Pedro Ibarra*
postado em 02/11/2019 06:00
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A história começou com dois amigos durante uma apresentação em uma casa de show no Rio de Janeiro. Na saída, encontraram outros dois camaradas que foram prestigiá-los. Juntos, decidiram fazer um lanche: papo vai, papo vem, uma ideia surge: uma banda. Foi assim que Zé Renato, Cláudio Nucci, Ricardo Silveira e Zé Nogueira decidiram fazer a Banda Zil.
A história começou com dois amigos durante uma apresentação em uma casa de show no Rio de Janeiro. Na saída, encontraram outros dois camaradas que foram prestigiá-los. Juntos, decidiram fazer um lanche: papo vai, papo vem, uma ideia surge: uma banda. Foi assim que Zé Renato, Cláudio Nucci, Ricardo Silveira e Zé Nogueira decidiram fazer a Banda Zil.
Na época, no final dos anos 1980, os quatro amigos se juntaram a Marcos Ariel, Jurim Moreira e João Batista e gravaram o primeiro LP, datado de 1987. ;Havia uma onda de música instrumental tocando nas rádios do Rio de Janeiro, e nós gostávamos muito de ouvir. A nossa sonoridade saiu dessas influências;, diz Cláudio Nucci ao Correio.
;Somos um grupo ;instruvocal;;, apontou Cláudio Nucci sobre que tipo de música a Zil faz. O músico, ex-integrante do Boca Livre, também pontuou que uma das maiores referências da banda é o compositor Pat Metheny, que mistura um instrumental complexo com sons vocais. Zé Renato e Nucci puderam conhecer Metheny em uma série de audições no fim dos anos 1980. Mas não só de instrumental vive a Banda Zil. ;Como a gente é brasileiro, abriu o repertório para canções também;, ressalta Nucci.
Todos já tinham carreiras bem consolidadas, portanto, a Banda Zil parte de uma amizade e de uma vontade de tocarem juntos. ;A Zil é respeito mútuo e amor pela galera, não é só um business;, afirma Nucci, sobre o que move o conjunto.
Quase 30 anos depois, os sete amigos encontraram um bom momento para uma reunião. Desse reencontro, veio o DVD Zil Ao Vivo, lançado este ano, uma reedição do repertório da banda gravado em um show no Cultural Bar, em Juiz de Fora, cidade que, coincidentemente, foi a primeira em que a banda tocou junta nos anos 1980.;É extremamente gratificante perceber que você não está voltando e, sim, indo. Sentir que as performances amadureceram e que o repertório não deu mofo, que ainda vale a pena;, destaca Nucci.
O DVD teve um gosto diferente, porque o reencontro veio com um tom de saudade. Paulinho Albuquerque, que dirigiu os shows do grupo nos anos 1980, morreu em 2006 e foi homenageado no trabalho.
O álbum ao vivo e o primeiro trabalho da banda foram disponibilizados nas plataformas de streaming. Quando perguntado sobre como via a novidade do streaming, Nucci responde: ;Vi muitas fases do mercado fonográfico nascerem e morrerem;, afirma. ;Achei muito bom, pois deu uma ampliada no cardápio. O momento abriu oportunidades para muito mais gente ganhar visibilidade;, completa. Para o compositor, o streaming está consolidado, mas precisa de cuidado. ;A pessoa tem de garimpar música boa.; Por mais que ele sinta falta das obras físicas, o músico se mostrou contente com a nova era. ;Assim que é, a vida anda para frente;, conclui.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira
Zil Ao Vivo
Primeiro DVD da Banda Zil. Som Livre, 14 faixas. Disponível nas plataformas digitais