Irlam Rocha Lima
postado em 16/11/2019 09:55
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Quando deixou os Novos Baianos, em 1975, para seguir carreira solo, Moraes Moreira convidou alguns músicos para acompanhá-lo. Entre eles, o baixista Dadi Carvalho, companheiro do antigo grupo, e Armandinho Macedo, guitarrista e bandolinista do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Os dois formaram o núcleo inicial do que viria a ser A Cor do Som.
Quando deixou os Novos Baianos, em 1975, para seguir carreira solo, Moraes Moreira convidou alguns músicos para acompanhá-lo. Entre eles, o baixista Dadi Carvalho, companheiro do antigo grupo, e Armandinho Macedo, guitarrista e bandolinista do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Os dois formaram o núcleo inicial do que viria a ser A Cor do Som.
A eles, logo depois, se juntaram o tecladista Mu Carvalho (ex-Banda do Zé Pretinho), o baterista Gustavo Schroeter (ex-A Bolha) e o percussionista baiano Ary Dias (ex- banda Companheiro Mágico). A estreia do grupo ocorreu oficialmente em 1977. No mesmo ano, lançou pela WEA o álbum de estreia só com temas instrumentais, que propunham a mistura de rock com ritmos regionais e música clássico.
[SAIBAMAIS]No ano seguinte, o grupo participou do Montreux Jazz Festival, em que houve a gravação, ao vivo, do segundo disco. A Cor do Som conquistaria a popularidade com o lançamento do Frutificar, com um repertório em que predominavam canções com letra, entre elas Abri a porta, Beleza pura e Swingue menina, além da recriação do choro clássico Assanhado, de Jacob do Bandolim.
Em 1991, quando chegou ao mercado com o Mudança de estação, o grupo não contava mais com Armandinho, que passou a se dedicar ao trabalho com Trio Elétrico Dodô e Osmar, sendo substituído por Victor Biglione. Desde então, outros seis títulos se juntaram à discografia de A Cor do Som que, durante a trajetória, fez um número infinito de apresentações ; inclusive em Brasília, onde esteve algumas vezes, participando de festivais ao lado do mineiro 14 Bis. Gosto de prazer, de 1986, marcou o fim do grupo.
Depois de 10 anos de separação, os integrantes voltaram a se reunir e com a formação original, no palco do Circo Voador (Rio de Janeiro), onde nasceu o A Cor do Som Ao Vivo no Circo. Entre idas e vindas fizeram mais um registro fonográfico, o A Cor do Som Acústico, de 2005. Demorou mais 13 anos para que Dadi, Mu, Armandinho, Gustavo e Ary se juntassem novamente e, desta vez, em estúdio, para gravarem o álbum com o qual celebram quatro décadas de trajetória.
O A cor do Som ; 40 Anos, em que o grupo revisita canções marcantes da carreira, conta com a participação de Gilberto Gil. Djavan, Lulu Santos, Samuel Rosa, Moska, Flávio Venturini, Samuel Rosa e do brasiliense Alexandre Carlos, da banda Natiruts. O disco saiu no formato físico e está disponível nas plataformas digitais.
A Cor do Som ; 40 Anos
CD do grupo. Independente, com 12 faixas. Preço sugerido: R$ 30.
; Quatro perguntas / Dadi Carvalho
A Cor do Som lançou inicialmente dois discos, mas só se popularizou a partir do Frutificar, o terceiro álbum. A demora se deveu a quê?
Os dois primeiros foram instrumentais e um deles gravado no Montreux Jazz Festival, na Suíça. Embora recebidos com elogios pela crítica, a vendagem não correspondeu ao investimento da WEA. Aí, André Midani, presidente da gravadora, sugeriu fazer um disco com músicas que tivessem letras. Então, lançamos o Frutificar, que nos fez conhecidos em todo o país, pois obteve ótima vendagem e nos proporcionou uma agenda recheada de shows. À época, estivemos inclusive em Brasília, onde tivemos ótima acolhida.
Entre 1977 e 1986, o grupo lançou 10 discos, emplacou vários sucessos e fez incontáveis apresentações. Por que parou depois de uma década de carreira?
Em meados da década de 1980, com o surgimento de várias bandas de rock que dominaram a cena musical durante um longo período, perdemos espaço tanto nas gravadoras quanto na mídia, e os shows foram rareando. Então, decidimos parar, e cada um de nós passou a se ocupar com outros projetos, embora eventualmente nos reencontrássemos para algumas apresentações; e a gravação de dois discos, em 1996 e 2005.
O mote para o retorno em 2018 foi a gravação do álbum com o qual vocês celebram 40 anos de carreira. Como avalia esse reencontro?
Foi um momento de grande satisfação para todos nós. Primeiro, por estarmos novamente reunidos em estúdio e, depois, por termos ao nosso lado, músicos por quem temos grande admiração, que nos deram a honra de participar da gravação do A Cor do Som ; 40 Anos.
Qual foi o critério para a escolha das 12 músicas do repertório?
Escolhemos as que marcaram nossa trajetória e incluímos outras que gostamos, mas são menos conhecidas. Dividimos a gravação com grandes artistas e amigos, como Gilberto Gil (Abri a porta), Samuel Rosa (Zanzibar), Lulu Santos (Swingue menina), Djavan (Alvo certo), Roupa Nova (Alto astral), Flávio Venturini (Eternos meninos) e Alexandre Carlo (Semente do amor). Somos da Cor, de Armandinho e Maria Vasco é uma gravação só do grupo.