postado em 31/10/2019 04:17
[FOTO1]A história do Planet Hemp passa por Brasília. A banda vivenciou na capital um dos momentos mais difíceis da carreira. Após o show em 8 de novembro de 1997 no Minas Brasília Tênis Clube, o grupo, na época formado por Marcelo D2, Black Alien, Jackson, Formiga, Bacalhau e Zé Gonzales, foi preso sob a acusação de apologia à maconha. Essa narrativa abre o livro Planet Hemp: Mantenha o respeito, do carioca Pedro de Luna, com lançamento amanhã e sábado na cidade.
;O livro começa com o show de Brasília, com a descrição do momento que antecedeu a prisão. Desde o momento em que o técnico de som, que foi interceptado por uma pessoa dizendo que ia gravar o som do show, até a correria no camarim e o quebra-quebra que aconteceu depois, quando o público ficou sabendo. Esse episódio é um divisor de águas para a carreira do Planet Hemp. Deixou-os mais famosos. Eles foram capas de todos os jornais e revistas. A visibilidade depois da prisão foi enorme. Mas, ao mesmo tempo, foi algo muito triste;, conta Pedro de Luna.
A ideia de fazer uma biografia da banda era um desejo antigo. ;Eu já tinha outros livros sobre o rock brasileiro. Sempre fiquei ali com a ideia, com aquela pulguinha atrás da orelha (de fazer um livro sobre o Planet Hemp), por ser uma banda de que gosto muito, e porque nos anos 1990 era uma das grandes bandas do Rio de Janeiro;, revela. Em meio à produção da obra, um amigo, editor da Belas Letras, fez um convite: ;Estava tomando coragem. Talvez, fosse fazer de forma independente, com um crowdfunding. Mas com a editora foi para livraria, foi mais abrangente;.
Concepção e narrativa
Foram dois anos para escrever o livro, sem falar na pesquisa. Para chegar até o material de Planet Hemp: Mantenha o respeito, o jornalista fez uma série de entrevistas presenciais com os integrantes e também com pessoas ligadas à trajetória do grupo, como a presidente do fã clube, pessoas da equipe técnica, o cantor Seu Jorge e o brasiliense Ronaldo Pereira, o primeiro empresário do Planet Hemp. ;O Ronaldo foi o cara que começou com a banda. Ele se dedicou muito ao grupo. O Planet Hemp nasceu no estúdio dele no Rio, o Groove;, diz. A entrevista com Seu Jorge é uma preferidas de Pedro pela sinceridade. ;Ele foi percussionista. Ele estava na maior depressão e contou que se reergueu graças ao Planet Hemp. Ele é muito grato;, lembra.
O livro tem uma narrativa cronológica do Planet Hemp. A ideia foi começar a história antes do início da banda, retratando o contexto histórico. ;Era importante vir da adolescência dos caras, o que eles ouviam, entender a cena do centro do Rio que depois migrou para Botafogo, onde houve o encontro entre essa geração do punk com a da universidade. Senti uma necessidade de colocar um mapa, com 60 pontos turísticos por onde o Planet Hemp passou no Rio, intitulado Localize já;, revela.
Durante a pesquisa, o jornalista conseguiu, ainda, um banco de imagens riquíssimo com panfletos, negativos, recortes de jornais e revistas e fotos reveladas: ;Fiquei muito feliz e emocionado;.
Painel e lançamento do livro
Shopping Pier 21 (SCES, Tc. 2). Amanhã, às 16h30. Painel do Prêmio Profissionais da Música ;O mercado de livros e biografias musicais;. Às 17h30. Lançamento do livro Planet Hemp: Mantenha o respeito, com sessão de autógrafos e venda do livro ao valor de R$ 70. Entrada franca. Classificação indicativa livre.
Lançamento do livro e palestra com Pedro de Luna
Guiles Green Tabacaria e Headshop (203 Norte, Bl. C, Lj. 7). Sábado, das 15h às 22h. Palestra ;Planet Hemp e a liberdade de expressão; com o autor Pedro de Luna, lançamento do livro Planet Hemp: Mantenha o respeito, exibição do filme Legalize já ; Amizade nunca morre e discotecagem. Entrada franca. Não recomendado para menores de 18 anos.