postado em 09/10/2019 04:16
A Escola de Música de Brasília (EMB) tem uma importância fundamental na trajetória artística de Thanise Silva. Foi naquela instituição brasiliense onde ela, aos 9 anos, iniciou os estudos que a transformaram num dos nomes de maior destaque no universo dos instrumentistas da cidade ; após receber formação como flautista e arranjadora.
Licenciada em música pela Universidade de Brasília (UnB), Thanise passou a fazer parte do quadro de professores da EMB, em 2012, e atualmente está à frente do curso de prática de conjunto. Em 20 anos de carreira, acumulou vasta experiência, a partir de turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao lado de ícones de MPB como Altamiro Carrilho e Hamilton de Holanda.
Ela tem atuado também como arranjadora em diversos projetos, entre os quais o Flores em vida, produzido pelo grupo 7 na Roda, que homenageou três mestres do samba: Nelson Sargento, Monarco e Dona Ivone Lara. Como solista, integra o duo com Dudu 7 Cordas, o Trio Aretê e o regional criado pelo violonista Fernando César.
Na condição de protagonista, Thanise faz o show Traços, amanhã e sexta-feira, às 21h, no Espaço Cultural do Choro, tendo a companhia de Hamilton Pinheiro (contrabaixo), Vitor Adonai (clarineta), Daniel Rodrigues (trombone) e Pedro Almeida (bateria). A pianista Iara Gomes e a contrabaixista Paula Zimbres são convidadas especiais.
De acordo com a musicista, esta apresentação vai lhe possibilitar mostrar o trabalho que realiza como compositora e arranjadora. Ela diz que quer ir além da imagem de flautista de choro. O repertório do show reúne temas introspectivos e experimentais, criados em consonância com as linhas retas e curvas de Brasília, cidade onde nasceu e se formou.
Traços
Show da flautista, compositora e arranjadora Thanise Silva, banda e convidadas, amanhã e sexta-feira, às 21h, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0559.
Quatro perguntas / Thanise Silva
Quem a influenciou inicialmente?
A primeira gravação de flauta que me chamou atenção e me fez querer estudar o instrumento foi O mundo é o moinho, música do Cartola em que o Altamiro Carrilho desenha um contracanto lindíssimo. A partir do momento em que comecei meus estudos, muitas pessoas passaram pela minha trajetória deixando um pouco de sua bagagem e me ajudando a construir a minha. Foram muitas pessoas, não só professores, como também colegas músicos com quem toquei.
Quem foi seu professor na Escola de Música e qual a contribuição dele para que você viesse a se tornar professora de prática de conjunto?
Lá na Escola de Música, tive aulas com Patricia Cyriaco, Ariadne Paixão, Beth Ernest Dias, Toninho Alves, mas o professor que me acompanhou por mais tempo e com quem formei foi o Paulo Magno. Além dele, eu tive aulas com Bruno Medina, Vittor Santos, Eduardo Neves, Joel Barbosa. Devo muito a todos eles em todos os aspectos musicais da minha vida.
A expressão Traços, utilizada como título do show no Clube do Choro, remete a quê?
Esse show surgiu para mostrar minhas composições e arranjos. Gosto de explorar um som que seja, ao mesmo tempo, íntimo e denso. Dei o nome de Traços ao show por causa da relação existente entre o processo composicional com as linhas, retas e curvas de Brasília, cidade onde nasci e me formei, bem como as nuances do som que quero propor.
Na banda que a acompanha estão duas musicistas, a pianista Iara Gomes e a contrabaixista Paula Zimbres. A mulher tem boa representatividade na cena musical brasiliense?
Decidi que meu show teria muitas composições de mulheres e, por isso, chamei essas compositoras que tanto admiro e que também são grandes amigas. Acho que há bastante representatividade feminina na cena musical brasiliense, pois temos muitas mulheres incríveis se realizando musicalmente. Como professora e artista da cidade, meu desejo é que haja cada vez mais.