, a Orquestra da Câmara do Conservatório Central da China desembarca hoje em Brasília para uma apresentação única com repertório que mescla música erudita, folclórica e popular. O concerto faz parte da celebração dos 70 anos da fundação da República Popular da China e traz um programa com muita música tradicional e contemporânea chinesa. Liderado pela maestrina Chen Bing, professora do conservatório, o grupo também vai introduzir o público a instrumentos e melodias típicos da tradição musical chinesa.

Boa parte do trabalho de Chen envolve divulgar a música chinesa e, mesmo que Tom Jobim e Rimsky Korsakov façam parte do repertório, é em nomes praticamente desconhecidos de orquestras ocidentais que a maestrina focou o programa. ;O propósito desse concerto é levar as pessoas a conhecerem a música tradicional chinesa e seus instrumentos;, avisa. ;O concerto pretende introduzir instrumentos típicos e tradicionais chineses, além de composições típicas. Ao mesmo tempo, gostaríamos de mostrar às pessoas a música tradicional e nossa herança. Nós esperamos que possa ser uma conexão delicada entre a música moderna e a tradição chinesa.;

Além dos instrumentos comuns nas formações orquestrais do ocidente, a orquestra também trabalha com um conjunto que até encontra correspondências ocidentais, mas cujas sonoridades são muito diferentes e características da cultura milenar chinesa. O erhu, por exemplo, é um violino construído com um ou dois fios e cujo uso remonta ao século 7, e o guzheng é um instrumento de cordas que se assemelha a uma cítara.

Chen incluiu no repertório dois clássicos ocidentais que serão tocados com instrumentos tradicionais: O voo do besouro, de Korsakov, e Garota de Ipanema, de Tom Jobim. ;Fizemos um arranjo para Garota de Ipanema, uma música que faz as pessoas se sentirem especiais e diferentes;, avisa a maestrina. ;O concerto pretende introduzir instrumentos típicos para mostrar nossa herança. Mas também esperamos que possa ser uma conexão delicada entre a música moderna e tradicional chinesa.;

Entre as peças do repertório, está The caprice of the belt and road, que traduz uma política externa na qual a China vem trabalhando com determinação nos últimos anos ao conduzir a criação do que chama de Iniciativa do cinturão e da rota, uma tentativa de criar uma plataforma de cooperação econômica, comercial e cultural com países da Ásia, da Europa e da América Latina. ;A peça combina vários elementos da música de diferentes países ao longo do cinturão e da rota e descreve as particularidades nacionais e a amizade dos países e nacionalidades ao longo da linha;, avisa a maestrina.

Fundada em 2018, a Orquestra de Câmara do Conservatório Central da China reúne o que Chen descreve como a elite da escola, um grupo de jovens instrumentistas premiados, principalmente, em concursos nacionais. ;O conservatório sempre foi uma referência no campo acadêmico e ali foi criado um time excelente de jovens performers especialistas na nossa herança cultural. Reunir esses talentos e cultivá-los foi a intenção ao formarmos essa orquestra;, garante.

Para completar o repertório, ela escolheu peças que exploram o folclore chinês assinadas por compositores contemporâneos como Li Bochan, Wang Delong e Chen Zhe. Muitas delas são bastante evocativas e remetem a histórias, tradições, harmonias e melodias típicas de regiões diferentes. ;A moonlight night on the spring river, por exemplo,é uma adaptação da suíte Pipa Wenqu, The nigt of Xunyang, também título de um poema de mesmo nome do poeta Zhang Ruocu, da dinastia Tang. Essa peça expressa o uma estética oriental que tem a ver com amar e louvar a natureza, com os sentimentos;, explica Chen.



Orquestra de Câmara do Conservatório Central da China
Regente: Chen Bing. Hoje, às 20h, no Teatro Unip (SGAS, Quadra 913, Conjunto B). Entrada franca. Capacidade: 500 lugares



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